Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Janeiro 31 2017

 

Bule formato Hotel com a inscrição CHÁ LI-CUNGO aplicada com barbotina em relevo sobre o vidrado.

 

Veja-se um bule do mesmo formato ostentando a mesma legenda, mas aplicada com diferente técnica, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/152569.html.

 

Note-se que este exemplar apresenta uma pasta argilosa com acabamento acastanhado, muito diferente da generalidade da produção da FLS, mas semelhante a outras peças da fábrica relacionadas com esta bebida, característica também comum a alguma da produção cerâmica inglesa especificamente destinada ao chá.

 

 

Como já foi referido anteriormente, este chá era cultivado em Moçambique e, como se pode comprovar pela embalagem aqui reproduzida, comercializado através da Companhia da Zambézia.

 

Vejam-se outras peças, também com legendas alusivas ao chá, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/ch%C3%A1.

 

 

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Janeiro 28 2017

 

Pequena caixa para jóias, em porcelana da Electro-Cerâmica, do Candal, Vila Nova de Gaia, ostentando a legenda "Recordação do Bom Jesus [Braga]"

 

Conhece-se este motivo do santuário, que aqui surge litografado sobre o formato F12, aplicado em outras peças, como paliteiros triangulares e alfineteiras.

 

 

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Janeiro 22 2017

 

Conjunto de duas chávenas de café, e pires, em faiança da J.P.M., empresa fundada em 1996 e com sede nas Caldas da Rainha.

 

A conjugação dos formatos e das combinações cromáticas foi concebida pelo artista plástico José de Guimarães (n. 1939), correspondendo a uma gramática bem característica das suas criações tridimensionais.

 

Na base, estas peças ostentam os logótipos da Expo'98 e do ICEP (Investimentos, Comércio e Turismo de Portugal), bem como o logótipo que José de Guimarães criou em 1993 para o Turismo de Portugal.

 

 

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Janeiro 14 2017

 

Pequena escultura em barro negro, com cerca de 16,3 cm. de altura, ostentando a assinatura manuscrita Albano (Albano Pinto Carvalho; datas desconhecidas), Bisalhães.

 

Sendo essencialmente utilitária, esta louça conta desde a década de 1980 com Albano Carvalho como um inovador escultor cerâmico que veio trazer interesse suplementar à tradicional produção oleira da região.

 

No âmbito da recente declaração pela Unesco do barro negro de Bisalhães, concelho de Vila Real, como Património Cultural Imaterial da Humanidade, convém ainda recordar que esta técnica, em que se reduz a oxigenação durante a cozedura, não é exclusiva desta região portuguesa, ocorrendo também em várias outras regiões, como em Nantes, concelho de Chaves, local que durante várias décadas tem fornecido barro para as peças de Bisalhães, Molelos, concelho de Tondela, e Barcelos.

 

Sobre esta louça, uma das mais importantes e completas obras, que apresenta ainda o interesse suplementar de ser bilingue (Português/ Inglês), foi publicada em 2009, intitulando-se A Louça Preta de Bisalhães (Mondrões, Vila Real).

 

 

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Janeiro 08 2017

 

Jarra, ou jarro, em porcelana concebida pelo consagrado arquitecto Álvaro Siza Vieira (n. 1933).

 

Esta peça surgiu no âmbito de um projecto da empresa portuense Sátira, denominado minimalanimal, que foi organizado pelo designer Pedro Sottomayor (n. 1973; cf. http://www.pedrosottomayor.com/).

 

O projecto promoveu no ano 2000 um workshop à distância que resultou na criação de 21 peças em cerâmica, de diversos autores nacionais e internacionais, entre os quais se contam os arquitectos Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura (n. 1952).

 

Produzidas entre 2001 e 2003, estas 21 peças constituem a totalidade da série minimalanimal, que pretendia traduzir o racional (minimal) e o emocional (animal) na aproximação à cerâmica.

 

 

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Janeiro 05 2017

 

Pequena jarra, com cerca de 13,8 cm. de altura, em pasta feldspática.

