Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 15 2012

© MCS/CDMJA 

 

Folha, com desenho do motivo 898 da FLS, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS. 

 

© MAFLS

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Setembro 13 2012

 

Estatueta em barro parian (biscuit) representando o clássico mito de Leda e o Cisne.

 

Modelada por Clariano Casquinha da Costa (n. 1929, activo na FLS durante as décadas de 1950 e 1960), e com cerca de 23,6 cm. de altura, esta figura surge referenciada na tabela de Maio de 1960 sob o número 643, "Figura de Leda com cysne", ao preço de 220$00 e, segundo cópia desta tabela existente no CDMJA, com o peso de 243 gramas.


Esta peça surge ainda na tabela de Maio de 1979 sob o número 9503, ao preço de 727$00.


O mito de Leda foi também tratado em peças de outras fábricas portuguesas, como a VA, havendo ainda registo de Leonel Cardoso (1898-1987) ter executado uma versão com a figura deitada, em faiança com acabamento craquelé, peça não marcada e classificada como exemplar único no já referido catálogo de 1989 (http://mfls.blogs.sapo.pt/11619.html).


Do mesmo modo, sabe-se que Armando Mesquita (1907-1982) executou um modelo em gesso representando este mito, como se pode ver na página 68 do catálogo da exposição Armando Mesquita: Para Além do Visível, organizada pelo MCS em 2004.

 

 

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Setembro 11 2012

 

Conjunto de pequeno vaso, com cerca de 9 cm. de altura, e prato, com cerca de 11,2 cm. de diâmetro, em faiança, pintada à mão sob o vidrado, da Fábrica do Carvalhinho.

 

O formato 191 não se encontra registado na tabela de preços não datada que tem vindo a ser referida.

 

 

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Setembro 09 2012

© MCS/CDMJA 

 

Folha, com desenho do motivo 634 da FLS, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

A projecção da sombra do avião, para duplicar a imagem ou para lhe conceder uma noção de profundidade, era um recurso estilístico já utilizado noutros contextos gráficos, como se pode ver aqui: http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/148505.html.

 

A reprodução da imagem apresentada acima é uma cortesia do CDMJA/MCS. 

 

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Setembro 08 2012

 

Prato triangular, em pasta de barro vermelho, modelado e decorado por Carlos Vizeu (1925-2012).

 

A autora do espaço Cerâmica Modernista em Portugal já sublinhou a aproximação deste tipo de decoração aos movimentos drip painting americano e tachisme francês, pelo que se remetem as pessoas mais interessadas nesta questão para esse texto: http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/2012/04/pratos-rectangulares-carlos-vizeu.html.

 

Já no caso particular do formato desta peça, convém sublinhar a sua semelhança com os pratos triangulares produzidos nas décadas de 1950 e 1960 pela FLS – http://mfls.blogs.sapo.pt/33890.html, fazendo notar ainda que uma folha dactilografada e manuscrita depositada por Clive Gilbert (n. 1938) no CDMJA indica o nome do escultor Carlos Vizeu, pois era essa a sua formação académica, como um dos colaboradores da fábrica.

 

 

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Setembro 07 2012

 

 

Caneca formato Lagos, do último período de produção da FLS, com decoração sobre o vidrado.


Veja-se o mesmo motivo, noutras cores, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/177761.html. Conhecem-se ainda outras canecas deste formato, com este motivo, apresentando diferentes combinações de cor.

 

 

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Setembro 05 2012

 

 

 

Pote com tampa apresentando decoração floral pintada à mão sob o vidrado semi-mate.

 

Este formato, com cerca de 15,8 cm. de altura e que sem tampa pode obviamente funcionar como jarra, parece não ter correspondência no catálogo de formatos de jarras anteriormente reproduzido: http://mfls.blogs.sapo.pt/123502.html.

 

A propósito de alguns formatos da FLS no pós-guerra, da produção conjunta com a fábrica do Carvalhinho e da hipótese de algumas peças se apresentarem incompletas, nomeadamente a eventualidade de alguns potes surgirem sem tampa ou surgirem como jarras, veja-se o que foi escrito anteriormente aqui: https://blogs.sapo.pt/posts/edit?blog=mfls&post=157712&page=42.  

 

 

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Setembro 03 2012

 

Anúncio publicado na brochura Lisboa: Roteiro Ilustradopublicação do Guia de Portugal Artístico para os anos de 1939 e 1940, que apresentava na capa uma aguarela do arquitecto Paulino Montez (1897-1988).


