Conjuntamente com a Aleluia, de Aveiro, e a Fábrica de Loiça de Sacavém, a Secla, das Caldas da Rainha, foi uma das grandes empresas inovadoras do design cerâmico português no início da segunda metade do século XX.
Essa inovação teve grande impulso, inicialmente, com o Estúdio Secla, onde durante as décadas de 1950 e 1960 trabalharam artistas como Alice Jorge (1924-2008), António Quadros (1933-1994), Hansi Staël (1913-1961), Herculano Elias (n. 1932 cf. http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2009/04/08/mestre-herculano-elias-abre-galeria/), José Aurélio (n. 1938), José Santa-Bárbara (n. 1936), Júlio Pomar (n. 1926), e Thomaz de Mello, Tom (1906-1990), e posteriormente com Ferreira da Silva (n. 1928) e uma outra oficina por si desenvolvida e familiarmente designada como O Curral.
Para além da cerâmica de autor, a fábrica Secla desenvolveu notável cerâmica de produção industrial e comercialização corrente, facto que justificou uma larga e bem-sucedida exportação para inúmeros mercados internacionais, entre os quais se contava o mercado dos E. U. A.
Com antecedentes empresariais que remontavam a 1944, a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica, Limitada, foi estabelecida por escritura pública de 18 de Dezembro de 1946, apresentando então um capital social de 200.000$00, assim dividido: Fernando da Ponte e Sousa, 60.000$00; Joaquim Alberto Costa Pinto Ribeiro, 50.000$00; Américo Castro Arez, 30.000$00; Fernando Carneiro Mendes, 30.000$00, e Vitorino Augusto da Costa Vinagre, 30.000$00.
Apesar de ainda ser possível consultar o seu site (http://www.secla.pt/), a SECLA acabou por encerrar em 2008.
A taça aqui apresentada foi executada por Hansi Staël cerca de 1954-55, constituindo um dos mais notáveis exemplos da produção da autora e da fábrica. Trata-se, muito provavelmente, de um exemplar único.
Uma peça similar a esta foi reproduzida na capa do livro A Nova Cerâmica das Caldas (1989), de Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989), designer e responsável pela fábrica Secla, sendo posteriormente exibida na exposição Estúdio Secla: Uma renovação na cerâmica portuguesa, realizada em 1999 no Museu Nacional do Azulejo.
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