 

Embora não apresente qualquer marca ou assinatura, quer o motivo quer a técnica decorativa desta peça remetem para o trabalho do consagrado Amalric Walter (1870-1959), que se celebrizou como ceramista, mas também, e principalmente, como escultor e mestre vidreiro na arte da pâte-de-verre (http://www.amalric-walter.net/).

 

O carácter distintivo desta jarra reside na sua pasta. Como se pode verificar na imagem, esta apresentava várias impurezas que, após cozedura, surgiram à superfície. Como é também evidente, a superficie não apresenta o craquelé característico do envelhecimento de vidrado da pasta de faiança, pasta habitualmente associada à produção de Walter na década de 1920.

 

Assim, caso esta peça tenha sido criada por Walter, como é muito provável, poder-se-á especular que estaremos perante uma obra de final da década de 1890 ou princípios da década seguinte, quando o artista, após ter colaborado com a Manufacture de Sèvres, que abandonou para cumprir o serviço militar, manteve um atelier cerâmico independente nesta localidade.

 

Depois de estabelecer um outro atelier de cerâmica e vidro em Paris, Walter passou a colaborar com a célebre fábrica de vidro dos irmãos Daum entre 1903 e 1914.

 

Aliás, como já tivemos oportunidade de verificar aqui (http://mfls.blogs.sapo.pt/51916.html), os motivos em que as árvores e a vegetação se enquadram numa paisagem lacustre, ou fluvial, de inspiração simbolista, surgiram também com frequência na produção da fábrica Daum daquelas décadas.

 

 

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Janeiro 04 2017

 

Pequena jarra em faiança, com cerca de 12,6 cm. de altura e 13,4 de diâmetro máximo, apresentando decoração floral Art Déco pintada manualmente sob o vidrado e craquelé induzido.

 

Este exemplar apresenta as iniciais correspondentes a Jules Tiélès (datas desconhecidas) sobre quem quase nada se sabe, ignorando-se mesmo se se trata um mero retalhista ou de um industrial ou artista cerâmico.

 

Existem peças assinadas com as iniciais JT, e o P dentro do triângulo, produzidas também em porcelana, ostentando algumas delas a marca complementar de Sèvres, embora não se saiba se esta última foi aplicada abusivamente ou se Tiélès adquiria peças de Sèvres que depois decorava ou comercializava.

 

O período de produção para as peças conhecidas parece corresponder ao final do século XIX e às primeiras três ou quatro décadas do século XX.

 

Esta técnica de decoração e pintura sob o vidrado foi também adoptada durante um curto período pela fábrica belga Boch Frères / Keramis, embora tenha sido abandonada devido à falta de homogeneidade cromática, nalgumas cores, que resultava num degradé muito irregular e esteticamente pouco apelativo.

 

No entanto, ao contrário desta, a decoração da Boch Frères / Keramis apresentava geralmente uma prévia estampagem dos motivos para estabelecer os contornos que depois seriam preenchidos com pintura manual: http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/258654.html.

 

 

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Janeiro 03 2017

 

Duas jarras produzidas, muito provavelmente, na Faïencerie de Thulin (1863-1971), fábrica situada na Bélgica, medindo a peça de cima cerca de 23, 8 cm. de altura e a de baixo cerca de 17 cm.

 

Nas suas combinações cromáticas, diversas peças de Thulin apresentam vidrado escorrido semelhante àquele que surge em alguns dos vidrados comercializados também pela fábrica francesa De Bruyn, Fives, Lille.

 

 

O escorrido patente na primeira jarra é exemplo dessa semelhança de vidrado, apresentando uma rica multiplicidade cromática que resulta de diferentes camadas aplicadas sobre o fundo sang-de-boeuf.

 

Esta é uma tonalidade muito característica da influência oriental sobre a cerâmica do final do período victoriano, em Inglaterra, particularmente na produção Arts & Crafts, e do período Art Nouveau.

 

A primeira marca reproduzida abaixo, à esquerda, corresponde a esse exemplar.

 

 

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Janeiro 02 2017

 

Duas jarras em faiança de Sarreguemines, com cerca de 25,6 cm. de altura, apresentando o mesmo formato mas ostentando diferentes motivos florais, de inspiração Art Déco, e diferentes técnicas decorativas.

