Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Janeiro 30 2014

 

Lavanda, a que faltará o complemento do gomil, ou apenas bacia ou travessa funda, com cerca de 5,8 x 36 x 24 cm., em faiança da Fábrica do Carvalhinho.

 

Note-se que, para além de apresentar o nome da pintora, este exemplar não ostenta no tardoz qualquer indicação relativa quer ao formato quer à decoração, o que poderá indiciar ser esta uma peça produzida depois de 1965, ano em que a FLS abandonou a sua participação na Carvalhinho.

 

De acordo com aquilo que genericamente acontecia quanto ao labor feminino nas grandes unidades industriais portuguesas de cerâmica, observou Fausto Martins (n. 1939), na sua comunicação Subsídios para a História da Fábrica Cerâmica do Carvalhinho (apresentada em Novembro de 1983, publicada como separata da revista Gaya em 1984), sobre o período em que a Carvalhinho foi gerida pela FLS (1930-1965):

 

"De uma maneira geral, podemos dizer que os homens se dedicavam, primordialmente, à pintura dos painéis de azulejos, cabendo às mulheres a pintura de loiça decorativa. Neste capítulo, é de justiça salientar o nome de Adriana Correia, mulher de grande sensibilidade artística, acompanhada, mais tarde, por Maria Natália Soares Leitão que, durante anos, dirigiram o importante sector da louça de ornamentação, em que trabalhavam 100 mulheres."

 

 

© MAFLS

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Janeiro 28 2014

 

Boião para mel com decoração em relevo e pintura a aerógrafo.

 

Esta peça surgia na tabela de preços de Novembro de 1945, sob  o número 172 e a designação "Boião para mel formato colmeia", ao preço de 17$50 para "Colorido s/ ouro".

 

Na tabela de Maio de 1951 surgia já a 20$00, preço que mantinha ainda na tabela de Maio de 1960, onde, de acordo com as anotações manuscritas no exemplar existente no CDMJA, se indica que o seu peso é de 330 gramas.

 

Como se pode comprovar na fotografia reproduzida abaixo, neste boião o número correspondente ao formato surge inciso na pasta.

 

 

© MAFLS

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Janeiro 27 2014

 

Hoje, para além de se mostrar reconhecido ao SAPO pelo alojamento, o MAFLS deve agradecer mais um destaque, desta vez na secção Local.

 

 

 

Assim, quem hoje consultar qualquer página local do SAPO, desde Chaves (http://local.sapo.pt/chaves/) a Faro (http://local.sapo.pt/faro/) ou do Corvo (http://local.sapo.pt/corvo/) a Porto Santo (http://local.sapo.pt/porto_santo/), encontrará o artigo Declarações sobre a FLS na Assembleia da República (V) destacado conjuntamente com nove outros artigos de nove diferentes blogs.

 

 

© MAFLS

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Janeiro 26 2014

 

Herberto Goulart (1934-2013), deputado do MDP/CDE, inscreveu-se para abordar a questão da FLS na reunião plenária de 15 de Abril de 1982 mas apenas teve oportunidade de se pronunciar na sessão de 20 de Abril, fazendo as seguintes declarações:

 

"Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tinha ficado inscrito numa sessão anterior para pedir esclarecimentos, na sequência de uma intervenção do Sr. Deputado do PCP Jerónimo de Sousa.

 

Dada a sobrecarga de trabalhos que tem havido nos períodos de antes da ordem do dia, informo a Mesa que prescindo desse pedido de esclarecimentos, incluindo nesta intervenção de 5 minutos que agora vou fazer algumas das ideias que tinha para pôr ao Sr. Deputado.

 

O Sr. Deputado Jerónimo de Sousa trouxe à Assembleia da República dois casos importantes de lutas significativas dos trabalhadores, isto é, os casos do Hotel Baía e da Fábrica de Loiça de Sacavém.

 

Já tive oportunidade de, em momento anterior, manifestar a solidariedade do meu partido à justa luta dos trabalhadores do Hotel Baía. Não vou abordar agora essa questão, reiterando, no entanto, a nossa solidariedade à luta de tais trabalhadores, nomeadamente pelo facto de ela ter pela frente uma sistemática violação dos direitos das empresas em autogestão e, naturalmente, dos direitos dos trabalhadores por parte do Governo.

