Cinzeiro formato Inglês com decoração estampada, e filetagem, sobre o vidrado.
Veja-se uma tigela com este motivo em http://mfls.blogs.sapo.pt/85688.html.
© MAFLS
Cinzeiro formato Inglês com decoração estampada, e filetagem, sobre o vidrado.
Veja-se uma tigela com este motivo em http://mfls.blogs.sapo.pt/85688.html.
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Conjunto de pequenos azulejos, lambrilhas, decorados a stencil (chapa recortada) sob o vidrado.
Com cerca de 6,3 cm. de lado, estas lambrilhas não apresentam qualquer marca no tardoz. Sabe-se, contudo, que a fábrica Viúva Lamego executou dezenas de peças semelhantes a estas para o revestimento do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, realizada em 1937.
Os motivos das lambrilhas apresentadas nessa exposição de 1937, no âmbito da acção do S.P.N. e do seu mentor, António Ferro (1895-1956), deveram-se, entre outros, a Carlos Botelho (1899-1982), Paolo Ferreira (1911-1999), Fred Kradolfer (1903-1968), Bernardo Marques (1899-1962), Emérico Nunes (1888-1968) e Tom (1906-1990).
A propósito da obra do S.P.N./S.N.I. e da apresentação dessas peças na exposição de 1937, declarou António Ferro no opúsculo Apontamentos para uma Exposição (1948), que transcreve o seu discurso pronunciado a 29 de Janeiro desse ano:
"(...) É uma obra, pois, difícil de conceber no seu conjunto (este ou aquele viu isto mas não chegou a saber daquilo...) obra que os seus próprios criadores não conseguem, às vezes, abraçar e chega até a influenciar os que a negam ou combatem sem já saberem porque preferem agora a jarra de Estremoz ao triste solitário, o azulejinho de motivos populares – que apareceu, pela primeira vez, no Pavilhão de Paris –, ao azulejo banalmente floreado, a fingir antigo, a Pousada diferente ao hotel qualquer, a montra-moldura à montra-armazém, a edição certa, harmoniosa à edição horrenda de catálogo barato, etc., etc., etc., (os etc. etc., aqui, não são mascarados pontos finais: onde se diz etc., poderia sempre dizer-se alguma coisa...)."
Anúncio publicado na revista Panorama número 13, III série, de Março de 1959.
Provavelmente, a aplicação de lambrilhas semelhantes terá também ocorrido no pavilhão português da Exposição de Nova Iorque, em 1939, onde estiveram Botelho, Kradolfer e Marques (cf. http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/421144.html), nos diversos pavilhões da Exposição do Mundo Português, realizada em Lisboa no ano seguinte, e no Museu de Arte Popular (http://www.map.imc-ip.pt/pt/index.php), edifício remanescente deste último evento que veio a ser reinaugurado em 1948.
Estes foram motivos recorrentes na arquitectura de interiores durante as duas décadas seguintes, pelo que outros artistas, designers e decoradores de interiores se juntaram àquela lista inicial, havendo notícia que Lucien Donnat (nasceu c.1922), por exemplo, já na década de 1940 se poderia incluir nela.
A popularidade destes motivos é ainda atestada através da produção de lambrilhas semelhantes por outras fábricas, como a Aleluia, de Aveiro (cf. http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/lambrilha).
Nas páginas 62 e 63 do livro O Azulejo em Portugal no Século XX (2000) encontra-se reproduzido um painel depositado no Museu Nacional do Azulejo (http://mnazulejo.imc-ip.pt/) com 152 lambrilhas semelhantes a estas, uma das quais apresentando a data de 1942.
Quatro desses motivos existentes no MNA encontram-se também a ilustrar o anúncio de 1959 reproduzido acima. Contudo, nenhuma dessas 152 lambrilhas é igual às sete que aqui se apresentam.
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Fotografia reproduzindo a escultura de uma corça em estilo Art Déco, formato 298, já aqui apresentada anteriormente (http://mfls.blogs.sapo.pt/16873.html).
Este modelo foi produzido pela FLS entre, pelo menos, 1945 e 1960, pois surge nas tabelas de preço desses anos.
A reprodução desta fotografia é uma cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.
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Grande prato de parede, com cerca de 29,2 cm. de diâmetro, pintado à mão sob o vidrado com a variante número 19 do motivo Quinta.
