Grande prato de parede, com cerca de 36,4 cm. de diâmetro, apresentando decoração de F. Macedo (datas desconhecidas) executada em 1934 na Fábrica do Agueiro, em Vila Nova de Gaia.
Sobre esta fábrica, o livro Itinerário da Faiança do Porto e Gaia (2001) refere o seguinte:
"Estabelecida em 1919 no sítio do Agueiro, em Mafamude, mas com entrada por Soares dos Reis. Dedicava-se ao fabrico de louça e azulejo. Foi continuada por impulso de José de Almeida Pinheiro, em 1941, sendo conhecida sob a firma Cerâmica Soares dos Reis Lª, embora também use, sobretudo em painéis de azulejo, a antiga firma Fábrica do Agueiro. Manteve-se em laboração, com alguma qualidade e originalidade artística, até 1964."
Reproduzidas abaixo encontram-se algumas imagens de um revestimento azulejar ostentando a assinatura da Fábrica do Agueiro. Trata-se de um dos conjuntos públicos mais conhecidos desta empresa. Tendo sido executado em 1931, ornamenta a antiga Praça do Rossio, entretanto rebaptizada Praça da República, em Viseu.
Como também já havia sido referido anteriormente (ver artigo mencionado abaixo) a fábrica Soares dos Reis foi reestruturada em 1941. Efectivamente, nos dois primeiros artigos de uma escritura datada de 25 de Agosto desse ano pode ler-se o seguinte:
" Sob a denominação de Fábrica de Cerâmica Soares dos Reis, Limitada, e com o objectivo de explorar o fabrico de louças de pó de pedra e quaisquer outros tipos ou géneros de cerâmica, podendo, no entanto, dedicar-se a outros ramos de indústria ou comércio que os sócios determinem, constitue-se a presente sociedade [sociedade comercial por cotas de responsabilidade limitada], que durará por tempo ilimitado, a contar desta data, sendo a sua sede e domicílio na Rua Soares dos Reis, 159, da vila e concelho de Gaia.
O capital social, que se acha inteiramente realizado em dinheiro, é de 80.000$00, dividido nas seguintes cotas dos sócios: D. Beatriz Magalhãis de Almeida, 47.500$00; António Pereira da Silva, 12.500$00; Fernando Osório Oliveira e Manuel João da Costa, 10.000$00 cada um."
Assim, poder-se-á concluir que, muito provavelmente, foi a partir desta data que a popular designação Fábrica do Agueiro passou a deixar de constar das peças produzidas na empresa.
Sublinhe-se ainda o curioso facto de o nome de José de Almeida Pinheiro, referido no Itinerário da Faiança do Porto e Gaia, não surgir nesta escritura de 1941, nem como sócio, nem como administrador ou gerente, embora se trate muito provavelmente de um familiar da maior accionista.
Veja-se um outro prato desta fábrica, com a designação Soares dos Reis, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/68135.html.
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