Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Março 31 2012

© MCS/CDMJA 

 

Folha, com desenho do motivo 633 aplicado sobre prato formato Aldeia, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

Na sequência dos conceitos futuristas decorrentes da glorificação da maquinaria e da velocidade como advento de um novo mundo, os aeroplanos surgem nas décadas de 1920 e 1930 como um dos motivos Art Déco por excelência (cf. uma ilustração italiana em: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/aeroplanos).

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS. 

 

© MAFLS

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Março 29 2012

 

Pequena tigela formato Norte, do último período da FLS, com decoração floral a duas cores, aplicadas a aerógrafo sobre stencil (chapa recortada), sob o vidrado.

 

 

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Março 27 2012

 

Prato fundo (de sopa), do último  período da FLS, decorado com pintura manual sob o vidrado.

 

 

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Março 25 2012

 

A propósito de cores invulgares na produção monocromática da FLS, de pastas coloridas e da influência inglesa, surge a oportunidade de apresentar aqui duas das peças que Clive Gilbert (cheers, Clive!) ofereceu ao autor deste espaço nos últimos anos – um conjunto criado por Clarice Cliff (1899-1972) para a fábrica inglesa Newport Pottery.

 

Esta chávena de chá, e pires, do formato Daffodil foi produzida numa pasta cerâmica colorida denominada Damask Rose, a qual foi introduzida pela Newport em 1930.

 

Como se sabe, a FLS produziu também loiça doméstica e decorativa em pastas de diferentes cores – azul (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/pasta+azul), marfim (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/76995.html), e verde (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/82511.html).

 

A publicação de hoje pretende voltar a chamar a atenção para o facto, já referido (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/85772.html), de as peças monocromáticas da FLS não serem maioritariamente fabricadas em pasta colorida, sendo esta pasta particularmente característica da produção da FLS nas décadas de 1930 e 1940.

 

Com efeito, peças como a jarra reproduzida há duas semanas (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/157712.html) e as chávenas, e pires, monocromáticas indicadas no parágrafo anterior foram produzidas em pasta branca que posteriormente recebeu um vidrado monocromático, não devendo portanto ser confundidas com as peças produzidas em pasta colorida.

 

 

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Março 24 2012

 

Jarra em faiança fina de Viana, da empresa Campos & Filhos, produzida durante a década de 1960. Esta faiança fina é uma pasta feldspática de grés, não porosa, semelhante à porcelana.

 

O formato desta jarra evoca claramente formatos populares desde finais da Idade Média até ao século XVIII, como o de alguns albarellos, os famosos potes de farmácia, distinguindo-se da generalidade da loiça de Viana sua contemporânea pela ausência de qualquer pintura manual (hoje, como então, tradicionalmente apresentando o azul como cor principal) e pela modelação em relevo da pasta.

 

Esta empresa de Viana do Castelo, adquirida em 1948 pela Jerónimo Pereira Campos, Filhos, de Aveiro, tinha o seu centro de produção de loiça doméstica e decorativa na Meadela, mas a CF, mantendo estas instalações e diversificando a sua produção, veio a recuperar e ampliar na outra margem do rio Lima, em Barroselas, uma unidade onde produzia cerâmica de construção e grés, de acordo com a vocação original das suas outras unidades industriais.

 

                    

 

Um aspecto curioso sobre a produção do período de administração da CF é que esta empresa comercializou pires e chávenas de chá e café, monocromáticos e com complemento a ouro, de formatos muito semelhantes a outros produzidos pela Electro-Cerâmica do Candal, formatos esses que foram exibidos na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada em 2005 nos EUA.

 

O conjunto de chávena de chá e pires que se reproduz acima representa esse formato, na versão de porcelana da fábrica da Electro-Cerâmica do Candal, de que se conhecem exemplares em diversas cores. Os exemplares conhecidos da CF são em azul ultramarino, numa clara evocação do prestígio da porcelana decorada a azul cobalto e ouro, combinação cromática consagrada na expressão "ouro sobre azul".

