Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Junho 02 2019

 

Em cima, pequena jarra em biscuit, com cerca de 4,8 cm. de altura, apresentando decoração floral estampada, produzida na empresa Vidrocerâmica.

 

A Vidrocerâmica foi uma empresa fundada em Aradas, Aveiro, na segunda metade da década de 1970, provavelmente em 1976.

 

Em baixo, pequena taça ou aneleira, com cerca de 1,6 cm. de altura e 4,7 cm. de diâmetro, em biscuit das porcelanas Íbis, também de Aveiro, uma empresa que teve o seu ponto alto na década de 1980.

 

 

Durante as décadas de 1970 e 1980 surgiram em Portugal várias empresas que se dedicaram à produção de miniaturas e pequenas peças em porcelana, com decoração floral estampada, numa abordagem algo demodée que se filiava ainda na tradição dos bibelots como elementos decorativos indispensáveis.

 

Em muitos lares portugueses, estes estavam também ainda associados, nessas décadas, à proliferação dos naperons de renda, ou crochet, que se aplicavam sobre escuros e pesados móveis de madeira lavrada.

 

 

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Fevereiro 24 2019

 

Pequena jarra, com cerca de 7 cm. de altura, em porcelana da Artibus, Aveiro.

 

A decoração floral, de nítida influência oriental, surge estampada sobre o vidrado, tal como os complementos a dourado, que aqui não apresentam o habitual brilho claro do ouro líquido.

 

 

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Janeiro 27 2019

 

Jarra, com cerca de 21 cm. de altura, em porcelana da fábrica Artibus, Aveiro.

 

Já aqui foi sublinhada a qualidade excepcional da pintura de muitas peças desta fábrica, servindo esta jarra com putti para ilustrar, desta vez, um sentido composicional algo kitsch, quer na conjugação das figuras com as flores em relevo quer no posicionamento das figuras.

 

A base desta peça documenta, contudo, uma interessante conjugação de duas diferentes marcas da fábrica.

 

 

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Agosto 11 2018

 

Cinzeiro, com cerca de 2,1 x 9,8 x 9,5 cm., em faiança da fábrica Aleluia, Aveiro.

 

Note-se como a imagem da igreja matriz se encontra estampada mas apresenta alguns complementos, como o céu, pintados à mão. Do mesmo modo, a legenda "Recordação de Vouzela" encontra-se também pintada à mão.

 

 

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Junho 02 2018

 

Pequeno azulejo, com cerca de 6,5 x 6,5 cm., em faiança da fábrica Aleluia, Aveiro.

 

Integralmente pintado à mão, este exemplar, que já saíu da fábrica com o cordão colorido para suspensão, ostenta um dos anexins popularizados durante as primeiras décadas do Estado Novo.

 

As inúmeras variantes destes anexins e adágios, como já foi referido, foram reproduzidas por inúmeras fábricas portuguesas de cerâmica, particularmente nas décadas de 1940 e 1950.

 

 

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Março 10 2018

 

Pequena jarra em faiança da fábrica Artibus, Aveiro.

 

Como se tem vindo a divulgar neste espaço, a Artibus executou notáveis peças em porcelana. Contudo, produziu também alguns exemplares em faiança, como este que agora se apresenta.

 

Note-se que a marca patente nesta pequena jarra é diferente da inicial "A" que identificava as primeiras peças da Artibus, coincidindo assim com a marca mais tardia, provavelmente adoptada a partir da década de 1950, que apresenta o frontão de um templo suportado por cinco colunas.

 

 

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Agosto 12 2017

 

Duas pequenas jarras, com motivos vegetalistas pintados à mão, em faiança da Fábrica de S. Roque, Aveiro.

 

A primeira, com cerca de 12,3 cm. de altura, apresenta ainda uma pequena mancha azul, aplicada a aerógrafo, na parte inferior, o que poderá sugerir que a decoração pretende representar algas.

 

A apresentação de motivos vegetalistas marinhos, nomeadamente de  algas, era também comum em algumas peças de outra fábrica de Aveiro, a Aleluia, como se pode ver aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-ccxiii-320588.

 

A segunda jarra tem cerca de 18,7 cm. de altura, ostentando na parte inferior a representação de alguma folhagem, também pintada à mão. 

 

Estas duas peças datarão muito provavelmente da década de 1950, ou eventualmente da seguinte, remetendo os números 21 e 40, patentes na base e também pintados à mão, para os seus motivos.

