Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Novembro 05 2016

Pequena travessa, com cerca de 17,6 x 23 x 2,1 cm., em faiança da fábrica Secla, Caldas da Rainha.

 

Enquadrando-se claramente na série de motivos regionais comercializada a partir dos desenhos originais concebidos por Hansi Staël (1913-1961), este exemplar não ostenta, contudo, as duas iniciais –  as de  H. S. e as do/a pintor/a da fábrica, que habitualmente surgem junto à marca manuscrita, limitando-se a apresentar apenas a inicial "S", que corresponderá a quem executou a reprodução.

 

 

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Setembro 02 2016

 

Até ao próximo domingo, dia 4 de Setembro de 2016, poderá ainda visitar a exposição "Decorativo, Apenas?" – Júlio Pomar e a Integração das Artes, patente no Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa.

 

Num espaço amplo e luminoso, concebido pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira (n. 1933), podem encontrar-se peças do acervo do Atelier-Museu, de outras instituições similares e de coleccionadores privados, que ilustram a criação do artista nos mais diversos suportes, desde a cerâmica, ou o vidro, até ao alumínio, ou a tapeçaria, e nas mais diversas técnicas, como a gravura sobre papel ou o óleo sobre tela.

 

Com curadoria de Catarina Rosendo (n. 1972), este conjunto expositivo propõe-nos também retomar, a partir de uma interrogação do próprio artista, a problemática da menorização, teórica e crítica, das chamadas artes decorativas, questionando ainda a validade desta adjectivação.

 

Considerando as posições que já haviam sido assumidas, no século XIX, pelos artistas do movimento Arts & Crafts e que Raul Lino (1879-1974) retomaria em Portugal no princípio do século XX, esta proposta não deixa de nos levar a reflectir sobre o eventual paradoxo que surge na produção cerâmica de Júlio Pomar durante a década de 1950.

 

 

De facto, numa época em que esteve profundamente ligado ao Neo-Realismo, com os seus paradigmas da arte para o povo, próxima do povo e que do povo emanava, Pomar não executou nem promoveu a criação de múltiplos cerâmicos, como a artista húngara Hansi Staël (1913-1961) condescendeu em criar para a Secla, das Caldas da Rainha (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/hansi+sta%C3%ABl), insistindo na realização de peças únicas, fosse na Cerâmica Bombarralense ou na Secla, fosse ainda nas outras fábricas onde desenvolveu os seus painéis azulejares.

 

O conjunto exposto evoca, na subtileza ou no explícito de uma ou outra imagem, as diversas influências de Pomar nas décadas de 1940 e 1950, que parecem remeter claramente para obras de artistas tão diversos como Pablo Picasso (1881-1973), Jean Lurçat (1892-1966) ou Cândido Portinari (1903-1962).

 

Enquanto princípio de conservação e valorização de acervos cerâmicos, aproveite-se também a oportunidade para comprovar que certas peças danificadas, como a que ilustra o cartaz da exposição e as duas aqui reproduzidas, não se limitam a ter apenas um mero valor histórico ou documental.

 

 

Veja-se ainda um prato de Pomar, datado de 1951, provavelmente executado na Cerâmica Bombarralense e que não se encontra no Atelier-Museu, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/148664.html.

 

A propósito deste exemplar, e apesar do exíguo espaço temporal disponível para a sua hipotética execução nesse ano, note-se que a exposição de Pomar realizada entre 10 e 20 de Janeiro de 1951, na Livraria Portugália, Porto, exibiu uma peça cerâmica, sob o número 73 e ao preço de 350$00, intitulada "Uma sereia".

 

Como nota de interesse bibliográfico e documental, refira-se a edição de um catálogo do evento, o qual deverá estar disponível ainda este mês, ou no próximo mês de Outubro, e onde se corrigirá certamente o deslize de não haver indicação das dimensões das peças.

 

Diga-se, contudo, que parece perpassar sobre este luminoso espaço e esta belíssima exposição a sombra de ter passado largamente despercebida... Aproveitem-se, pois, os dois dias que ainda restam e a entrada gratuita. 

