Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Janeiro 15 2012

 

Travessa formato Paris com o motivo Beira estampado sob o vidrado.

 

Esta peça apresenta três particularidades. Uma, característica do próprio formato, é a decoração relevada na pasta, que não coincide exactamente com os limites do motivo Beira aqui aplicado.

 

Outra, a segunda, encontra–se no monograma EC, aplicado a castanho, que obrigou a um recorte no motivo floral.

 

A terceira tem a ver com o facto de surgir na pasta uma marca circular, aparentemente também Gilman & Cta., facto que não é muito comum neste período.

 

Note-se ainda que os exemplares decorados com o motivo Beira estampado a azul, aqui anteriormente apresentados, ostentam a marca Gilman Lda. (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/motivo+beira).

 

Esta travessa não parece corresponder a um modelo destinado a receber terrina, antes parecendo ser um modelo destinado a funcionar como tabuleiro, hipótese que parece ser sublinhada pelo reforço do rebordo inferior.

 

Uma travessa semelhante a esta, com o motivo Beira estampado a verde, foi exibida na exposição 150 Anos – 150 Peças, Fábrica de Loiça de Sacavém, realizada em 2006 no Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

 

© MAFLS

publicado por blogdaruanove às 21:01

Curiosamente todas as peças que tenho com essa marca incisa são desse período e, também decoradas com o motivo Beira. Cumprimentos,
Manuel R. a 4 de Março de 2012 às 20:31

Grato pela informação, Manuel R.

Pena é que estas marcas na pasta apenas sejam legíveis através de métodos e equipamentos sofisticados, caso contrário poderíamos eventualmente obter mais alguns dados complementares sobre a cronologia da produção da FLS...

Saudações!

Ainda muito se pode fazer com as informações já disponíveis. Mesmo assim, Sacavém é possivelmente a única fábrica cujo arquivo sobreviveu parcialmente intacto... As próprias datações atribuídas à fábrica são estranhas. A seu tempo e depois de sedimentar alguma informação com novas leituras, espero ter uma opinião formada sobre a transição entre a marca da Real Fábrica BHS, da Real Fábrica Gilman & C.ª (que curiosamente também aparece muito com o motivo Beira) e por fim as Marcas da Firma Gilman & Cª / Lda. Penso que antes do final da monarquia não se deixou de usar a marca da Real Fábrica. Muitos motivos e modelos característicos do século XIX fizeram com certeza imenso furor nas primeiras décadas do século XX, período no qual muita da grande arquitectura eclética foi construída. Só com a queda da monarquia em 1910 se justificava a alteração e a queda do título e coroa. Recordo-me ainda que existem objectos com a representação de D. Manuel que apresentam a marca incisa GRANITO, sobrepujado por coroa. Tenho um prato com uma marca que nunca foi catalogada, precisamente da Real Fábrica, que se estiver interessado enviar-lhe-ei (não tenho é esse prato por perto de momento). Quero ainda agradecer-lhe e felicitá-lo pelo maravilhoso blog e por todas as suas explanações. É de facto fruto de um aturado e lúcido estudo de fontes e literatura sobre a matéria. Muitos parabéns!!

Cumprimentos,
Manuel
Manuel R. a 7 de Março de 2012 às 02:53

Boa noite, Manuel R.

Agradeço os seus cumprimentos pelo blog.

Concordo plenamente que há inconsistências nas datações generalizadas das marcas da FLS, particularmente quanto às que refere.

Pena é que o acervo disponível no CDMJA não tenha ainda sido objecto de investigação aprofundada, sistemática e rigorosa. Entre outra informação pertinente, poderiam eventualmente ser encontrados esclarecimentos sobre estes e outros aspectos da fascinante produção da fábrica.

Ficarei a aguardar as fotografias que entenda disponibilizar e a partilha das suas reflexões sobre o mencionado período.

Saudações!

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