Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Fevereiro 12 2012

© CDMJA/MCS

 

Vista parcial do pavilhão da FLS na Exposição Colonial Portuguesa, realizada em 1934 no edifício e nos jardins do Palácio de Cristal, Porto, podendo ver-se dois dos oito painéis azulejares que decoravam o seu exterior.

 

Como se referiu anteriormente, estes painéis são da autoria de António de Castro Mourinho (1892-1963).

 

Abaixo apresenta-se um desenho aguarelado, original que serviu para um painel não fotografado desta série, exibido na exposição Porta Aberta às Memórias, realizada em 2008 no MCS. No segundo volume do catálogo desse evento, por lapso, este desenho também surge datado de 1940-1950.

 

A reprodução da fotografia do pavilhão é uma cortesia do CDMJA/MCS. 

 


 

© MAFLS

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Fevereiro 11 2012

 

Placa cerâmica em terracota patinada, aparentemente não assinada, com moldura em madeira medindo cerca de 33,6 x 21,4 cm., cuja autoria está atribuída ao ceramista, escultor e pintor Artur Bual (1926-1999; para uma nota biográfica, ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Bual).

 

© MAFLS

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Fevereiro 10 2012

 

         

 

Bule formato Hotel com a inscrição CHÁ LI=CUNGO sob o vidrado.

 

Conhecem-se outras peças da FLS com inscrições relativas a diferentes marcas de chá – na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, foi exibida uma chávena de chá e pires, formato Hotel, com a inscrição CHÁ-NAMÚLI, e na exposição 150 Anos – 150 Peças, Fábrica de Loiça de Sacavém, realizada em 2006 no Museu de Cerâmica de Sacavém, foi exibido um bule com a inscrição CHÁ LIPTON.

 

Veja-se um artigo, em inglês, sobre a maior região moçambicana produtora de chá – Gurué (antiga Vila Junqueiro), a que esta marca, a marca Namúli, e outras, se encontravam ligadas, nesta página: http://en.wikipedia.org/wiki/Gurúè.

 

 

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Fevereiro 08 2012

 

Azulejo com decoração de uma flor-de-lis aplicada a aerógrafo sobre stencil (chapa recortada), sob o vidrado. No tardoz apresenta a inscrição SACAVEM e o número 2.

 

Este é um símbolo associado a França, desde a Idade Média, mas também ao escu(o)tismo, desde 1907.

 

Recorde-se ainda que a flor-de-lis surge no brasão da última rainha de Portugal, D. Amélia de Orleães e Bragança (1865-1951), o qual está reproduzido neste marcador em porcelana, fabricado pela VA nos finais do século XX para a loja do Palácio da Pena, em Sintra.

 

 

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Fevereiro 06 2012

 

Azeitoneira, formato Redondo, com decoração floral aplicada a stencil (chapa recortada) sob o vidrado.

 

Note-se como a forma estilizada das rosas remete para o design geometrizante e Arte Nova das "rosas escocesas" de Charles R. Mackintosh (1868-1938), já anteriormente mencionado (cf. tag abaixo).

 

 

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Fevereiro 05 2012

 

Pequena jarra bulbosa em faiança da fábrica Bordalo Pinheiro, com cerca de 6,8 cm. de altura, decorada sob o vidrado e apresentando a escultura de um caranguejo aplicada em relevo.

 

Este é um formato comum na produção da fábrica, conhecendo-se peças semelhantes com maiores dimensões, nomeadamente com cerca de 8, 12 e 15 cm. de altura, mas sem a aplicação do caranguejo.

 

Pela data inscrita na base, 1908, vê-se que este é um exemplar produzido no ano em que a fábrica foi adquirida por Manuel Augusto Godinho Leal, embora ostente a marca de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) e seja característico da sua produção.

 

Como se sabe, o ceramista francês Bernard Palissy (1510-1590) celebrizou no século XVI a cerâmica com aplicações em relevo, entre as quais surgiam várias peças com motivos marinhos, criando imagens que foram posteriormente seguidas por vários centros cerâmicos europeus.

 

Já na China, durante o período Kangxi (1662-1722), os motivos com peixes e crustáceos surgiam com frequência nas características decorações pintadas a azul sobre o fundo branco da porcelana.