 

Do ponto de vista formal, a única diferença significativa entre este exemplar e os exemplares da CF situa-se ao nível do remate da asa – aqui constituído pela aparente união de duas hastes, nos exemplares da CF apresentando uma única forma contínua.

 

Consultem-se aqui mais informações sobre a loiça de Viana: http://www.lrviana.com/ e http://www.youtube.com/watch?v=kV1fFj8jXZc.

 

 

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Março 23 2012

© MCS/CDMJA 

 

Folha, com desenho do motivo 559 aplicado sobre tigela formato Francês, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

A nota manuscrita referente ao aviso de 19 de Janeiro de 1937 significa apenas que o motivo deixou de ser produzido a partir dessa data, pois as tigelas formato Francês continuaram a ser produzidas pelo menos até à década de 1950.

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS. 

 

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Março 21 2012

 

          

 

Castiçal com vidrado beige semi-mate, apresentando um conjunto de três patos que, considerados individualmente, parecem sugerir também um formato para argola de guardanapos.

 

Esta peça, cujas dimensões correspondem a cerca de 11,1 x 21,1 x 6 cm., surge referenciada na tabela de Novembro de 1945 sob o formato 243 e a designação "Castiçal modêlo Patos para 3 velas", ao preço de 44$00 para "Colorido s/ ouro".

 

Este formato já não está incluído na tabela de Maio de 1960.

 

 

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Março 19 2012

 

Azulejo monocromático verde apresentando no tardoz a inscrição relevada "(Coroa) / SACAVEM". Este modelo, com um verde mais esbatido, consta do catálogo de 1910, sob a referência 4-D.

 

Note-se como o vidrado foi aplicado deficientemente, o que é mais visível nos pontos esbranquiçados do lado esquerdo da imagem, e o desgaste a que superfície foi submetida.

 

Pelas quatro marcas mais claras visíveis em cada canto do tardoz depreende-se que este azulejo se encontrava montado numa estrutura e poderá ter sido usado, por exemplo, como uma base para quentes.

 

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Março 18 2012

          

 

Grande escultura em terracota pintada, com cerca de 56,8 cm. de altura, produzida na fábrica Moderna Industrial Decorativa, Limitada, de Coimbra.

 

A pintura que recobre esta terracota apresenta tons característicos das décadas de 1940 e 1950 em Portugal, sendo conhecidos muitos objectos, como molduras e outras peças em madeira, apresentando variantes desta tonalidade. São conhecidas ainda outras figuras, representando aves diferentes, com pintura beige.

 

Como nota curiosa, sublinhe-se que quer a marca impressa (não reproduzida pela sua má legibilidade) quer a etiqueta da Moderna Industrial Decorativa recordam a célebre marca triangular relevada da, então checoslovaca, fábrica Royal Dux, famosa pelas suas estatuetas em porcelana.

 

No entanto, esta aproximação monumental à modelação cerâmica evoca claramente, no contexto europeu, as peças de majólica oitocentista como o bengaleiro-cegonha, com cerca de 103 cm. de altura, produzido pela fábrica inglesa Minton & Co. em 1876, e o floreiro-cegonha, com cerca de 66 cm. de altura, produzido pela fábrica inglesa de Joseph Holdcroft, também no último quartel do século XIX.

 

No contexto nacional, as suas proporções evocam, apenas nesse aspecto, algumas das criações de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), particularmente a peça que ilustra a fábula da raposa e do grou, reproduzida abaixo.

 

 

 

De acordo com o Diário do Governo, a sociedade Moderna Industrial Decorativa foi constituída por escritura de 19 de Abril de 1941, com um capital social de 50.000$00 e sede na Rua da Manutenção Militar, número 3, em Coimbra.

