Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Junho 30 2013

© MCS/CDMJA 

 

Folha, apresentando a decalcografia usada no motivo 605 da FLS, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

Esta decoração foi também usada entre 1922 e 1947 em peças da Vista Alegre, como foi ilustrado através de um conjunto de pires e chávena de chá exibido na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005.


A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS. 


© MAFLS

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Junho 29 2013

 

Taça fruteira em faiança, com cerca de 8,5 de altura e 28,9 cm. de diâmetro, sem qualquer marca visível. A decoração do motivo central foi aplicada sobre stencil (chapa recortada) enquanto o rebordo recebeu complementos esponjados a verde.

 

A denominação destes recipientes deu origem a diferentes vocábulos, que muitas vezes são usados indistintamente - alguidar, bacia, escudela, malga, palangana, taça, tigela.

 

Neste conjunto lexical há alguns vocábulos mais arcaizantes, como o castelhanismo palangana ou o termo medieval escudela, e outros de aplicação mais discutível, como o termo malga, que em certas regiões é sinónimo de tigela.

 

A já mencionada (http://mfls.blogs.sapo.pt/103727.html) obra Cerâmica Portuguesa (1931), onde a figura tutelar do coleccionador e estudioso de cerâmica José Queirós (1856-1920) é evocada através da caricatura reproduzida abaixo, regista também um léxico alargado onde, entre as dezenas de vocábulos, surgem referências a "malgas, cuncas, covilhetes tigellas, almofias ou almofas (que eram antigamente vasos grandes do feitio de tigellas)" e "Alguidares, bacias de mãos, palanganas (vasos de muita circunferencia e pouco pé), tigellas da casa (...)".

 

 

O vocábulo cuncas é obviamento um castelhanismo, estando os recipientes denominados concas, cuencos e cuncas bem ilustrados na obra Cerámica Popular Española (1970), da autoria do poeta e historiador de arte J. Corredor-Matheos (n. 1929) e do célebre ceramista J. Llorens Artigas (1892-1980).

 

Já o vocábulo de origem árabe almofia surge referido na obra Vestigios da Lingoa Arabica em Portugal (1830), de frei João de Sousa (1735-1812) e frei José de Santo António Moura (1770-1840), sendo tal recipiente aí definido como uma "Sopeira de estanho, ou de barro vidrado".

 

Visando uma uniformização e aplicação mais precisa de terminologia, o volume Itinerário de Faiança do Porto e Gaia (2001) observa e propõe: "Ao longo dos tempos, os termos malga e tigela foram sendo utilizados para descrever indiferentemente peças de loiça fosca, de vidrado plumbífero, estanífero ou porcelana. Assim sendo, e para que se comece a constituir um corpus terminológico para a descrição das formas cerâmicas, propomos que se passe a utilizar o termo malga para descrever tão só as peças de barro com as características atrás definidas [Vasilha de faiança em forma de calote esférica, com pé, com ou sem perfil carenado.] e revestidas de esmalte estanífero (faiança) ficando o termo tigela cativo para as peças de barro fosco (vermelha ou preta) ou de vidrado plumbífero."

 

Esta proposta, que, além de subestimar a importância do substrato regionalista na pluralidade da oferta lexical, pretende curiosamente constituir um corpus terminológico de formatos com base nas pastas e nos vidrados, acaba por contribuir, obviamente, para aumentar ainda mais a galáxia da disparidade e confusão terminológica.

 

Seja como for, nos catálogos da FLS, e sem que se pretenda sugerir de forma alguma que esta é uma peça dessa fábrica, os recipientes semelhantes a este surgem catalogados quer sob a designação malgas quer sob a designação fruteiras, coadunando-se esta última, sem dúvida, com a decoração da peça que aqui se ilustra.

 

 

© MAFLS

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Junho 28 2013

 

Detalhe do revestimento azulejar da fachada de um edifício na rua São Filipe Neri, em Lisboa.

 

Estampados com o motivo 400 (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/azulejo+motivo+400), estes exemplares permitem documentar diferentes tonalidades decorrentes da desigual acumulação de tinta em cada azulejo.

 

© MAFLS

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Junho 26 2013

 

Paliteiro triangular, do último período de produção da FLS, ostentando publicidade, aplicada sobre o vidrado, à empresa Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas.

 

Vejam-se algumas informações sobre as termas das Pedras Salgadas aqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/pedras+salgadas, e sobre as termas de Vidago aqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/vidago.

