Pormenor do painel cerâmico, executado por Armando Mesquita (1907-1982) em 1946, colocado à entrada do Museu de Cerâmica de Sacavém.
Na insuspeita e categorizada opinião de um administrador da fábrica da Vista Alegre, João Teodoro Ferreira Pinto Basto (1870-1953), expressa na obra anteriormente citada, a FLS apresentava no início da década de 1930 a maior produção do país naquele tipo de cerâmica:
"Fabrica de Sacavem. Antiga e importante fabrica de faiança fina. Produz loiças domesticas, artigos de ornamentação artisticos, sanitarios, mosaicos ceramicos e azulejos. Tem feito grandes ampliações e melhoramentos. Abastece o mercado da Metropole e exporta principalmente para Marrocos. É a fabrica de loiça de maior produção no Paíz; (...)"
A verdade, porém, é que a FLS se afirmou ainda como a fábrica cerâmica portuguesa de produção mais diversificada. Para além da loiça sanitária, dos azulejos e da loiça utilitária produziu uma enorme gama de loiça decorativa.
Nesta última área a sua produção foi impressionante pela diversidade das técnicas utilizadas, pelos modelos lançados, pela multiplicidade decorativa e pelas pastas cerâmicas desenvolvidas. Porque sendo essencialmente uma fábrica de faiança, a FLS produziu também peças de cerâmica decorativa em grés, em porcelana biscuit, que aqui assumiu a designação inglesa Parian Ware, e camafeus em Jasper Ware, à semelhança da famosa pasta desenvolvida pela fábrica inglesa Wedgwood.
© MAFLS