Pequena travessa em pasta de granito, estampada sob o vidrado com o motivo Togo.
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Pequena travessa em pasta de granito, estampada sob o vidrado com o motivo Togo.
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Prato de sobremesa estampado com o motivo Beira, sob o vidrado, e complemento dourado, sobre o vidrado.
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Prato estampado com o motivo Estátua.
Se exceptuarmos a ocorrência do flow blue (azul escorrido), característica devida ao excesso de tinta na estampagem, a limpidez de leitura da decoração que se encontra na maioria da loiça estampada da FLS está também relacionada com a qualidade da pasta cerâmica e do biscoito que, a partir de finais do século XIX, era geralmente superior à das outras fábricas portuguesas de faiança.
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Prato de sobremesa, formato Berlim, estampado sob o vidrado com o motivo Togo.
A indicação Granito, sobreposta à marca, refere-se ao tipo de pasta cerâmica utilizada na peça, uma denominação adaptada directamente da tradicional pasta inglesa com granito e que numa variante da produção da FLS veio a receber o nome pó de pedra.
Em Inglaterra, as pastas de faiança com forte componente de feldspato proveniente do granito receberam a designação genérica de stone china, tendo a primeira patente sido registada em 1800 pelos irmãos Turner (John, datas desconhecidas, e William Turner, 1762-1835). Esta foi adquirida em 1805 por Josiah Spode II (1754-1827), que a comercializou sob as designações Stone China e New Stone. Pouco depois, em 1813, a empresa Mason patenteou uma pasta similar sob a designação Mason's Patent Ironstone China.
A partir de então, várias empresas começaram a produzir e a comercializar pastas cerâmicas sob as designações genéricas ironstone china ou granite china. Esta pasta cerâmica com granito não coincide, contudo, com a pasta stoneware (grés), muito mais compacta, dura e resistente ao choque.
Na FLS o pó de pedra foi particularmente utilizado na produção de azulejaria.
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Prato estampado em policromia, celebrando o sétimo centenário do nascimento de Santo António de Lisboa (1195-1231), conhecido também como Santo António de Pádua.
A imagem evoca um episódio mencionado nos relatos medievais da vida dos santos que se seguiram à Legenda Aurea, de Jacobus de Voragine (c. 1230-1298), particularmente nos diversos Flos Sanctorum, e que foi fixado para a parenética e para a literatura pelo Padre António Vieira (1608-1697), no seu famoso Sermão de Santo António aos Peixes (1654).
A marca Real Fábrica de Sacavém está associada à protecção real concedida à fábrica, particularmente durante a vida do rei consorte D. Fernando II (1819-1885), e à nomeação em 1885 de John Stott Howorth (1829-1893) como Barão Howorth de Sacavém, título que lhe foi concedido por D. Luís I (1838-1889; rei, 1861-1889).
A designação "Real" segue a tradição inglesa de atribuição de privilégios a determinadas empresas e fornecedores reais, numa nomenclatura que inclui as designações "Royal", "Purveyor" e "By appointment to".
Este prato apresenta uma marca aplicada sobre o vidrado, algo pouco comum na FLS, pelo que este facto, aliado à limpidez da legenda, poderá traduzir uma adopção desta prática no período de transição para a marca da administração dos herdeiros do Barão Stott Howorth e de James Gilman.
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