 

 

© MAFLS

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Junho 24 2013

 

Continuando a evocar as populares Festas de S. João através de cerâmica da região do Porto, publica-se hoje um prato da Fábrica do Carvalhinho, em forma de travessa oval recortada com cerca de 17,8 x 20,2 cm., apresentando motivo floral pintado à mão.


O formato desta peça encontra-se referido numa tabela da Fábrica Cerâmica do Carvalhinho não datada, embora seja muito provavelmente da década de 1930, sob o número 30, "[Prato rendilhado] Idem oval", ao preço de 10$00.


Veja-se um outro prato deste formato, apresentando o motivo número 3 (?), aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/21266.html.



© MAFLS

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Junho 23 2013

 

Não se havendo encontrado uma peça cerâmica que ilustre os tradicionais símbolos profanos alusivos ao S. João – o alho-porro e os martelinhos, evocam-se hoje essas populares festividades do Porto e de Gaia, mas também de Braga (http://mfls.blogs.sapo.pt/120112.html) e de outras terras do país, apresentando uma pequena figura de criança com cornetim.

 

Modelada em porcelana da Electro-Cerâmica do Candal, e com cerca de 13,2 cm. de altura, ostenta decoração com esmalte policromado e complementos a dourado sobre o vidrado.


Com esta peça encontramo-nos, mais uma vez, perante uma figura que evoca a produção da fábrica alemã Hümmel, como já foi referido anteriormente: http://mfls.blogs.sapo.pt/189591.html, sendo esta uma cópia evidente da figura número 97 da série produzida por essa fábrica, onde apenas o boné surge como pormenor distintivo: http://www.antiquesnavigator.com/index.php?main_page=documents&content=search&c=Hummel+Figurines&s=trumpet+boy&sumbit=Submit.


Note-se, porém, como a pintura desta peça da EEC está à altura da excelente qualidade das peças da fábrica alemã, características que não se encontram em muitas adaptações ou cópias de outras fábricas, nacionais ou estrangeiras.


Aproveita-se a oportunidade para deixar uma ligação ao blog Detalhes Cerâmicos, espaço que desde Maio de 2012 vem divulgando exclusivamente peças da fábrica Electro-Cerâmica do Candal: http://detalhesceramicos.blogspot.pt/.



Complementa-se ainda a celebração das festividades de S. João com a reprodução de uma gravura flamenga, apresentando uma mancha impressa de cerca de 11,8 x 25,8 cm., do século XVII.


Gravada em água-forte por Gaspar Bouttats (c. 1625 - c. 1703), esta vista desenhada e executada pelo pintor Ioannis (Jan) Peeters (1624-1677), que também se especializou em representações de marinhas e naufrágios, composições que o consagraram, pretende mostrar a igreja de S. João Baptista, e a paisagem envolvente, alegadamente erigida no local de nascimento do santo.


Originalmente, esta gravura integrava um álbum intitulado Vistas de Jerusalém e seus Arredores.



© MAFLS

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Junho 22 2013

 

Prato raso, formato Espiga, apresentando o motivo número 1226 sob o vidrado.

 

O motivo floral foi estampado, enquanto o rebordo ostenta decoração a aerógrafo.

 

 

© MAFLS

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Junho 20 2013

 

Tigela formato Norte, do último período da FLS, com decoração a duas cores, aplicadas a aerógrafo sobre stencil (chapa recortada), sob o vidrado.


Note-se como aquilo que parece ser sujidade corresponde, de facto, às manchas de tinta decorrentes de um deficiente e descuidado manuseamento do aerógrafo.


 

© MAFLS

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Junho 18 2013

© MCS/CDMJA

 

Fotografia não datada, mas provavelmente da década de 1940, de uma das lojas da FLS, provavelmente a da Avenida da Liberdade, em Lisboa, ilustrando alguma da sua produção.

 

Em segundo plano, à esquerda, pode ver-se uma figura de macaco em estilo Art Déco, semelhante a um exemplar que já foi aqui apresentado (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/macacos).

 

A reprodução desta fotografia é uma cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

© MAFLS

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Junho 16 2013

 

Leiteira formato Avenida decorada sobre o vidrado com o motivo número 673.

 

Este motivo Art Déco, que aqui surge a azul e verde com complementos a dourado, conhece-se também em rosa e verde com complementos a platina (http://mfls.blogs.sapo.pt/23669.html).

 

Na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, foi exibido um conjunto de exemplares a azul e dourado – açucareiro, cafeteira, chávena de café e pires, e leiteira, que integram o acervo do MCS, e uma cafeteira a rosa e platina de uma colecção particular.

 

 

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