Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 01 2023

 

 

Pequena jarra, com cerca de 14,2 cm. de altura, em faiança de Sarreguemines, França.

 

Integrado numa série de vidrados microcristalinos que evocavam a vulcanologia, com designações como Etna ou Vesuve, este exemplar com um fundo verde remete ainda para a cor do absinto, bebida tão em voga no final do século XIX.

 

Ao contrário do que é comum na maioria das peças conhecidas, este exemplar encontra-se assinado "VAL", a prateado sobre o vidrado, numa secção bem visível do seu corpo, o que leva a supôr que a jarra terá sido complementada com uma estrutura metálica envolvente, a que corresponderá esta assinatura.

 

Jarra D'Argyl, com cerca de 19,2 cm. de altura, em vidro gravado a ácido e à roda, apresentando ainda pintura a esmalte. O motivo aqui apresentado, folhas, flores e botões de eucalipto, embora menos comum nas decorações vegetalistas Art Nouveau, surge também em vidro artístico de outras empresas consagradas, como a de Emile Gallé (1846-1904).

 

 

Muito provavelmente esta assinatura está ligada às produções de  Eugène Val (1880-1940), ourives e metalúrgico parisiense conhecido por colaborar nas produções cerâmicas de Louis Dage (1885-1963; veja-se uma peça cerâmica, assinada pelos dois, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/212025.html.) e pela sua ligação à empresa D'Argyl, que comercializaria vidros assim assinados a partir de 1928.

 

Vejam-se algumas outras peças de Sarreguemines, e pequenos textos sobre a história da fábrica, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/tag/sarreguemines.

 

 

 

© MAFLS

publicado por blogdaruanove às 13:30

Setembro 01 2023

 

 

Pequena jarra, com cerca de 10,2 cm. de altura, produzida em grés na oficina francesa de Gilbert Méténier.

 

Uma vez mais, esta peça ilustra as nuances do vidrado azul de Gannat, desta vez combinadas com uma gama de tonalidades ocres que remetem ora para alguns tons vegetais da natureza, ora para os diversos tons de algumas pastas cerâmicas. 

 

 

 

© MAFLS

publicado por blogdaruanove às 11:30

Setembro 01 2023

 

 

Pequena jarra, com cerca de 9,6 cm. de altura, em grés da oficina dos irmãos Mougin (Joseph, 1876-1961; Pierre, 1880-1955), Nancy, França.

 

Esta peça, assinada por Joseph, ilustra um período correspondente a uma modelação de pequenas dimensões, contida e depurada, onde subtis reentrâncias, depressões ou concavidades impressas na pasta se associam a um vidrado ora complementar dessas subtilezas, nas suas nuances microcristalinas, ora constrastante, nas suas erupções rugosas, borbulhantes e quase magmáticas.

 

Perpassa por esta jarra uma certa influência do japonisme que vinha do século XIX, nas suas dimensões, no seu despojamento e na inesperada combinação cromática assente na pulverização de minúsculos e discretos pigmentos cor-de-rosa sobre as intensas tonalidades azuis do vidrado.

 

Vejam-se mais algumas peças Mougin, e alguma informação sobre a fábrica e os seus colaboradores, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/277995.html

 

 

 

© MAFLS

publicado por blogdaruanove às 09:30

Setembro 01 2023

 

 

Pequena escultura, com cerca de 8,8 x 12,8 cm., não marcada mas indubitavelmente em grés de Rambervillers, França.

 

Representando uma raposa-do-deserto, ou feneco, esta peça surge referenciada pela primeira vez no catálogo de 1952, sob o número 706, o que significa que o modelo original terá sido criado entre 1931, a data do catálogo anterior, e aquele ano.

 

Atendendo às ligações coloniais de França com o norte de África, onde esta espécie tem um dos seus habitats, às grandes exposições realizadas em França, nos anos de 1931 e 1937, e aos acontecimentos geo-políticos subsequentes, é muito provável que o original desta peça tenha sido modelado antes do eclodir da II Guerra Mundial.

 

Vejam-se outras peças de Rambervillers, e alguma informação sobre a sua produção, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/tag/rambervillers .

 

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publicado por blogdaruanove às 07:30

Setembro 01 2023

 

 

Jarra em faiança, com cerca de 20,6 cm. de altura, não assinada mas muito provavelmente produzida em França por um dos membros da célebre família Massier.