Note–se como as instalações de Lisboa ainda aparecem indicadas na Rua da Prata, ao contrário do que acontece no anúncio publicado na revista Panorama de Junho de 1941 (http://mfls.blogs.sapo.pt/96372.html).


Curiosamente, quer a tabela de loiças sanitárias de Julho de 1938 quer a tabela de serviços, do mesmo ano, apresentam já a sede e contabilidade nos números 126 a 132 da Rua da Prata e a exposição e venda na Avenida da Liberdade, números 49 a 57.


Oficialmente, o domicílio social da FLS passou para o primeiro andar, esquerdo, do número 53 da Avenida da Liberdade por escritura de 12 de Julho de 1941.


Neste anúncio note-se ainda a variante da designação no plural, Fábrica de Loiças de Sacavem, que poderá apenas ser devida a uma gralha.


 

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Setembro 02 2012

 

Até agora as peças da Fábrica do Carvalhinho têm surgido neste espaço porquanto durante mais de três décadas (entre 1930 e 1965) a empresa esteve sob administração da FLS.

 

A fábrica, no entanto, havia sido fundada muitos anos antes – em 1840 segundo alguns autores, em 1841 segundo documentos existentes no Arquivo Distrital do Porto.

 

Para evocar a produção anterior à administração da FLS apresentam-se hoje estes dois azulejos, certamente comercializados como souvenirs para aquistas e visitantes da região de Entre-os-Rios e do Douro, com imagens estampadas a azul sob o vidrado.

 

Nas suas diversas versões para revestimento arquitectónico, os azulejos foram indubitavelmente os artefactos cerâmicos que, durante a viragem do século XIX para o século XX, mais contribuíram para o reconhecimento e consolidação da empresa.

 

Embora os dois exemplares sejam claramente originários da mesma fábrica, apenas o azulejo ilustrado abaixo se encontra marcado no tardoz com a inscrição CARVALHINHO em relevo.

 

Sobre as primeiras décadas das termas de Entre-os-Rios, estabelecidas por alvará de 1894, veja-se aqui um pequeno texto:  http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/268595.html.

 

Para uma visão actualizada e contextualizada da estância balnear, desde há alguns anos sob gestão da Fundação INATEL (http://www.inatel.pt/fundacaohome.aspx?menuid=1&ft=1), veja-se o portal das Termas de Portugal: http://www.termasdeportugal.pt/.

 

 

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Setembro 01 2012

 

Figura em faiança da unidade de Coimbra da Companhia das Fábricas Cerâmica Lusitânia, com cerca de 15,2 cm. de altura, apresentando decoração policromática a esmalte sobre o vidrado.

 

Como se pode constatar, o tratamento desta figura evoca um curioso cruzamento entre as figuras Hümmel anteriormente referidas (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/h%C3%BCmmel), que começaram a ser comercializadas a partir de 1935, e as figuras da série Bébé da FLS (http://mfls.blogs.sapo.pt/56396.html), lançadas a partir de 1945.

 

Uma vez que esta peça não foi produzida antes da década de 1930, dado ser da unidade e Coimbra, e muito provavelmente possa ser de meados da década 1940, é possível que esta seja a resposta concorrencial da CFCL à série Bébé da FLS, embora não se conheçam muitas figuras da CFCL dentro desta gramática.

 

Como se verifica abaixo, esta peça corresponde ao formato 153. Na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, exibiu-se uma figura de um gato, com marca semelhante, correspondente ao formato 167.

 

Nesse evento exibiu-se ainda a figura de um pelicano, correspondente ao formato 113, com a marca CFCL2, peça semelhante a uma que já foi apresentada por MUONT (http://modernaumaoutranemtanto.blogspot.pt/2011/11/pelicano-da-lusitania-coimbra.html#links). Atendendo ao que se refere nesse artigo, a presença de uma marca de Coimbra, fica a dúvida sobre a produção dos mesmos formatos nas unidades de Coimbra e Lisboa.

 

A propósito da marca desta peça, ensaia-se aqui uma tentativa de sistematização, não exaustiva, de diferentes marcas impressas da CFCL, apresentando-se primeiro, por ordem cronológica, as marcas que possivelmente teriam sido exclusivas da unidade de Lisboa. 

 

Permanece, no entanto, a dúvida se a marca CFCL3 não teria sido comum às diferentes unidades da CFCL a partir da década de 1950.