 

 

Como já foi aqui referido, a empresa Faianças de S. Roque foi estabelecida por escritura lavrada em 20 de Outubro de 1945, estando  o seu capital inicial, no valor de 60.000$00, equitativamente dividido por João Bernardo Moreira, João Marques de Oliveira, João Matias Vieira e José António de Aguiar. 

 

A Fábrica de Louça do Canal de S. Roque [sic] apresentou as suas últimas contas em 27 de Dezembro de 2001, tendo o seu encerramento e dissolução sido registado em Outubro de 2002 e publicado em Diário da República no mês de Dezembro do mesmo ano.

 

Convém salientar que, embora os dados relativos à fundação sejam os que, até à data, foi possível encontrar em Diário do Governo, há algumas fontes que fazem recuar ao ano de 1931 a fundação da fábrica.

 

O facto de se registarem duas designações distintas, na fundação e na dissolução, e de se verificar esta discrepância na data de fundação levanta a hipótese de terem podido existir em Aveiro duas fábricas com a denominação S. Roque, ou uma mesma fábrica com diferentes sócios, diferentes fases produtivas, e distintas administrações.

 

Note-se ainda que existe uma marca, integrando a designação S. Roque, um duplo círculo e a cabaça de peregrino iconograficamente associada a este santo, que é mais antiga do que esta (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-cclxiv-355158).

 

Sublinhe-se, finalmente, que estas duas peças ilustram excelentes e minuciosas qualidades decorativas e pictóricas, características pouco associadas à fábrica de S. Roque e raramente documentadas.

 

 

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Junho 03 2017

 

Jarra, que originalmente apresentava uma tampa convexa, em faiança da fábrica Aleluia, de Aveiro.

 

 

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Maio 20 2017

 

Pequena jarra, com cerca de 7,6 cm. de altura, em faiança da fábrica Aleluia, de Aveiro.

 

Ostenta uma imagem estampada, complementada com pintura manual e filetagem a dourado, do Mosteiro da Batalha e, no verso, a inscrição Batalha / Portugal, dentro de uma cercadura.

 

Curiosamente, os elementos que constituem a cercadura surgem também com frequência nos ferros forjados de alguma arquitectura da década de 1950, e ainda nalguma da década seguinte.

 

 

Esta imagem do Mosteiro da Batalha integra uma série de gravuras sobre monumentos portugueses, onde, entre outros, surgem o templo romano de Évora (conhece-se a gravura aplicada sobre um pequeno cachepot quadrangular como o que se pode ver aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/239670.html, com a referência X186) ou a estátua de D. Afonso Henriques, em Guimarães (conhece-se a gravura aplicada sobre um pequeno prato, com cerca de 9,8 cm. de diâmetro, ostentando a referência X1002).

 

O formato desta jarra produziu-se em diversas dimensões, com diferentes vidrados e em diferentes cores, incluindo o azul cobalto complementado a ouro.

 

Com esta última decoração conhece-se um outro exemplar, com cerca de 15,3 cm. de altura, ostentando a marca manuscrita X250 - E / Aleluia / [A]veiro / Feito em / Portugal.

 

 

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Março 19 2017

 

Pequena moldura, para fotografia ou relógio, com cerca de 7,8 x 5,5 x 2,5 cm. e 2,9 cm. de diâmetro na abertura, em porcelana da fábrica Artibus, de Aveiro.

 

A decoração floral da parte superior, aplicada sobre uma superfície em relevo, traduz uma certa gramática Art Déco que, na cerâmica portuguesa, se prolongou pela década de 1940 e chegou, inclusive, à década seguinte. 

 

A atenção ao pormenor, a delicadeza e a elegância de certa decoração desta fábrica estão bem patentes no detalhe do motivo floral complementar, já sem qualquer influência Art Déco mas também pintado à mão, como toda a outra decoração, aplicado no reverso da moldura.

 

 

Como acontece em peças de muitas outras fábricas, portuguesas e estrangeiras, a sigla junto da marca corresponderá ao/à pintor/a que executou a decoração.

 

Curiosamente, esta sigla de pintor/a, semelhante a um Phi, surge também em algumas peças de uma outra fábrica de Aveiro, a Aleluia – http://mfls.blogs.sapo.pt/arte-em-cacos-350019 .

 

 

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