Cinzeiro em faiança da efémera fábrica Faianças GAL, de Lisboa.
Como é característica das peças desta fábrica, o formato, a decoração e as cores traduzem uma gramática declaradamente modernista.
© MAFLS
Cinzeiro em faiança da efémera fábrica Faianças GAL, de Lisboa.
Como é característica das peças desta fábrica, o formato, a decoração e as cores traduzem uma gramática declaradamente modernista.
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Como já foi aqui referido, durante o final do passado mês de Setembro, no Museu de Olaria, em Barcelos, procedeu-se ao lançamento da monografia de Adélio Macedo Correia (n. 1943) intitulada João Macedo Correia (1908-1987), O Legado de Um Ceramista.
Livro imprescindível para compreender e conhecer a cerâmica de Barcelos durante os primeiros três quartéis do século XX, debruça-se, naturalmente e em particular, sobre a empresa fundada pelo avô do autor, Joaquim Macedo Correia (1871-1948) e sobre o período da administração exercida por seu pai, João Macedo Correia.
É uma obra importante, ainda, para perceber também a relação cerâmica existente entre Barcelos e a produção das Caldas da Rainha e de Viana do Castelo, através da revelação de documentos, e correspondência, que até agora permaneciam inéditos.
Contribui, também, para dar a conhecer as influências do Modernismo e do estilo Art Déco na produção barcelense, particularmente a partir da década de 1930, quando João Macedo Correia assumiu a administração da Cerâmica Macedo.
Neste período, João Macedo Correia promoveu a criação, e comercialização, de diversas peças decorativas com formato e decoração Art Déco e algumas peças de loiça doméstica claramente decalcadas de modelos da Bauhaus, a exemplo do que aconteceu com a FLS e a VA.
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Jarra, com cerca de 21,7 cm. de altura, em faiança da fábrica Sant'Anna, Lisboa.
Como é tradicional na produção desta fábrica, a peça ostenta decoração pintada à mão, o mesmo acontecendo com a marca e as iniciais do/a pintor/a.
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Pequena jarra, com cerca de 12 cm. de altura, em porcelana da Electro-Cerâmica do Candal, Vila Nova de Gaia.
Este exemplar ilustra uma das combinações decorativas mais comuns da fábrica – secções parcialmente esmaltadas a uma só cor, motivos florais estampados, filetagem a dourado.
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Leiteira formato Granja com decoração vegetal de inspiração Art Déco.
Este motivo, pintado à mão sobre o vidrado, é semelhante a outros motivos que surgiram na cerâmica inglesa durante as décadas de 1920 e 1930, nomeadamente na produção de Clarice Cliff (1899-1972) e das fábricas Royal Doulton e Shelley.
Uma chávena de chá e pires com o mesmo motivo aparece reproduzida no livro Fábrica de Loiça de Sacavém (1997), de Ana Paula Assunção (n. 1957), embora uma gralha da legenda refira que este é um motivo Arte Nova (Art Nouveau).
Obviamente, esta classificação não se deve confundir com a das peças da série Arte Nova (cujo trocadilho na designação é intencional) que a FLS produziu a partir da década de 1950.
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Conjunto em cerâmica vidrada, com cerca de 32,2 x 22,2 x 9,3 cm., representando cinco bananas assentes sobre folhagem.
Não apresenta qualquer marca visível, mas conjuntos semelhantes a estes foram produzidos em diversas oficinas e fábricas portuguesas, particularmente nas regiões de Barcelos e Caldas da Rainha.
O livro de Adélio Macedo Correia (n. 1943), João Macedo Correia (1908-1987): O Legado de um Ceramista, recentemente publicado, apresenta um conjunto algo diferente deste, mas com vidrado, colorido, composição e dimensões semelhantes, atribuído à Fábrica de Cerâmica de Joaquim Macedo Correia, em Barcelos.
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Açucareiro, com cerca de 10,2 x 14,9 cm., e 10,4 cm. de diâmetro máximo, em porcelana da Vista Alegre.
Constitui, na simplicidade do seu motivo essencialmente assente na filetagem, um dos mais elegantes e interessantes exemplos dos formatos Art Déco, desta fábrica, com decoração minimalista.
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