Prudência, escultura de Raul Xavier (1894-1964) para o Palácio de S. Bento. Fotografia de Jaime Silva (datas desconhecidas) registada em 2004.
(http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pal%C3%A1cio_de_S%C3%A3o_Bento_-_A_%22Prud%C3%AAncia%22_.jpg)
O assassinato do director-geral da FLS, Diamantino Monteiro Pereira, ocorrido em Almada no dia 6 de Dezembro de 1982, antecedeu as eleições autárquicas de 12 de Dezembro desse ano e veio culminar um ano de profunda contestação sindical e agitação laboral na empresa.
Com efeito, já em Abril desse ano a preocupante situação da FLS havia sido discutida no Palácio de S. Bento por alguns deputados da Assembleia da República, nomeadamente por membros dos grupos parlamentares de esquerda, como o Movimento Democrático Português/Coligação Democrática Eleitoral, o Partido Comunista Português e a União Democrática Popular.
Em 1982 o país era governado pelo VIII Governo Constitucional, liderado pelo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão (n. 1937). Constituído por uma aliança entre o Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico este governo esteve em funções entre 4 de Setembro de 1981 e 9 de Junho de 1983.
A Assembleia da República de então era constituída por deputados pertencentes a nove partidos – Acção Social-Democrata Independente, CDS, MDP/CDE, PCP, PPM, Partido Socialista, PSD, UDP e União da Esquerda para a Democracia Socialista.
Pelo valor documental e político que apresentam, e para uma compreensão multilateral da complexa problemática que afectava a FLS, as intervenções de deputados registadas nas sessões plenárias de 15 e 20 de Abril de 1982 serão aqui integralmente transcritas ao longo das próximas semanas.
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