 

 

As artes japonesas, largamente difundidas no Ocidente durante as últimas quatro décadas do século XIX, vieram novamente avivar o interesse ocidental pelos motivos marinhos que surgiam profusamente nas mais pequenas peças do quotidiano japonês, como os okimono, os netsuke, as tsuba, bem como nas populares xilogravuras, quer em kakemono quer em surimono.

 

Esta pequena caixa japonesa, em bronze patinado com aplicações em latão, ilustra perfeitamente no exíguo espaço da sua tampa essa profusão de elementos marinhos – uma lagosta, uma amêijoa, um polvo, um caranguejo, três peixes e um mexilhão.

 

Em França, o consagrado ceramista Adrien Dalpayrat (1844-1910) criou também pequenas jarras ao gosto nipónico, com aplicação de crustáceos em relevo. Umas dessas peças, com uma sapateira (Cancer pagurus L.) aplicada sobre um vidrado vermelho de cobre, recorda o presente exemplar de Bordalo, salvaguardadas as devidas distâncias entre as qualidades e caraterísticas dos diferentes vidrados.

 

Ainda em França, no mesmo período, diferentes ceramistas, como Charles Greber (1853-1935), e diferentes fábricas, como a Denbac (cf. http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/denbac e http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/denbac), produziram peças com crustáceos  e motivos marinhos aplicados em relevo, prática que também ocorria no resto da Europa e nos EUA.

 

Entretanto, em Portugal, os motivos marinhos aplicados em relevo vieram a tornar-se uma das imagens de marca da cerâmica das Caldas da Rainha, em geral, bem como das peças de Rafael e seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920). 

 

Com a decoração desta pequena jarra estamos, portanto, perante uma imagem comum na cerâmica caldense e bordaliana.

 

 

Mas esta imagem vulgar ganha nova dimensão se recordarmos um dos desenhos de Manuel Gustavo publicado em A Paródia, número 30, de 8 de Agosto de 1900. 

 

Surgindo na primeira página da publicação, e incluído numa série de críticas às instituições e à situação do país, o desenho é acompanhado da legenda "O Progresso Nacional: o grande Caranguejo." 

 

Com este pano de fundo, a mordacidade crítica de Rafael e Manuel Gustavo não podem deixar de nos sugerir novas leituras das suas mais simples e, aparentemente, inócuas produções cerâmicas.

 

Vejam-se alguns desenhos destes autores nos seguintes espaços (as imagens truncadas podem ser visionadas na íntegra depois de guardadas): http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/?skip=10&tag=rafael+bordalo+pinheiro, http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/manuel+gustavo+bordalo+pinheiro, e http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/rafael+bordalo+pinheiro.

 

 

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Fevereiro 04 2012

© CDMJA/MCS

 

Vista parcial do pavilhão da FLS na Exposição Colonial Portuguesa, realizada em 1934 no edifício e nos jardins do Palácio de Cristal, Porto, podendo ver-se dois dos oito painéis azulejares que decoravam o seu exterior.

 

Abaixo encontra-se reproduzido o desenho aguarelado que serviu para a elaboração do painel visível à direita. Da autoria de um dos mais talentosos pintores de azulejos da FLS, António de Castro Mourinho (1892-1963), este original foi exibido na exposição Porta Aberta às Memórias, realizada em 2008 no MCS.

 

Castro Mourinho trabalhou na FLS desde a década de 1920 até ao seu falecimento, conhecendo-se grandes painéis azulejares de sua autoria produzidos na fábrica e datados ainda do ano de 1960.

 

O desenho, com cerca de 20x13 cm., foi doado no ano dessa exposição ao CDMJA/MCS pelo também pintor de azulejos Manuel Vieira Prazeres (n. 1939), que entrou para a FLS em 1954 e aí permaneceu até ao seu encerramento. 

 

No segundo volume do catálogo da referida exposição, por lapso, este desenho surge datado de 1940-1950.

 

A reprodução da fotografia do pavilhão é uma cortesia do CDMJA/MCS.

 

 

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Fevereiro 02 2012

 

Prato do período final da FLS, com o motivo Estátua (Cavalinho) estampado a cinzento claro sob o vidrado.

 

Notem-se as evidentes diferenças relativamente a versões mais antigas do motivo, que estão documentadas aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/motivo+est%C3%A1tua.

 

 

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