A propósito da publicação desta caricatura do coleccionador e estudioso de cerâmica José Queirós (1856-1920), que foi executada em 1914 por Alberto de Sousa (1880-1961), foram-nos colocadas algumas questões.
Uma delas prendia-se com as iniciais patentes no vestuário do caricaturado e com a peça que este segura na sua mão direita, indagando-se se seria esta a peça que surge na capa do volume António Capucho: O Homem Através da Colecção (2004).
Ora, tal peça, como se pode comprovar pela catalogação presente nesse volume, corresponde a um dos dois cisnes (re)criados já na segunda metade do século XIX por Wenceslau Cifka (1811-1884), muito provavelmente nas instalações da Cerâmica Constância, às Janelas Verdes, em Lisboa.
Nesta caricatura, contudo, representa-se a célebre terrina ostentando as armas do Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo, 1699-1782) executada por Tomás Brunetto (datas desconhecidas; activo na fábrica entre 1767 e 1771) na Fábrica do Rato (1767-1834), peça que desde 1947 integra o acervo do Museu Nacional de Arte Antiga (http://www.museudearteantiga.pt/pt-PT/exposicao%20permanente/outras%20obras%20essenciais/ContentDetail.aspx?id=132).
Obviamente, as abreviaturas correspondem, assim, às iniciais da Fábrica do Rato e à assinatura de Tomás Brunetto.
© MAFLS