Jarra da série Arte Nova, com decoração de Nuno Lopes (1920-1974).
Nuno Lopes entrou a serviço da FLS em 2 de Maio de 1951, como pintor de 2.ª, de barro branco, categoria que mantinha ainda em 1969, com a designação barro branco substituída por loiça doméstica, segundo os registos da empresa.
Foi precisamente na década de 1950, num contexto de modernização do design cerâmico português protagonizado pelas fábricas Aleluia (http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/148829.html), de Aveiro, e Secla, das Caldas da Rainha, que a FLS lançou a série Arte Nova.
A inovação deste conjunto de peças não se limitou à decoração, traduzindo também, tal como acontecera nas referidas fábricas, uma renovação das formas. Em certos exemplares, esta série transmitiu à loiça decorativa e à loiça de mesa um maior sentido escultórico, a que se podia aliar, no caso desta última, uma tentativa de lhe conferir maior e melhor funcionalidade. Como se pode observar pela marca reproduzida, foi uma série que se manteve em produção até à década de 1970.
Na tabela de preços de Maio de 1960, existente no CDMJA, a série Arte Nova aparece com 57 peças registadas, surgindo esta jarra sob o número A-23, Jarra n.º 2, ao preço de 60$00 para colorido sem ouro, e com a anotação manuscrita de um peso de 720 gramas.
Na tabela de Maio de 1979 surgem indicados apenas modelos 18 desta série, que já não incluem este formato.
Para mais informação sobre Nuno Lopes consulte o livro Dar Sentido à Argila, Os Ateliês de Decoração na Fábrica da Loiça de Sacavém, publicado pelo Museu de Cerâmica de Sacavém em 2007, onde se reproduzem também algumas das suas peças.
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