 

O formato vegetalista estilizado, com subtis reentrâncias modeladas no corpo da peça, o vidrado escorrido, a pasta cerâmica e as diversas tonalidades de verde são consistentes com a produção Massier.

 

Entre outras obras associadas à produção da família Massier, e à sua vasta influência nas técnicas e vidrados de diversos ceramistas europeus e americanos, veja-se uma peça de Jérôme Massier (1850-1926) aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/midsummer-nights-dreams-i-430852.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 05:30

Setembro 01 2023

  

 

Jarra em grés, com cerca de 14,6 cm. de altura, produzida em França por Gilbert Méténier (1876-d. 1940).

 

Entre as várias tonalidades de azul presentes nesta peça, predomina um azul que celebrizou esta oficina e se designou como azul de Gannat, a localidade onde Méténier produzia a sua cerâmica.

 

Embora as peças produzidas em Gannat tenham como imagem de marca um vidrado escorrido, que se encontrava na tradição cerâmica de vários centros oleiros, desde a Europa até ao Médio Oriente e ao Japão, e marcou muita da produção europeia do período Art Nouveau, a verdade é que, formalmente, muita da cerâmica de Méténier se pode inserir numa aproximação depurada ao gosto Art Déco.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 03:30

Setembro 01 2023

 

 

Pequena jarra, com cerca de 9,8 cm. de altura, decorada com motivos alusivos a uvas e parras, em relevo, e produzida em Montières, Amiens.

 

Embora a fábrica Montières tenha sido fundada já em 1915, esta peça traduz ainda um espírito Art Nouveau, quer no seu formato e no tratamento do motivo vegetalista, quer na iridiscência do seu vidrado.

 

Veja-se outra jarra, e consultem-se mais alguns dados sobre esta oficina, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/the-twelve-days-of-christmas-viii-394823.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 01:30

Setembro 01 2022

 

Grande jarra Art Nouveau, com cerca de 30,5 cm. de altura, da fábrica francesa Rambervillers, surgindo com a referência número 11 nos catálogos editados pela empresa em 1905, 1920 e 1931.

 

Este é um dos quatro formatos, documentados, que Charles Catteau (1880-1966) concebeu para a Rambervillers.

 

Catteau viria a tornar-se célebre após ingressar na fábrica belga Boch Frères Keramis, onde, depois de ensaiar ainda a criação de alguns formatos e motivos Art Nouveau, concebeu extraordinários exemplares cerâmicos, ora feéricos e exuberantes, ora depurados e contidos, dentro da gramática Art Déco.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 22:01

Setembro 01 2022

 

Pequena jarra em grès, com cerca de 13,2 cm. de altura, apresentando a marca do consagrado ceramista francês Alexandre Bigot (1862-1927).

 

Inicialmente formado em física e química, Bigot interessou-se pela cerâmica a partir de 1889, ano em que visitou a Exposição Universal e se deixou cativar pela cerâmica oriental aí exibida.

 

Posteriormente, veio a colaborar com o célebre arquitecto Hector Guimard (1867-1942), colaboração que veio consolidar o seu percurso na integração da cerâmica em projectos arquitectónicos e o elevou à categoria de  um dos maiores expoentes na área.

 

Em 1900 recebeu um Grand Prix na Exposição Universal, distinção que consagrou definitivamente o seu percurso, levando-o a colaborar com muitos outros arquitectos, particularmente no auge do período Art Nouveau.

 

Note-se como esta peça apresenta uma estrutura em estanho, representando lírios estilizados, que acentua a sua origem francesa através da evocação do símbolo nacional que é a fleur-de-lis.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 18:01

Setembro 01 2022

 

Grande jarra em grés, com cerca de 37,8 cm. de altura, da fábrica francesa Denbac.

 

Estamos perante uma das icónicas jarras desta fábrica que ilustra perfeitamente uma harmoniosa interpretação das opções da gramática Art Nouveau.

 

Note-se, ainda, como a opção escultórica de fazer brotar do corpo da peça as três asas lhe confere um certo sentido vegetalista e a aproxima formalmente de uma opção semelhante, embora bem menos estilizada e bem mais curvilínea, exemplificada no gomil de Jérôme Massier (1850-1926) já hoje apresentado.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 14:01

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