Medalhão com cerca de 16,4 cm. de diâmetro, em terracota patinada, ostentando a inscrição Ator Taborda e a assinatura Raul F. [fecit?] incisa. No verso apresenta uma etiqueta circular de leilão, em papel, com a seguinte legenda: Palácio do Correio Velho / Colecção António Capucho / 364.
O facto de o autor assinar apenas com o seu nome próprio poderá indiciar o facto de ser um modelador ou escultor consagrado. Tratar-se-ia, assim, de um contemporâneo, ou de um artista da época imediatamente subsequente, sendo Raul Xavier (1894-1964) o único escultor correspondente a este nome e enquadrável nesta suposição.
Note-se que a grafia utilizada na inscrição (ator e não actor) traduz o preceito VIII do acordo ortográfico de 1911, que já previa a supressão de algumas consoantes mudas. Assim, esta característica poderá também indiciar a hipótese de esta ser uma peça preparada para a comemoração do centenário do nascimento de Francisco Taborda.
O actor Francisco Alves da Silva Taborda (1824-1909) marcou a representação teatral portuguesa da segunda metade do século XIX, sendo particularmente célebre pelas suas interpretações de algumas peças de Molière (1622-1673).
Aclamado em Portugal e no Brasil, onde se deslocou em digressão, tem na Costa do Castelo, Bairro da Mouraria, em Lisboa, um teatro, inaugurado em 1870 e reinaugurado em 1995, com o seu nome (http://www.egeac.pt/presentation.php?equip=9#equip-383), estando a sua memória preservada também na toponímia urbana e na escultura pública do país e da sua terra natal, Abrantes.
Publicação da Câmara Municipal de Lisboa alusiva à recuperação do Teatro Taborda (1996).
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