Taça com asas, com cerca de 6,8 cm. de altura x 14,2 cm. e 12,6 cm. de diâmetro máximo, produzida na fábrica Viúva de Alfredo de Oliveira, Coimbra.
Este formato com asas é evocativo das antigas escudelas, embora tradicionalmente essas taças apresentassem asas na horizontal, e também das mais recentes taças para consommé.
Note-se com a decoração floral, que surge também na concavidade da taça, apresenta uma estilização semelhante a certas representações pictóricas de Manuel Cargaleiro (n. 1927), as quais ocorrem ainda em algumas das suas produções cerâmicas.
Conhecida inicialmente como Fábrica do Lagar, situada já então na Rua Direita, esta empresa tem o primeiro documento conhecido datado de 24 de Junho de 1824, através de um contrato de arrendamento em nome de Joaquim da Silva (datas desconhecidas), arrendatário que viria a ser substituído pouco depois, a 3 de Julho do mesmo ano, por Angelina Ludovina, Joanna de Mesquita, Joaquim Ignacio e Joaquim da Silva (datas desconhecidas).
Joaquim da Silva viria a adquirir outras fábricas em Coimbra durante os anos de 1834 e 1835, atribuindo em 1840 a seu filho, Leonardo Ferreira da Cunha (datas desconhecidas), como dote de noivado, a fábrica da Rua Direita, que este viria a arrendar, em 1867, a Francisco António Maria de Sousa e Francisco Ferreira Duarte (datas desconhecidas).
Em 1873 lavrou-se nova escritura, em nome de Adelino Augusto Pessoa, Adriano Augusto Pessoa, Alberto Pessoa e Ermelinda do Ceo Pessoa (datas desconhecidas), ocorrendo em 1897 a constituição da empresa Afonso Pessoa & Pimentel, que viria a ser dissolvida pouco depois. A fábrica passou então a ser detida exclusivamente por Afonso Augusto Pessoa, pelo menos até ao ano de 1905.
No século XX, a fábrica esteve a ser explorada por António Cardoso de Carvalho (datas desconhecidas), desde 1915. Já na década de 1920, passou para a posse e administração de Alfredo de Oliveira (datas desconhecidas). Após a sua morte, que terá ocorrido antes de 1942, a viúva, Maria do Nascimento Almeida Martinho (datas desconhecidas), requereu que a fábrica passasse a ter a denominação correspondente à marca que se reproduz abaixo.
Embora algumas fontes refiram que esta fábrica encerrou há várias décadas, uma recente publicação do Museu de Lamego, da autoria de Filipa Formigo (datas desconhecidas) e Luís Sebastian (datas desconhecidas), intitulada A Última Olaria de Faiança de Coimbra (2016), de onde se retiraram as informações patentes nos quatro parágrafos anteriores, documenta a sua produção até àquele ano, sob a designação Sociedade Cerâmica Antiga de Coimbra, Lda., empresa constituída em 13 de março de 1965.
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