No Outono passado cometeu-se mais um dos inúmeros atentados contra o património e a memória (http://mfls.blogs.sapo.pt/269287.html), nestes tristes tempos em que a preservação da identidade nacional parece estar entre as menores das prioridades.
Contra o que vem sendo hábito nesta vil tristeza em que vivemos, desta vez parece que, para além do choro sobre o leite derramado, houve coimas e eficazes medidas coercivas para, pelo menos, repôr a memória através da instalação de uma réplica do painel destruído.
Não se sabe é se o proprietário foi, de facto, obrigado a suportar os custos da reabilitação do painel original, ou se este chegou mesmo a ser restaurado, como havia sido proposto pelos técnicos camarários.
Fica Lisboa, apesar de tudo, com um pastiche a suavizar a memória da dura realidade que continua a ameaçar o património municipal e nacional.
Pena é que, a exemplo do que se faz, ou fez, noutras intervenções, como em alguns restauros dos painéis azulejares da estação ferroviária de S. Bento, no Porto, a ninguém tenha ocorrido a ideia de assinalar que este conjunto é uma réplica, nem tenha havido o cuidado de indicar o nome da oficina que a executou.
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