Estatueta em faiança, com cerca de 20cm. de altura, representando Sto. António de Lisboa (Pádua).
Numa tradição caricatural que se enraíza na arte popular e nas criações bordalianas de final do século XIX, encontramo-nos perante um abordagem cerâmica que se enquadra num certo revivalismo e renovação do artesanato e das artes populares em Portugal.
Este revivalismo, associado ainda a uma recuperação de marcas e imagens de meados do século XX, vem-se afirmando desde a década passada e, a nível urbano e intelectual, teve como símbolo congregador o movimento que, a partir de 2008, se manifestou a favor da manutenção e recuperação do Museu de Arte Popular (http://www.map.imc-ip.pt/pt/index.php).
Localizado em Lisboa, este museu resultou de um aproveitamento posterior de um pavilhão, o Pavilhão de Etnografia (http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/394171.html), criado para a Exposição do Mundo Português, realizada em 1940.
Curiosamente, o conceito que inicialmente estava subjacente a este projecto museológico derivava da Política de Espírito preconizada por António Ferro (1895-1956; http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/10900.html), o qual esteve durante décadas estreitamente identificado com a política do Estado Novo.
Lamentavelmente, esta peça, de que se conhecem outras variantes de cor e vidrado, apenas ostenta uma assinatura incisa na pasta, que se reproduz abaixo, e o carimbo PORTUGAL na base, nada mais se sabendo sobre a sua oficina de origem ou autor/a, embora se creia que possa ser oriunda da Faióbidos.
A peça hoje apresentada foi propositadamente adquirida há poucos dias numa loja de Lisboa para demonstrar que, embora certas pessoas e certas atitudes não o mereçam, o desportivismo e a educada chamada de atenção para actos irresponsáveis, mas judicialmente responsabilizáveis, são timbre deste espaço.
De forma despudorada, a loja onde esta peça foi adquirida, e a empresa a que esta pertence, reproduziram sem autorização, referência de fonte ou qualquer respeito por direitos de autor, imagens provenientes deste espaço para fins pessoais e comerciais.
Utilizadas para criar a imagem de marca da loja e de um certo "estilo de vida", que esperamos não se paute por aquilo que este acto exemplifica, as fotografias desrespeitadas no seu © foram abusivamente retiradas daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/242662.html, daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/243878.html, daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/279969.html, daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/293180.html, daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/294785.html, daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/306502.html, e daqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/308281.html.
No passado, algumas das peças divulgadas pelo BR9 e pelo MAFLS foram exibidas em diversas exposições, tiveram as suas imagens utilizadas em trabalhos académicos ou reproduzidas em catálogos e publicações da Assembleia da República e dos CTT, mas sempre com a devida autorização, referências às fontes, e pleno respeito pelos direitos de autor.
Ultimamente, algumas publicações, digitais ou não, têm vindo a canibalizar selvaticamente essas imagens, insistindo em atribuir culpas a outros espaços de onde, supostamente, as imagens foram retiradas e não fazendo, sequer, a devida atribuição mesmo depois de serem notificadas da sua origem.
Na sequência desta contínua e confusa canibalização de imagens, chegou-se ao extremo de, num recente pedido de esclarecimentos dirigido à CML a propósito da protecção do património azulejar (http://cidadanialx.blogspot.pt/search/label/azulejos%20publicit%C3%A1rios), se atribuir falsa e erroneamente a autoria de imagens oriundas destes espaço a outrem, atribuição que entretanto foi corrigida.
Enfim, mais um triste sinal dos tristes tempos que atravessamos.
© MAFLS