Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Dezembro 26 2013

 

Um apurado sentido da estética contemporânea e uma grande perícia como ceramista  foram características fundamentais para estabelecer e desenvolver a qualidade e a celebridade, restrita ainda hoje a um círculo específico de especialistas e coleccionadores, das peças produzidas em grés por René Denert (1872-1937).

 

Fundada por Denert e René Louis Balichon (1885-1949), em Vierzon, França, no ano de 1910, já no período de declínio criativo do estilo Art Nouveau, a fábrica Denbac (denominação instituída c. 1914) consagrou grande parte do seu tempo à produção de exemplos notáveis e singulares de peças cerâmicas decorativas que epitomizam perfeitamente este movimento.

 

As quatro peças aqui reproduzidas ilustram, embora de forma incompleta, o aspecto ecléctico das formas e dos vidrados desenvolvidos por Denert quer no estilo Art Nouveau quer no estilo Art Déco, bem como o grande sentido escultórico que este imprimiu ao seu trabalho.

 

Apresentando vidrados quer mates quer brilhantes, ou uma combinação dos dois, mas com acentuada preferência pelos primeiros, Denert desenvolveu peças onde a estilização do figurativismo vegetal se combina com os microcristais escorridos para conceder à obra cerâmica uma harmonização simultaneamente discreta e feérica, em particular quando  a luz incide fortemente sobre o vidrado e faz cintilar a sua componente cristalina.

 

A utilização de microcristais no vidrado – técnica frequente durante o final do século XIX e princípios do século XX em fábricas como Pierrefonds, Sarreguemines e Sèvres, em França, Royal Copenhagen, na Dinamarca, Ruskin, em Inglaterra, Fulper e Roseville, nos E.U.A., e muitas mais, assumiu na fábrica Denbac uma expressão singular precisamente devido ao sentido e à harmonia escultórica que Denert desenvolveu nas peças que serviam de suporte ao vidrado microcristalino.

 

 

A primeira jarra, com cerca de 20,5 cm. de altura, ostenta uma combinação azul-esverdeada característica do vidrado da fábrica e apresenta uma notável modelação vegetalista elaborada ao sinuoso gosto Art Nouveau.

 

A segunda, com cerca de 9,8 cm. de altura, apresenta diferente combinação de vidrados numa inequívoca e clara alusão ao monte Fuji, ícone que surgia de forma algo equívoca e estilizada na peça BFK ontem apresentada (http://mfls.blogs.sapo.pt/276165.html), materializando assim mais uma homenagem ocidental à tradição cerâmica do Japão.

 

Este formato, correspondente ao número 185, não é exclusivo da Denbac, conhecendo-se variantes, com maiores ou menores semelhanças, em diversas fábricas e oficinas francesas e europeias. Aliás, dentro da própria produção da Denbac, esta mesma peça poderá ter surgido como uma variante mais depurada e harmoniosa do formato 184.

 

Fora da Denbac, a variante mais próxima deste formato 185, ligeiramente menos larga e menos achatada, é a que corresponde ao formato 124 criado em grés por Jean Pointu (1843-1925), já na fase final da sua carreira, depois de se instalar em Saint-Amand-en-Puisaye (http://www.grespuisaye.fr/ecolecarries/jpointu.html).

 

O facto de Pointu apenas ter começado a produzir grés a partir de 1906, ano da sua instalação naquela localidade, coloca a curiosa questão de saber qual das peças poderá ter inspirado a outra, pois Denert registou a empresa Denert, consagrada à produção de grès flammés e antecessora da Denbac, em 1909.

 

 

 

A terceira jarra, com cerca de 21,6 cm. de altura, ostenta novamente a mais célebre combinação cromática da Denbac, apresentando já um formato geometrizante ao gosto Art Déco.

 

Evocando, de alguma maneira, formas que surgem nas civilizações pré-colombianas e nas versões menos exuberantes da tendência Déco designada, particularmente no sudoeste dos EUA, por Pueblo Deco, esta proposta de composição haveria de surgir também numa peça de secções cilíndricas sobrepostas, da linha Futura, produzida na fábrica americana Roseville.