 

O Atelier-Museu está aberto entre as 10H00 e as 18h00.

 

 

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Outubro 07 2014

Para quem não teve oportunidade de estar, em Lisboa, na inauguração da exposição homónima, uma boa notícia.

 

O livro Hansi Staël: Cerâmica, Modernidade e Tradição, da autoria de Rita Gomes Ferrão, será também lançado nas Caldas da Rainha, durante o próximo domingo, dia 12 de Outubro de 2014.

 

Tal evento, que contará com a presença da autora, terá lugar no Centro de Artes, Atelier-Museu António Duarte, a partir das 16h00.

 

 

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Setembro 17 2014

 

Tendo interrompido aquela que, cautelosamente, foi classificada como a sua publicação periódica, o MAFLS não pode deixar de, pontualmente, noticiar iniciativas de interesse maior nas áreas da cerâmica, do seu estudo e da sua divulgação.

 

É este o caso do aparecimento da obra Hansi Staël: Cerâmica, Modernidade e Tradição, da autoria de Rita Gomes Ferrão, autora também do blog Cerâmica Modernista em Portugal (http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/).

 

O lançamento decorrerá no próximo dia 19 de Setembro, pelas 18h00, em simultâneo com a inauguração da exposição homónima que terá lugar na galeria Objectismo, em Lisboa.

 

     

 

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Julho 12 2014

 

Prato raso em faiança, com cerca de 23,6 cm. de diâmetro, da fábrica Secla, Caldas da Rainha, reproduzindo um desenho original de Hansi Staël (1913-1961).

 

Como já foi referido, esta artista húngara veio para Portugal depois da II Grande Guerra, tendo colaborado com a Secla, a partir de 1950, na criação de inúmeras peças. Entre as suas criações para a produção industrial, contam-se os originais que deram origem à série Motivos Portugueses, à qual pertence este exemplar.

 

Desenvolvida entre 1953 e 1956, a série ilustra essencialmente cenas do quotidiano da Nazaré e das regiões rurais próximas das Caldas da Rainha, reproduzidas quer em travessas quer em pratos.

 

Veja-se um prato desta série, com motivo piscatório, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/105781.html, e uma assinatura original de Hansi Staël aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/60571.html.

 

 

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Março 17 2013

 

Pequena jarra, com cerca de 10,4 cm. de altura, em faiança da fábrica Secla, Caldas da Rainha.

 

Este design corresponde à variante de um original, aplicado numa jarra com outro formato e maiores dimensões, criado cerca de 1955 por Hansi Staël (1913-1961) e reproduzido na página 56 do catálogo da exposição Estúdio Secla: Uma renovação na cerâmica portuguesa, realizada em 1999 no Museu Nacional do Azulejo.

 

          

 

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Dezembro 04 2011

© BAFCG

 

Fotografia de um painel de azulejos referenciado como tendo pertencido a uma loja da FLS no Funchal, Madeira.

 

O original desta fotografia é do coleccionador e perito em azulejaria João Miguel dos Santos Simões (1907-1972) e pode ser visto no acervo digital da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (http://www.flickr.com/photos/biblarte/4574299911/). 

 

Curiosamente, o painel encontra-se datado de 1957 e assinado por Hansi Staël (1913-1961), a consagrada ceramista que em Portugal desenvolveu a maioria do seu trabalho na fábrica Secla, das Caldas da Rainha.

 

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Julho 30 2011

 

Prato raso em faiança, com cerca de 24,8 cm. de diâmetro, da fábrica Secla, Caldas da Rainha, reproduzindo um desenho original de Hansi Staël (1913-1961).

 

Esta artista húngara veio para Portugal depois da II Grande Guerra, tendo colaborado com a Secla, a partir de 1950, na criação de inúmeras peças. Entre as suas criações para a produção industrial, contam-se os originais que deram origem à série Motivos Portugueses, à qual pertence este exemplar.