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Manteigueira com decoração estampada a preto sob o vidrado e complementos policromáticos sobre o vidrado.
Veja-se um açucareiro com o mesmo motivo, mas apenas com a estampa a preto, em http://mfls.blogs.sapo.pt/124517.html.
Note-se a aposição da marca Gilman Lda., da marca incisa SACAVEM e do código alfa-numérico, também inciso na pasta mas não legível na imagem, 4BD.
Como se sabe, a marca Gilman Lda. tem sido referida como uma marca que foi aposta apenas cerca de 1918, embora ainda não tenha aparecido documentação que consolide e corrobore definitivamente essa tese.
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Folha de finais da década de 1950, com desenhos para três diferentes motivos da FLS, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.
A silhueta destas jarras corresponde ao formato 8, que já existia pelo menos desde a década de 1930, e não a qualquer formato Arte Nova desenvolvido na década de 1950.
A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS.
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Grande taça em porcelana da Vista Alegre, com cerca de 31,7 cm. de diâmetro, decorada sobre o vidrado.
Concebida em 2010 pela artista plástica Joana Vasconcelos (n. 1971; cf. http://www.joanavasconcelos.com/home.html), e intitulada La Tache, esta foi a quarta peça lançada pela VA no âmbito do projecto artistas contemporâneos.
A artista Joana Vasconcelos numa fotografia promocional da peça.
Ao contrário do que aconteceu com anteriores edições de cerâmica contemporânea da VA (cf. http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/20398.html), as peças deste projecto têm estado limitadas a formatos previamente existentes, sendo os artistas convidados apenas a conceber a decoração.
Como se pode verificar, a taça reproduzida é a número 270 de uma edição alegadamente limitada a 500 exemplares.
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Prato estampado sob o vidrado com o motivo Alcobaça.
O azul escorrido (flow blue) deste exemplar não se distribui uniformemente, criando uma sensação de desfocagem e distorção que afecta a própria percepção da jarra colocada entre flores, característica central do motivo Alcobaça.
É possível que este efeito tenha decorrido não apenas do empastelamento parcial da estampa, por excesso de tinta, mas também da movimentação involuntária dessa estampa durante o processo químico de transferência da imagem.
Aquilo que é hoje em dia uma curiosa peça de cerâmica estampada, atendendo até ao seu bom estado de conservação, seria na altura da sua produção uma inquestionável peça de refugo.
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Terrina, formato Popular, decorada sob o vidrado com o motivo número 1290.
A particularidade desta decoração reside no facto de ser aplicada sob o vidrado, o que evita o desgaste da mesma com o uso e as sucessivas lavagens.
No entanto, verifica-se uma diferença de tonalidade entre a pintura complementar das pegas e a dos círculos, o que traduz não só uma pintura com técnicas diferentes (as pintas terão sido aplicadas com aerógrafo sobre stencil) mas também uma pintura em duas fases distintas.
Esta decoração pintalgada, conhecida em inglês como Polka Dot, já se encontra documentada e aplicada em tecidos a partir do século XIX, embora se tenha tornado particularmente popular a partir do século XX, não só em tecidos como também em diversas peças cerâmicas, nacionais e internacionais.
O padrão tradicional apresenta as pintas num conjunto homogéneo e equidistante, embora através dos tempos se tenham vindo a criar diversas variantes para essa disposição original.
Uma dessas variantes pode ser observada no conjunto de cafeteira e açucareiro em porcelana, da fábrica polaca Wałbrzych, reproduzido acima.
Uma outra variante, já mais recente, pode ser observada na bracelete em plástico do relógio de pulso Dotchair, desenhado em 1992 e comercializado pela Swatch no ano seguinte.
Aqui, o contraponto do preto e branco à evocação das cores associadas quer a Espanha quer à Catalunha não só remete para uma aproximação aos vestidos e aos tecidos característicos do flamenco e das sevilhanas, como acentua e destaca o design pós-modernista da cadeira, muito característico dos gabinetes barcelonenses de então.
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Chávena de chá e pires, formato Coimbra, com o motivo número 10337 em decalcomania.
As decalcomanias florais encontram-se aplicadas sob o vidrado e a filetagem dourada, obviamente, sobre o vidrado.
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