Pequeno cachepot em faiança da fábrica Aleluia, com cerca de 5,9 cm. de altura e 5,2 cm. de lado, ostentando cravos em três das suas faces e um motivo alusivo a uma dança folclórica na restante.
Símbolo por excelência da revolução de 25 de Abril de 1974, também conhecida como Revolução dos Cravos, esta flor surge aqui representada numa peça executada em Aveiro, concelho onde nasceu o cantor e compositor José Afonso (1929-1987).
Integrada no álbum Cantigas do Maio (1971), Grândola, Vila Morena foi também editada num EP homónimo, lançado em 1971, pela editora portuense Orfeu, de Arnaldo Trindade (n. 1934; cf. http://arnaldotrindade.no.sapo.pt/).
Neste EP, José Afonso interpreta ainda Traz Outro Amigo Também e Carta a Miguel Djéjé, composições de sua autoria, e Moda do Entrudo, uma composição popular da Malpica, na Beira Baixa.
Passando na Rádio Renascença durante a madrugada de 25 de Abril de 1974, como uma das senhas para o início do Movimento das Forças Armadas, esta composição tem sido recuperada com insistência nos últimos tempos.
Detalhe de um cinzeiro formato 490 da FLS que poderá ter sido oferecido ao compositor.
Em Portugal, particularmente como sinónimo de oposição ao governo e contestação quer dos seus membros quer da sua política. De um modo geral, também como uma forma de constestação da austeridade, da incompetência dos tecnocratas, das ineficazes políticas europeias e das desastrosas políticas financeiras mundiais.
Enquanto forma de contestação, a cantiga de José Afonso tem sido também entoada recentemente nas manifestações populares que se têm desmultiplicado em Espanha.
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