 

Queria cingir-me ao que penso ser a grave questão da Fábrica de Loiça de Sacavém, abordando aqui alguns aspectos complementares daqueles que o Sr. Jerónimo de Sousa considerou aqui, há alguns dias atrás, na sua intervenção.

 

Gostaria de chamar a atenção, em primeiro lugar, para um aspecto importante que penso que o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa não destacou suficientemente na sua intervenção, isto é, para o facto de a administração da Fábrica de Loiça de Sacavém vir praticando, em relação aos cerca de 1200 trabalhadores, uma autêntica repressão selectiva, visando precisamente aqueles trabalhadores que são os mais empenhados na defesa dos direitos das suas estruturas representativas, dos direitos dos trabalhadores e, inclusive, na defesa do próprio interesse da empresa.

 

No passado dia 7 deste mês a administração da Fábrica de Loiça de Sacavém apresentou notas de culpa a 13 trabalhadores da empresa que eram, curiosamente, todos membros da comissão de trabalhadores ou delegados sindicais. De entre esses 13 trabalhadores – não tive acesso a todas as notas de culpa, mas apenas a 9 –, verifica-se existirem 2 trabalhadores com 17 anos de actividade na empresa, um com 27 anos, um com 30 anos, um com 36 anos e um com 39 anos.

 

Pergunto, Srs. Deputados, se é sequer admissível que um homem que dá 39 anos da sua vida a uma empresa possa ser, apenas por ter defendido os seus direitos como trabalhador, os direitos dos seus colegas de trabalho, possa ser, repito, por motivos perfeitamente falseados, submetido a um processo de suspensão, a um processo que aponta, na intenção da administração da empresa, pura e simplesmente, para o seu despedimento.

 

Uma voz do PCP: – Muito bem!

 

O Orador: – Outro aspecto que julgo que o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa não teve oportunidade de informar a Câmara e que, naturalmente, não consta da volumosa documentação que todos os grupos parlamentares já receberam, é o que respeita ao que se passou no passado dia 7, quando a empresa foi invadida, com todo o à vontade, por 200 elementos da GNR, parte deles membros da Brigada de Intervenção, armados, portanto, de bastões, com capacetes e viseiras, procurando proteger a entrada na empresa ao administrador contestado pelos trabalhadores, dr. Monteiro Pereira.

 

Nesse mesmo dia, a reacção dos trabalhadores, que estavam nos seus postos de trabalho e eram na ordem dos 800/900, foi perfeitamente unânime, evidenciando a sua unidade. Isto é, pouco depois da entrada do administrador, pouco tempo depois da presença deste aparato policial inaceitável da GNR dentro da empresa, a Fábrica de Loiça de Sacavém encontrava-se completamente paralisada, evidenciando esta paralisação uma atitude de solidariedade para com aqueles que a administração pretende despedir, uma atitude de recusa a que continue na empresa este administrador, o qual procura levá-la à falência, uma atitude ainda de repúdio contra esta forma ilegal de o Governo intervir para solucionar os conflitos laborais existentes na empresa.

 

Foram aqui referidas as fraudes fiscais e as anormalidades da gestão da administração, nomeadamente a constituição de uma nova empresa, a SANICER, no Carregado, que é uma porta aberta para inviabilizar, no futuro, a Fábrica de Loiça de Sacavém.

 

Foram referidas as violações sistemáticas da legislação do trabalho, com o atropelo dos direitos dos trabalhadores. Por outro lado, o sistema de cartões de identificação, posto ontem a funcionar, não imaginaria, talvez, ao elemento mais imaginoso da ex-PIDE.

 

Foram ainda referidas as ameaças, evidentes, contra o futuro da empresa, colocando em perigo os seus 1200 postos de trabalho.