 

O capital estava equitativamente distribuído pelos cinco sócios, César Rodrigues Antero, industrial, João dos Reis, construtor civil, Francisco Caetano Ferreira, decorador, Bernardo Teles, construtor civil, e Carlos dos Reis, desenhador.

 

Esta empresa, que tinha "por objecto o exercício da indústria de estatuetas e artes decorativas", antecedeu assim em cerca de dois anos a constituição da mais conhecida e longeva Estatuária Artística de Coimbra.

 

Recorde-se que, na área da estatuária cerâmica, existiu ainda em Coimbra uma empresa denominada A Nova Decorativa (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/78219.html), dedicada também à produção de estatuetas em terracota pintada.

 

Muitas das suas estatuetas femininas são semelhantes, no formato e na pose das figuras, às produzidas pelas fábricas Goldscheider, na Áustria, Katzhütte, na Alemanha, e Royal Doulton, em Inglaterra.


 

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Março 17 2012

© MCS/CDMJA 

 

Detalhe de uma fotografia não datada, mas provavelmente da década de 1950, de uma das montras da loja da FLS na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

 

Esta imagem documenta seis estatuetas militares apeadas e sete equestres da série alusiva à Guerra Peninsular. Modeladas por Armando Mesquita (1907-1982), estas peças começaram a ser produzidas a partir de 1945 e muitas delas ainda constavam da tabela de 15 de Maio de 1979.

 

A maior colecção privada, conhecida, destas figuras militares da FLS — The Horward Collection — integra 31 estatuetas equestres e apeadas, que foram exibidas em 1989 na University Art Gallery, da Florida State University, por ocasião do bicentenário da Revolução Francesa.

 

Eis a lista dessas peças elaborada pelo próprio coleccionador americano, com o número de referência constante do catálogo de 1979 — 9600, Oficial de Caçadores 2; 9601, Soldado de Caçadores 2; 9602, Oficial de Infantaria 19; 9603, Soldado de Infantaria 19; 9604, Oficial de Infantaria 6; 9605, Soldado de Infantaria 6; 9606, Cabo Ordenança da 18. Brigada; 9607, Servente de Artilharia 1; 9608, Oficial Escocês; 9609, Soldado Escocês; 9610, Oficial de Infantaria Britânica; 9611, Soldado de Infantaria Britânica; 9612, Soldado de Caçadores Britânicos; 9613, Oficial do Regimento 14 de Dragões; 9614, Soldado Voluntário Reais do Comércio; 9615, Oficial do Regimento Scots Greys; 9616, Soldado da Legião de Alorna; 9617, Oficial do Regimento Life Guards; 9618, Oficial de Cavalaria 2; 9619, Oficial de Cuirassier; 9620, Oficial Colonel General; 9621, Oficial La Grande Armée; 9622, Oficial Colonel; 9637, Soldado da Leal Legião Lusitânia; 9639, Soldado do Regimento do Conde de Lippe; 9640, Oficial do Regimento do Conde de Lippe; 9641, Soldado Tambor do Regimento de Infantaria de Campo Maior; 9643, Oficial do Conde de Lippe a Pé; 9644, Oficial Rifle Brigade; [408-A], Soldado de Caçadores 7; [735?], Sargento do Regimento do Conde de Lippe.

 

Segundo declarações do mesmo, os exemplares que integram a sua colecção foram adquiridos entre 1967 e 1984, estando os dois últimos indicados com o número de referência da tabela de 1960 por já não constarem da de 1979. Nesta tabela de 1979, as figuras apeadas surgem a 700$00 e as figuras equestres a 1.750$00, surgindo ainda estatuetas equestres da série medieval a 4.036$50.

 

As quinze figuras da série Guerra Peninsular já apresentadas nesta espaço, 14 das quais do acervo do Museu Leonel Trindade, em Torres Vedras, podem ser vistas aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/militaria.

 

A reprodução desta fotografia é uma cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

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