Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Março 23 2017

 

O Museu de Cerâmica de Sacavém promove no próximo sábado, dia 25 de Março, pelas 15h00, mais uma das suas conversas mensais, desta vez subordinada ao tema Maria de Lourdes Castro – Design para a Indústria Cerâmica.

 

A oradora será Rita Gomes Ferrão, doutoranda em História da Arte, autora de vários estudos e publicações sobre cerâmica do século XX e responsável pelo blog Cerâmica Modernista em Portugal (http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/).

 

Em baixo podem ver-se exemplares produzidos em plástico pela fábrica UPLA, da Marinha Grande, com design semelhante ao que se reproduz no convite.

 

Algumas das peças cerâmicas concebidas por Maria de Lourdes Castro (n. 1934) podem ser vistas aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/maria+de+lourdes+castro.

 

 

© MAFLS 

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Maio 30 2012

 

Pequena jarra, ou copo, estampada sobre o vidrado com três diferentes imagens de gatos/as.

 

Note-se como esta imagem é característica das décadas de 1960 e 1970, quer remetendo para passagens de obras como o filme Yellow Submarine (1969), quer evocando o conceito hippie de Flower Power, expressão originalmente criada em 1965 pelo poeta Allen Ginsberg (1926-1997).

 

De acordo com o comentário reproduzido abaixo, de um especialista do MCS, estes desenhos são da autoria de Maria de Lourdes Castro (n. 1934).

 

 

© MAFLS

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Janeiro 07 2012

© CDMJA/MCS

 

Folha datada de 23 de Julho de 1959, com desenho para um motivo modernista da FLS, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém. 

 

O documento original apresenta sob a data a assinatura de Maria de Lourdes Castro (Maria de Lourdes Mendes de Oliveira e Castro, n. 1934).

 

Esta autora produziu na mesma data uma decoração semelhante para o mesmo formato, com manchas rectangulares em três cores, apresentada na exposição Percurso Documental pelos Artistas da Fábrica de Loiça de Sacavém, realizada em 2007 pelo CDMJA.

 

Ver outros trabalhos de Maria de Lourdes Castro aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/maria+de+lourdes+castro.

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS.

 

© MAFLS

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Dezembro 05 2010

 

Grande jarra, com 37 cm. de altura, decorada sob o vidrado.

 

Esta peça surge referenciada na série de modelos Arte Nova da tabela de Maio de 1960, sob o número A–48 e a designação Jarra n.º 6, ao preço de 170$00. O exemplar desta tabela existente no CDMJA refere ainda que o seu peso é de 1,160 gramas.

 

Esta jarra surge ainda na tabela de Maio de 1979, já sob o número 9422, ao preço de 364$50. 

 

A inspiração floral estilizada e as linhas sinuosas desta jarra remetem claramente para o paradigma Art Nouveau que a designação da série evocava, embora a maioria das peças, cuja modelação se deve em parte a Maria de Lourdes Castro (n. 1934), pretendesse precisamente romper com os paradigmas quer da Art Nouveau quer da Art Déco e contribuir para uma nova estética na arte cerâmica.

 

Note-se ainda como o grande sentido escultórico da peça remete também para a rica tradição modeladora de Rafael (1846-1905) e Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920) e de Costa Mota (Sobrinho; 1877-1956), facto que é bem acentuado pelo vidrado escorrido, tão característico da produção cerâmica das Caldas da Rainha nesse período.

 

Primeira peça produzida pela Volcar, claramente inspirada na gramática Art Nouveau, na herança do Simbolismo e na tradição caldense. 

Imagem retirada da obra A Nova Cerâmica das Caldas (1989), de Alberto Pinto Ribeiro.

 

A propósito desta jarra poder-se-iam, finalmente, evocar as duas primeiras peças produzidas pela Volcar, antecessora da Secla, desenhadas por Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989) e modeladas por José Elias (datas desconhecidas) entre 1943 e 1944, também elas tratando, de forma menos estilizada, os jarros (Zantedeschia aethiopica L.), no caso, as suas folhas.

 

Embora a temática floral seja semelhante, uma análise comparativa remete necessariamente para segundo plano essas bem modeladas mas rígidas peças da Volcar, que de modo algum podem competir com a estética e a notável sugestão de dinamismo escultórico desta jarra da FLS.

 

 

© MAFLS

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Fevereiro 16 2010

 

Tal como a decoração do prato triangular modelo Arte Nova anteriormente apresentado surgia em várias peças contemporâneas, e em diferentes materiais, também o formato surgia em outros materiais que não a pasta cerâmica.

 

Apresentam-se aqui algumas peças em material plástico produzido pela fábrica UPLA, Fábrica Universal de Plásticos (desde 1997, Grandupla), da Marinha Grande, que evidenciam claras semelhanças entre os pires e o prato triangular da FLS. 

 

Chávenas similares a estas foram também produzidas em cerâmica pela FLS, conforme se pode verificar no volume I do catálogo Porta Aberta às Memórias (2008), publicado pelo MCS para acompanhar a exposição homónima. 

 

Aí se reproduz parte de um serviço de café e chá, com peças de formato idêntico, que pertenceu ao pintor de cerâmica da FLS Nuno Lopes (1920-1974), sendo a autoria do conjunto atribuída a Maria de Lourdes Castro (n. 1934).

