Quadra de azulejos, ostentando no tardoz a inscrição LAMEGO e XIII, em relevo, cuja decoração floral foi executada através de uma técnica híbrida – com pintura manual, livre, e pintura sobre stencil (chapa recortada).
Note-se como, no padrão decorativo, os módulos não se ajustam perfeitamente entre si, não se devendo isto apenas às diferentes dimensões de cada azulejo – que variam entre os 13,6 e os 13,8 cm., mas principalmente ao facto de a decoração, no limite exterior, começar a diferentes distâncias desse limite.
Note-se ainda como estes exemplares apresentam vários defeitos de pintura, e também de vidrado, sendo o mais evidente aquele que surge no canto inferior direito.
Sublinhe-se que o facto de estes exemplares apenas ostentarem o nome Lamego, e não Viúva Lamego, não implica que tenham sido executados em vida do fundador da empresa, António da Costa Lamego (1818-1876), o qual, entre 1849 e 1865, desenvolveu as primitivas instalações da fábrica no famoso edifício, que ainda hoje subsiste, localizado no Largo do Intendente, em Lisboa (http://www.viuvalamego.com/PT/VL).
Embora não tenha sido encontrada informação sobre a data do revestimento, a igreja da Misericórdia da Covilhã, fundada em finais do século XVI, apresenta azulejos semelhantes no seu interior.
É possível que o revestimento azulejar tenha sido aplicado durante as obras que decorreram no segundo quartel do século XX, quando o tecto da nave foi pintado por António Esteves Lopes (1900-1973).
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