 

Desenvolvida entre 1953 e 1956, a série ilustra essencialmente cenas do quotidiano da Nazaré e das regiões rurais próximas das Caldas da Rainha, reproduzidas quer em travessas quer em pratos.

 

Nos pratos, conhecem-se exemplares que variam entre os 10 (em versões adaptadas e simplificadas, como o motivo P. 337, que apresenta um pescador da Nazaré estilizado) e os 37,5 cm. de diâmetro, e nas travessas conhecem-se versões ovais, com 43 cm. de largura, e versões "rectangulares de cantos arredondados", com cerca de 22,8 cm. de largura.

 

O livro A Nova Cerâmica das Caldas (1989), de Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989), reproduz dois pratos semelhantes a este. Um na página 77, com indicação de ser o prato original pintado por Hansi Staël, outro na página 111, ao qual é atribuída a data de 1956.

 

Ao contrário do que acontece com este exemplar, é normal a maioria dos pratos apresentarem no verso dois conjuntos de iniciais – as da autora, H. S., e as do/a pintor/a que reproduziu o desenho original.

 

Como se pode verificar, neste prato surge apenas a assinatura "Subtil", correspondente ao pintor e futuro fundador das Faianças Subtil, que havia começado a trabalhar na Secla aos 18 anos. Esta última informação, que se agradece, foi facultada em 2020 por sua neta, Inês Subtil.

 

Veja-se uma assinatura original de Hansi Staël em: http://mfls.blogs.sapo.pt/60571.html

 

 

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Setembro 05 2010

 

Conjuntamente com a Aleluia, de Aveiro, e a Fábrica de Loiça de Sacavém, a Secla, das Caldas da Rainha, foi uma das grandes empresas inovadoras do design cerâmico português no início da segunda metade do século XX.

 

Essa inovação teve grande impulso, inicialmente, com o Estúdio Secla, onde durante as décadas de 1950 e 1960 trabalharam artistas como Alice Jorge (1924-2008), António Quadros (1933-1994), Hansi Staël (1913-1961), Herculano Elias (n. 1932 cf. http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2009/04/08/mestre-herculano-elias-abre-galeria/), José Aurélio (n. 1938), José Santa-Bárbara (n. 1936), Júlio Pomar (n. 1926), e Thomaz de Mello, Tom (1906-1990), e posteriormente com Ferreira da Silva (n. 1928) e uma outra oficina por si desenvolvida e familiarmente designada como O Curral.

 

 

Para além da cerâmica de autor, a fábrica Secla desenvolveu notável cerâmica de produção industrial e comercialização corrente, facto que justificou uma larga e bem-sucedida exportação para inúmeros mercados internacionais, entre os quais se contava o mercado dos E. U. A.

 

Com antecedentes empresariais que remontavam a 1944, a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica, Limitada, foi estabelecida por escritura pública de 18 de Dezembro de 1946, apresentando então um capital social de 200.000$00, assim dividido: Fernando da Ponte e Sousa, 60.000$00; Joaquim Alberto Costa Pinto Ribeiro, 50.000$00; Américo Castro Arez, 30.000$00; Fernando Carneiro Mendes, 30.000$00, e Vitorino Augusto da Costa Vinagre, 30.000$00.  

 

Apesar de ainda ser possível consultar o seu site (http://www.secla.pt/), a SECLA acabou por encerrar em 2008.

 

 

A taça aqui apresentada foi executada por Hansi Staël cerca de 1954-55, constituindo um dos mais notáveis exemplos da produção da autora e da fábrica. Trata-se, muito provavelmente, de um exemplar único.

 

Uma peça similar a esta foi reproduzida na capa do livro A Nova Cerâmica das Caldas (1989), de Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989), designer e responsável pela fábrica Secla, sendo posteriormente exibida na exposição Estúdio Secla: Uma renovação na cerâmica portuguesa, realizada em 1999 no Museu Nacional do Azulejo.

 

 

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