Cesto em faiança, com cerca de 30,4 cm. de diâmetro e 7,6 cm. de altura, apresentando decoração policromada nas flores. Note-se como estas não surgem em todas as intersecções dos círculos.
Esta técnica de disposição da pasta cerâmica é popularmente denominada como verguinha, por referência à similar técnica de cestaria e ao vime, ou verga, usado como matéria-prima para essa produção artesanal.
Embora não seja exclusiva do nosso país, o que é comprovável em inúmeros exemplares europeus e americanos, tal técnica tem tradições em Portugal, nas Caldas da Rainha, que remontam pelo menos ao século XIX.
Como se pode ler no catálogo da exposição 50 Anos de Cerâmica Caldense: 1930-1980, realizada em 1990, esta técnica já surgia na segunda metade daquele século na oficina de Manuel Cipriano Gomes, por alcunha o "Mafra", tradição que foi preservada na fábrica Belo durante as décadas de 1930 e 1940 por uma operária de nome América.
Na década de 1980 esta técnica foi recuperada nas Caldas pela fábrica Subtil, cujas peças, contudo, têm tendência a apresentar composições florais mais volumosas e elaboradas do que as que surgem neste exemplar.
No catálogo da Expo Caldas 77, sob o número 404, pode-se ver um cesto da colecção do escultor caldense António Duarte (1912-1998; cf. http://www.cm-caldas-rainha.pt/portal/page/portal/PORTAL_MCR/VISITANTE/MUSEUS/CENTRO_ARTES/ANTONIO_DUARTE.) com formato diferente e menores dimensões, mas produzido com a mesma técnica e apresentando decoração muito semelhante.
Curiosamente, as fissuras que aqui se podem observar na pasta entrançada não correspondem a uma queda e quebra, e consequente restauro dos filamentos da peça, mas sim a fracturas que se desenvolveram gradual e naturalmente na pasta.
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