Jarra em faiança, com cerca de 33,4 cm. de altura, decorada sob o vidrado e com complementos a dourado sobre o vidrado, produzida pela fábrica francesa Keller et Guérin, em Lunéville, no final do século XIX.
A designação empresarial Keller et Guérin surgiu em 1892, após a reunificação das fábricas de Lunéville, que havia sido fundada em 1730, e de Saint-Clément, que havia sido fundada cerca de 1758. Na base desta designação está o nome de Sébastien Keller (1750-1829), que havia adquirido a fábrica de Lunéville em 1786.
Em 1922 Edouard Fenal (?-1938), dono das faianças de Badonviller, adquiriu a empresa, criando assim um grande conglomerado empresarial na área de cerâmica, que manteve as unidades autónomas, bem como a sua designação diferenciada.
Em 1963, contudo, as três unidades fabris foram englobadas numa só empresa, passando a produção a efectuar-se apenas em Saint-Clément a partir de 1991. Entretanto, a empresa havia feito uma OPA sobre as faianças de Sarreguemines (http://mfls.blogs.sapo.pt/213547.html) em 1978.
Já neste século, em 2006, todas as empresas do grupo foram adquiridas pelo grupo Faïence et Cristal de France, passando a designar-se por Terres d'Est (http://www.terresdest.fr/fr/). Actualmente, todas estas empresas integram o grupo Jolies Ceramiques.
Como se comprova por este exemplar, a empresa Keller et Guérin já se havia notabilizado por harmoniosas e opulentas decorações em formatos tradicionais antes de contar com a colaboração de célebres designers como Ernest Bussière (1863-1913), Geo Condé (1891-1980), Émile Gallé (1846-1904), Edmond Lachenal (1855-1930), e os irmãos Joseph (1876-1961) e Pierre Mougin (1880-1955).
A K&G executou também várias e valiosas peças com decoração irisada, ao estilo de Clement Massier (1845-1917), mas foram as extraordinárias criações esculturais de Bussière (http://www.ecole-de-nancy.com/web/index.php?page=ernest-bussiere-2), dentro do estilo Art Nouveau, que vieram a consagrar e consolidar a imagem da fábrica nos grandes museus mundiais da especialidade.