 

Nestas peças, notem-se os pormenores de design particularmente adaptados à sua função – o vértice menos arredondado do pires, que permite que este fique ergonómica e eficazmente seguro entre os dedos polegar, indicador e médio, e o recorte das chávenas que permite a sua inclinação total, sem necessidade de, por sua vez, inclinar o pescoço para ingerir completamente o líquido, como acontece com a maioria das chávenas de café.

 

 

© MAFLS

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Fevereiro 14 2010

 

 

 

Grande prato da série Arte Nova, com pintura sob o vidrado, decorado por Maria de Lourdes Castro (n. 1934).

 

Esta peça surge na tabela de Maio de 1960 sob a referência A-1 e a designação "Prato triangular grande", ao preço de 100$00 para "colorido s/ ouro", indicando a cópia desta tabela existente no CDMJA que o seu peso é de 970 gramas.

 

A tabela de Maio de 1979, que apenas inclui 18 peças da série Arte Nova, já não refere este prato. 

 

 

Tendo Maria de Lourdes Castro sido aluna do pintor e ceramista Manuel Cargaleiro (n. 1927) na Escola António Arroio, entre 1947 e 1954, poder-se-ia pensar que a decoração desta peça se teria inspirado num desenho de Cargaleiro, reproduzido acima, criado em 1956 para um prato da Vista Alegre.

 

Contudo, este motivo, bem como as suas diversas variantes, era comum a trabalhos de vários artistas seus contemporâneos e encontrava-se disseminado por inúmeros objectos de arte decorativa da época, incluindo carpetes, como se pode verificar abaixo, sendo claramente uma reinterpretação revivalista inspirada em alguns desenhos dos pintores cubistas e do pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944).

 

 

Detalhe de uma carpete Metropolis, criada em França, para os Tapis Balt, pelo multifacetado artista de origem lituana Jacques Borker (n. 1922; confira diversos aspectos da sua obra em http://borkerjacques.fr/).

 

Publicada na revista Meubles et Décors, número 727, de Fevereiro de 1959, esta imagem vem acompanhada da seguinte legenda:

 

"METROPOLIS : Des triangles oranges sont distribués sur la surface bleu de cobalt. Un cerne noir les isole d'un semis de taches bleu ciel. Cette géométrie à échelle réduite s'intègre dans un cadre restreint. Les bleus intenses s'accordent avec des beiges, des gris, du "tabac". Création de Jacques Borker, édition des Tapis Balt."

 

 

© MAFLS

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Setembro 04 2009

Catálogo da exposição de Maria de Lourdes Castro realizada em 2005, reproduzindo uma peça executada em Faenza.

 

Na pintura, na escultura e na literatura o modernismo português expressou-se logo durante a década de 1910 e, numa segunda fase, em finais da década de 1920 e princípios da seguinte.

 

Nas artes decorativas, se excluirmos casos como os de Raul Lino (1879-1974), de João da Silva (1880-1960), do imigrante Franz Torka (1888-1953), do grupo do Bristol Club e da revista ABC, o modernismo foi um movimento com uma expressão mais vincada no período que se seguiu à II Grande Guerra, aproximando-se já da renovação modernista do pós-guerra preconizada pelas escolas escandinavas.

 

Na produção industrial que acompanhou este movimento renovador assumiram papel de relevo as fábricas de vidro e cerâmica. Destacaram-se, entre estas últimas, as fábricas Aleluia (Aveiro), FLS e Secla (Caldas da Rainha), tendo a Vista Alegre (Ílhavo), as suas associadas Candal (V. N. Gaia) e S. P. (Coimbra), e a Lusitânia (Lisboa e Coimbra) sido mais comedidas na exploração de novas formas e decorações. No âmbito da produção de painéis de azulejo, destacou-se a Fábrica Viúva Lamego (Lisboa).

 

Neste movimento renovador teve grande importância o contributo de diversas artistas, referindo-se aqui os nomes daquelas que mais estreita e regularmente desenvolveram o seu trabalho numa dada fábrica. Na indústria vidreira da Marinha Grande, na Fábrica-Escola Irmãos Stephens, desenvolveram-se as obras de Maria do Carmo Valente (datas desconhecidas) e Maria Helena Matos (n. 1924). Na indústria cerâmica, desenvolveram-se as obras de Hansi Stäel (1913-1961), na Secla, e de Maria de Lourdes Castro (n. 1934), na FLS.

 

Proveniente da Escola António Arroio, em Lisboa, onde tivera como professor o pintor e ceramista Manuel Cargaleiro (n. 1927), Maria de Lourdes Castro desenvolveu a sua obra na FLS em diversos períodos, 1955-1959, 1972-1973 e 1979-1982, tendo entretanto trabalhado em Faenza, Itália, entre 1960 e 1964, e efectuado uma passagem pela fábrica Secla em 1959-1960.

 

A primeira estadia da ceramista na FLS permitiu-lhe desenvolver várias peças da série Arte Nova, constituída por 57 modelos na tabela de preços de 1960, algumas das quais serão aqui reproduzidas em breve.

 

 

© MAFLS

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