 

 

Finalmente, a última jarra, com cerca de 31,2 cm. de altura, apresenta de forma harmoniosa, discreta e elegante um dos símbolos da França – a flor-de-lis, integrando-o numa subtil composição escultórica de inspiração vegetalista.

 

O vidrado aqui patente, também comum a muitas outras peças Denbac, traduz nas suas tonalidades a ideia sugerida pela designação da técnica utilizada para produzir as peças – grès flammés, nesta pequena mas artisticamente importante unidade industrial cerâmica que acabou por encerrar em 1952.

 

Vejam-se diversos outros exemplares da produção Denbac aqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/denbac, e aqui: http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/denbac, e consulte-se o fundamental trabalho de catalogação que Alexandre Hoffman está a desenvolver aqui: http://sandre74.free.fr/index%202006.htm.

 

               

 

© MAFLS

 

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Dezembro 25 2013

 

Presépio do último período de produção da FLS.

 

Esta peça, modelada por José da Silva Pedro (1907-1981), que tem a sua casa-museu em Sacavém, foi também comercializada em barro parian sem qualquer pintura.

 

Fotografia da peça por Hector Castro, coleccionador e proprietário deste exemplar, a quem se agradece a cedência da imagem.

 

© MAFLS

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Dezembro 25 2013

 

Como já foi referido anteriormente (http://mfls.blogs.sapo.pt/211552.html), a tradição cerâmica da família Boch remonta a meados do século XVIII, tendo a fábrica Boch Frères / Keramis sido fundada já em meados do século seguinte.

 

Este ano, o espaço dedicado à BFK ilustra alguma da diversificada produção da fábrica, quer quanto às pastas – faiança e grés, quer quanto às diferentes decorações.

 

A primeira peça apresentada, um jarrão com o motivo 17 e medindo cerca de 39,6 cm. de altura, ilustra uma decoração floral influenciada pelo estilo Art Nouveau, sobre fundo metalizado de cobre.

 

Produzida, certamente, no primeiro período da direcção artística de Charles Catteau (1880-1966), insere-se ainda na tradição de revestimentos metalizados e irisados cuja técnica foi celebrizada em França por Clement Massier (1845-1917), e seus descendentes, a partir da década  de 1880.

 

 

A segunda peça, uma pequena jarra em grés com cerca de 9,4 cm. de altura e ostentando o motivo 661, datável já de 1921, traduz ainda uma influência japonizante que transitou também do século XIX.

 

Evocando na sua forma contida aquele que poderia ser o perfil do monte Fuji, esta jarra apresenta um vidrado escorrido multicolorido sobre um vidrado verde mate, técnica característica da tradição cerâmica japonesa.

 

 

A terceira jarra, com cerca de 30,4 cm. de altura e um design datável de 1927, apresenta já uma característica decoração floral de inspiração Art Déco, com o motivo 1121, associada à técnica de vidrado e ao fundo craquelé que celebrizou a produção da fábrica nesse período.

 

O tom verde de jade predominante nesta peça remete ainda para uma cor derivada do óxido de ferro, denominada celadon green em inglês, característica de diversas peças cerâmicas chinesas e coreanas.

 

Sob a inscrição D.1121 parecem surgir as iniciais L. L., que corresponderão a Leon Lambillotte (1908-1980), um artista que colaborou com a BFK a partir de 1925.

 

 

Finalmente, a última jarra, com cerca de 30,1 cm. de altura, apresenta novamente um vidrado distinto, cuja superfície é mais lisa ao tacto, com tonalidades características do final da década de 1930 e princípios da década seguinte.

 

Através de um prato comemorativo do centenário da fundação da BFK (datado de 18 de Março de 1941), com a mesma tonalidade, a mesma técnica decorativa desta jarra e numeração próxima (2741), deduz-se que o motivo 2524 terá sido criado em 1940, durante o primeiro ano de ocupação da Bélgica pelas forças nazis.