   

                    

CFCL1                                                     CFCL2                                                      CFCL3

 

Foi a partir de 1929 que a CFCL expandiu consideravelmente o seu património e colocou em prática um plano de reconversão, modernização e diversificação de unidades industriais, originando assim o lançamento de diferentes marcas, conforme se pode constatar no relatório e contas da direcção da CFCL para esse ano:

 

"Completado com pleno êxito, no exercício de 1928, o primeiro plano do desenvolvimento industrial, que o nosso director geral iniciara há cêrca de  oito anos, começámos no exercício  findo a efectivar o segundo plano que, de um modo geral, mereceu já a vossa aprovação.

 

No exercício findo adquiriram-se por compra três novas fábricas de produtos cerâmicos, a de Alcarraques, a de Arraiolos e a de Coimbra, que, livres de encargos, pertencem hoje integralmente à nossa Companhia.

 

As novas fábricas possuem terrenos anexos com mais de 250:000 metros quadrados, uma superfície construída de cêrca de 40:000 metros quadrados, e devem ocupar, quando em marcha normal, mais de 1:000 operários.

 

Na nova fábrica de Coimbra, destinada especialmente a cerâmica fina, estamos concentrando quási todos os nossos esforços, com o objectivo de transformá-la ràpidamente numa das maiores fábricas da especialidade. Algumas secções trabalham já regularmente e esperamos normalizar a produção de todas elas durante o exercício de 1930.

 

É evidente que a aquisição das novas fábricas e o apetrechamento da fábrica de Coimbra, onde se construíram já cinco novos fornos e se utilizaram mais de trinta vagões de maquinismos e utensílios, nos obrigou a grandes imobilizações de dinheiro. Porém, os nossos recursos fizeram face a todos os encargos, mesmo os resultantes da compra de novas matérias primas, continuando a situação financeira da nossa Companhia a ser desafogada."

 

Abaixo apresentam-se três marcas impressas relativas a Coimbra, ressalvando-se o facto de se conhecerem também marcas de Coimbra pintadas à mão: http://modernaumaoutranemtanto.blogspot.pt/2011/11/jarra-esferica-lusitania-coimbra.html#links.

 

                   

CFCL Coimbra1                                       CFCL Coimbra2                                      CFCL Coimbra 3

 

Já no relatório e contas da direcção da CFCL para o exercício de 1930 continua a afirmar-se o sucesso da sua política e a consolidação do seu crescimento:

 

"A grave crise económica e financeira que, de um modo geral, afecta todos os países atingiu em Portugal o seu período agudo. A nossa Companhia sentiu-lhe, como é natural, os efeitos, mas o moderno apetrechamento das nossas fábricas, a perfeição dos nossos variados produtos, a nossa boa organização e os nossos fortes recursos permitiram-nos assim mesmo aumentar consideràvelmente as nossas vendas e obter lucros muitos superiores aos do exercício de 1929.

 

À nova fábrica de Coimbra continuou o nosso director geral a dispensar a maior parte dos seus esforços. A produção desta fábrica está hoje normalizada e os respectivos produtos, especialmente a louça sanitária, os azulejos, o grés, os produtos de barro vermelho e os pavimentos hidráulicos e cerâmicos, estão obtendo um interessante sucesso no mercado. As obras de ampliação, a instalação de novas máquinas e a construção de novos fornos tomaram no exercício findo grande desenvolvimento, e vão continuar, com a possível actividade, no exercício de 1931.

 

Nas outras fábricas continuámos a habitual política de aperfeiçoamento e modernização, conservando-se paradas duas delas, por assim o aconselharem os nossos interêsses e a situação do mercado.

 

Estabelecemos no exercício findo o nosso depósito no Pôrto, ficando o escritório e os armazéns centrais instalados na Rua do Almada, 249 a 253.

 

Adquirimos em 1930 uma casa de habitação e uma regular propriedade rústica em Coimbra, e terrenos de apreciável valor industrial nos lugares de Marmeleira, Adémia e Alcarraques."

 

CFCL Porto / Massarelos

 

Apesar das dificuldades decorrentes do contexto económico-financeiro e de grandes contratempos na implementação total e eficaz da unidade de Coimbra, a política de expansão e aquisições da CFCL veio a desenvolver-se durante mais alguns anos, culminando em 1936 com a compra da fábrica de Massarelos, no Porto.

 

Essa aquisição originou o aparecimento de uma nova marca, LUFAPO / MASSARELOS, que se reproduz acima. Como se verifica, esta é uma marca que manteve na essência o modelo instituído no início do século XX durante a fase da Empresa Cerâmica Portuense (1904-1912), o qual fora também preservado posteriormente na fase Chambers & Wall (1912-1936).

 

Assim, no interior do círculo, às iniciais ECP sucederam-se as iniciais C&W e, no período CFCL, a cruz de Cristo.

 

 

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