 

Coloco aqui à Câmara a questão de se saber, perante a grave situação que se passa na Fábrica de Loiça de Sacavém, se é admissível que o Ministério do Trabalho [ministro: António Queirós Martins] não intervenha, que o Ministério das Finanças e do Plano [ministro: João Salgueiro] se limite a fazer a fiscalização, a constatar as fraudes fiscais e a desencadear, portanto, os processos respectivos, que a acção governamental, neste grave conflito, seja apenas feita, no plano do Ministério da Administração Interna [ministro: Ângelo Correia], através da repressão policial dos trabalhadores, de manobras de intimidação, de um apoio «cego» aos desejos não da entidade patronal mas aos desejos privados, particulares, de alguns administradores, sem que o Ministério se informe devidamente do que se passa na Fábrica de Loiça de Sacavém, actuando, como lhe competia, para manter a ordem, se a ordem estivesse em causa, o que nunca se verificou dentro da Fábrica de Loiça de Sacavém.

 

Aplausos do MDP/CDE e do PCP."

 

Excerto transcrito do Diário da Assembleia da República, I Série, número 76, de 21 de Abril de 1982.

 

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Janeiro 25 2014

 

Azulejo executado na fábrica Viúva Lamego, em Lisboa, e comercializado pela galeria Ratton (http://galeriaratton.blogspot.pt/), em edição limitada, numerada e assinada no tardoz, reproduzindo um desenho original da consagrada pintora Paula Rego (n. 1935).

 

Estes azulejos de tiragem limitada, que apresentavam ainda outros motivos, exclusivamente relacionados com o Fogo, foram produzidos em 1999, por ocasião do instalação do painel azulejar alusivo a um dos quatro elementos – Água, Ar, Fogo e Terra, que Paula Rego criou para o Palácio dos Marqueses de Fronteira (http://www.fronteira-alorna.pt/).

 

 

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Janeiro 24 2014

 

Figura da série Bébé, modelada por Leonel Cardoso (1898-1987), representando um elemento a cavalo da Guarda Nacional Republicana.

 

Ultimamente têm surgido no mercado réplicas grosseiras deste modelo, não vidradas e não marcadas, abusivamente executadas, com toda a probabilidade, após o encerramento da FLS.

 

A presente imagem, correspondente a uma peça do acervo do MCS, consta do catálogo da exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, e é da autoria do fotógrafo João Francisco Vilhena (n. 1965).

 

Note-se que a imagem original foi registada em película e posteriormente digitalizada, o que afectou a sua qualidade e não reflecte as características que uma impressão em papel fotográfico oferece.

 

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Janeiro 23 2014

 

Mais uma vez o MAFLS se deve revelar atento, venerador e obrigado ao Delito de Opinião (http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/).

 

Desta vez pela "Ligação directa" que Pedro Correia fez para este espaço. Salvé, Pedro Correia.

 

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Janeiro 22 2014

 

No próximo sábado, dia 25 de Janeiro de 2014, pelas 15h00, decorrerá no Museu de Cerâmica de Sacavém mais uma sessão da série À Conversa Com..., desta vez com a presença de representantes da Associação dos Amigos da Loiça de Sacavém.

 

Após ter promovido a sua primeira sessão aberta em 12 de Outubro de 2013 (http://mfls.blogs.sapo.pt/269753.html), a AALS realizou no passado dia 18 de Janeiro a sua primeira Assembleia Geral, podendo quaisquer questões relacionadas com os seus objectivos e actividades ser endereçadas a: loicadesacavem@gmail.com .

 

© MAFLS

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Janeiro 20 2014

© MCS/CDMJA

 

Detalhe de uma página cromolitografada de catálogo para azulejos de arquitrave.

 

Esta página impressa na Litografia do Bolhão, Porto, será datável da década de 1910.

 

Cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

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Janeiro 19 2014

 

Jarra em faiança, com cerca de 14,2 cm. de altura, produzida na fábrica Aleluia, em Aveiro.

 

Para além da marca, pintada à mão, Aleluia Aveiro, esta peça apresenta impresso o número 56 sobre a letra A, pintada a preto, código alfanumérico que corresponde ao formato e ao motivo.

 

Conhecem-se ainda diversas jarras deste formato, com cerca de 6 cm. de altura, ostentando o número 185 e apresentando quer vidrados distintos quer diferentes técnicas decorativas.

 

A presente imagem consta do catálogo da exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, e é da autoria do fotógrafo João Francisco Vilhena (n. 1965).

 

Note-se que a imagem original foi registada em película e posteriormente digitalizada, o que afectou a sua qualidade e não reflecte as características que uma impressão em papel fotográfico oferece.

 

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