 

A primeira surge ilustrada na estampa número 45 de um catálogo, datável da década de 1920, das Fayenceries de Sarreguemines, Digoin et Vitry-le-François.

 

Aqui se indica que este formato corresponde ao número 5203 da produção da empresa e a decoração, como também se pode verificar na marca reproduzida abaixo, ao motivo número 2329.

 

Curiosamente, combinam-se neste exemplar duas técnicas decorativas – no corpo, secções com um fundo craquelé artificial, estampado, alternando com secções apresentando motivos florais estilizados, aplicados sobre o vidrado. No bocal, pintura a esmalte num tom esverdeado que replica a tonalidade patente nos motivos vegetais.

 

 

 

A segunda jarra, apresentando também a mesma organização em secções verticais mas decorada exclusivamente em tons de azul, ostenta já motivos florais estilizados executados através de pintura manual.

 

O vidrado que serve de fundo à decoração, estilizada mas mais tradicional e classicizante que a anterior, é de um azul semi-mate homogéneo.

 

Este exemplar poderá não ser de produção anterior à do modelo 2329 mas, devido à sua técnica decorativa menos industrializada, surgirá certamente com menor frequência nos museus e lojas de antiguidades.

 

Segundo algumas publicações da especialidade, esta última marca, que integra ainda as iniciais de Utzschneider & Cie., remetendo para o patriarca da família e para a memória da empresa no princípio do século XIX, foi aplicada entre 1920 e 1950.

     

 

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Janeiro 01 2017

 

 

Três peças em diferentes pastas, e com diferentes técnicas decorativas, da bicentenária fábrica dinamarquesa Den Kongelige Porcelaensfabrik, posteriormente conhecida a nível internacional como Royal Copenhagen.

 

Em cima, um pote com tampa produzido já no período do pós-guerra, em 1949 (a letra acentuada é o N, em cima, embora o/a decorador/a tenha colocado também um pequeno ponto sob a mesma para desfazer qualquer dúvida sobre a sua eventual ilegibilidade), mas apresentando ainda certas características ao gosto Art Déco.

 

Medindo cerca de 24,2 cm. de altura, ostenta decoração estampada e pintada à mão sobre o vidrado, com um esquilo, ramos, folhas e frutos de avelaneira, complementada com retoques e filetagem a ouro.

 

Sendo uma peça em porcelana, apresenta um craquelé artificialmente induzido, processo muito comum em algumas decorações do período Art Déco, nomeadamente nas cerâmicas da fábrica belga Boch Frères / Keramis (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/boch+fr%C3%A8res) e da francesa Longwy (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/longwy), embora tal seja uma característica específica do envelhecimento natural das peças em faiança.

 

 

Pequeno prato de porcelana em monocromia azul, com cerca de 18,2 cm. de diâmetro, comemorativo dos duzentos anos de fundação da empresa.

 

Recorreu-se aqui à técnica da moldagem do motivo em baixo relevo, o que concede maior profundidade e sentido escultórico à decoração, através das tonalidades mais escuras que predominam nas depressões desse relevo.

 

Curiosamente, comemorando embora uma efeméride de 1975, este exemplar apresenta uma marca correspondente ao período de 1969 a 1973 (https://www.royalcopenhagen.com/ourpassion/marks).

 

 

Placa em biscuit, ou parian ware, com cerca de 12 x 34 x 1,2 cm, reproduzindo uma obra do consagrado escultor dinamarquês Bertel Thorvaldsen (1770-1844), intitulada As Idades do Amor.

 

O original, com cerca de 40 x 123,5 cm., havia sido esculpido em Roma no ano de 1824. Foi posteriormente adaptado por Chr. Christensen (datas desconhecidas) em 1841, ainda durante a vida de Thorvaldsen e já depois do seu regresso definitivo à Dinamarca, para a reprodução em porcelana.

 

O exemplar que aqui se reproduz terá sido fabricado no terceiro quartel do século XIX.

         

  

 

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