 

               

 

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Dezembro 24 2013

 

Porque é Natal, retomam-se as habituais saudações a quem visita este espaço, em geral, e a companheiras e companheiros da divulgação cerâmica na blogosfera, em particular.

 

Saúdam-se ainda, particularmente, os coleccionadores e as instituições que têm contribuído com imagens de peças das suas colecções para a divulgação cerâmica que aqui se tem vindo a fazer, e envia-se uma especial saudação para Clive Gilbert agradecendo a partilha das suas memórias neste espaço.

 

Porque CMP* (http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/) e MUONT (http://modernaumaoutranemtanto.blogspot.pt/) se sentirão certamente evocados numa ou noutra peça das que integram The Twelve Days of Christmas deste ano, as ilustrações dedicadas a compagnons de route limitam-se a dois exemplares que evocam mais a heterogeneidade dos espaços de Maria Andrade (http://artelivrosevelharias.blogspot.pt/) e Luís Montalvão (http://velhariasdoluis.blogspot.pt/).

 

Em cima, o rosto daquela que é, aparentemente, pois nem sequer surge referenciada na PORBASE, uma rara e curiosa, porque anotada com um extenso rol de roupa nas diversas guardas, primeira edição em língua portuguesa da consagrada obra Paul et Virginie (1787), de Jacques-Henri de Saint Pierre (1737-1814), paradigma do amor puro e do paraíso perdido.

 

Em baixo, um okimono, provavelmete do período Meiji (1868-1912), representando um pescador com os artefactos da sua arte e o seu pescado, paradigma da prosperidade e abundância.

 

Para todos, votos de Festas Felizes e excelente Ano Novo!

 

publicado por blogdaruanove às 13:09

Dezembro 24 2013

 

Retomando uma iniciativa lançada no ano passado, anuncia-se hoje mais uma edição de The Twelve Days of Christmas, para saudar os visitantes internacionais deste espaço.

 

Desta vez, a introdução a este novo grupo de cerâmica apresenta duas peças de fábricas não identificadas.

 

A estatueta em porcelana apresentada acima, de inspiração Art Déco e com cerca de 21,4 cm. de altura, será de provável fabrico alemão, enquanto a peça apresentada abaixo, com cerca de 15 cm. de altura e 31,6 cm. de largura, em faiança com um design de inspiração Art Nouveau, poderá ser de fabrico alemão ou austríaco.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 00:01

Dezembro 23 2013

 

Pequena árvore de Natal.

 

Fotografias da peça por Hector Castro, coleccionador e proprietário deste exemplar, a quem se agradece a cedência das imagens.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 21:01

Dezembro 22 2013

 

Medalhão oval relevado e recortado, com cerca de 9,3 x 7,8 x 1,3 cm, em porcelana da fábrica Artibus, de Aveiro.

 

As fissuras na tonalidade azul devem-se ao facto de estar ter sido uma camada cromática aplicada sobre o vidrado.

 

Concebida na tradição das medalhas que se colocavam nos berços para proteger bébés sob a custódia do anjo da guarda (http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/85920.html), esta peça não deixa de recordar uma edição da VA alusiva ao Natal que já aqui foi apresentada (http://mfls.blogs.sapo.pt/142873.html).

 

 

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publicado por blogdaruanove às 21:01

Dezembro 21 2013

 

Figura da série Bébé, modelada por Leonel Cardoso (1898-1987), representando uma viloa madeirense.

 

Esta peça surge referenciada numa adenda manuscrita ao exemplar da tabela de Novembro de 1945, existente no CDMJA, sob a designação Mulher da Madeira e o número 427, ao preço de 35$00. 

 

A presente imagem, que reproduz uma peça do acervo do Museu de Cerâmica de Sacavém, consta do catálogo da exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, e é da autoria do fotógrafo João Francisco Vilhena (n. 1965).

 

Note-se que a imagem original foi registada em película e posteriormente digitalizada, o que afectou a sua qualidade e não reflecte as características que uma impressão em papel fotográfico oferece.

 

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publicado por blogdaruanove às 21:01

Dezembro 19 2013

© MCS/CDMJA

 

Detalhe de uma página cromolitografada de catálogo para azulejos de arquitrave da FLS, apresentando um friso de azulejos com decoração floral de inspiração Art Nouveau.

 

Esta página impressa na Litografia do Bolhão, Porto, será datável da década de 1910.

 

Cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

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Dezembro 17 2013

 

Zita Seabra (n. 1949), então deputada do PCP (http://www.pcp.pt/), foi a primeira a abordar a questão da FLS na reunião plenária de 15 de Abril de 1982, fazendo as seguintes declarações:

 

"Na Fábrica de Loiça de Sacavém, a administração, em três meses, despediu quatro dirigentes sindicais, violou as instalações da comissão de trabalhadores, proibiu plenários legalmente convocados, levantou cerca de 60 processos disciplinares, tentou levar por diante, de forma fraudulenta, a criação de uma empresa noutra zona do mesmo ramo de actividade, com consequente despedimento de 1200 trabalhadores.

 

Incapaz de prosseguir os seus planos, a administração encontra no Dr. Ângelo Correia [Ministro da Administração Interna] o aliado necessário. É assim que cerca de 300 elementos da GNR invadiram as instalações da empresa, trazendo nas mãos um despacho do MAI em que, para além da cobertura policial do administrador responsável, se dava ordens para proibir a entrada de dirigentes sindicais considerados como «agitadores».

 

Ainda ontem, nova incursão na fábrica por parte das forças militarizadas teve como objectivo fazer uma prova de força. A firmeza da luta e serenidade dos trabalhadores têm sido exemplares e por isso daqui os saudamos, manifestando-lhes a nossa inteira solidariedade.

 

[Aplausos do PCP, do MDP/CDE e da UDP]"

 

(...)

 

 

"Por último, faço uma referência à questão que me foi colocada pelo Sr. Deputado Mário Tomé [UDP], que agradeço, a qual, na verdade, não posso deixar de passar sem um comentário: é lamentável que aqui, na Assembleia da República, quando trabalhadores de uma fábrica, como é o caso da Fábrica de Louça de Sacavém, que têm tido uma luta exemplar e que têm lá tido a GNR a mando do Sr. Ministro da Administração Interna, só porque estão em defesa dos seus postos de trabalho e do seu direito ao trabalho, haja deputados nesta Câmara que se riam quando esta questão è aqui posta.

 

Essa virtude é, na verdade, de um desprezo e de uma vergonha total perante o que é o povo português e o que são os trabalhadores.

 

Nós iremos hoje à Fábrica de Louça de Sacavém com outros deputados desta Câmara e não deixaremos de lá referir a gargalhada que os Srs. Deputados da maioria aqui soltaram quando aqui se falou nos problemas e na luta que com tanto sacrifício eles travam.

 

[Aplausos do PCP, da UEDS, do MDP/CDE, da UDP, e do Sr. Deputado Carlos Lage (PS)]"

 

(...)

 

 

"A Oradora [Zita Seabra]: - Como é que consegue entrar aqui de repente e pronunciar-se sobre um assunto que nem sequer ouviu?

 

Por exemplo, o Sr. Deputado [Sousa Tavares, PSD] pergunta como é que se pode ter falado na Fábrica de Louça de Sacavém quando se falou de revisão constitucional. É que eu não falei de revisão constitucional, mas sim da Fábrica de Louça de Sacavém.

 

A diferença é só esta: li uma página do meu discurso sobre essa Fábrica e o Sr. Deputado é que está com a revisão constitucional na cabeça. Lá tem as suas razões…!

 

Aliás, compreendo perfeitamente que esteja tão preocupado com isso, que sonhe, que todos os dias delire e que venha para aqui ainda a pensar na revisão constitucional.

 

[Protestos do Sr. Deputado Silva Marques, do PSD.]"

 

(...)

 

Excertos transcritos do Diário da Assembleia da República, I Série, número 74, de 16 de Abril de 1982.

 

Veja-se alguma da propaganda alusiva ao PCP, produzida na FLS, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/pcp.

 

 

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