
Factura datada de 30 de Junho de 1918 onde se pode encontrar a designação Gilman & Commandita patente no impresso e a designação Gilman Limitada presente no carimbo.
Esta encomenda, que ironicamente foi efectuada em Sacavém, e não em Ílhavo ou Aveiro, e parece ter coincidido com a nomeação, ou o exercício do cargo, de João de Almeida como comandante da região militar de Aveiro, consta do seguinte:
• Um serviço [de jantar?], com motivo 43, sem ouro
• Um serviço de chá, com motivo 44, sem ouro
• Meia dúzia de chávenas de café, formato Sacavém, com filete verde
• Uma dúzia de chávenas de chá, com motivo 44, sem ouro
Incluindo um desconto especial de 5% (1$24) e o custo de uma caixa (1$20), a encomenda ascendeu a um total de 26$05.
João de Almeida (1873-1953) começou por se celebrizar como oficial durante a acção militar desenvolvida na região do Cuamato, Angola, entre 1906 e 1908, e na pacificação dos Dembos. Após a implantação da República, colocou-se ao lado do movimento monárquico, tendo sido feito prisioneiro em Chaves durante a incursão couceirista de 8 de Julho de 1912, pelo que foi demitido do Exército em Outubro desse ano.
Reintegrado alguns anos depois, ocupou em 1918, durante o sidonismo, o cargo de comandante militar da região de Aveiro, com o posto de coronel. Entre Janeiro e Fevereiro de 1919, período em que vigorou a monarquia do Norte, colocou-se novamente ao lado dos monárquicos, tendo-se refugiado posteriormente em Paris.
Regressando a Portugal na década de 1920, foi director da Empresa Eléctrica-Oceânica de Aveiro, entre 1920 e 1936, administrador da Companhia do Papel do Prado, desde 1929, e presidente da Real Companhia Vinícola do Norte, a partir de 1933.
Nos seus últimos anos dedicou-se à investigação histórica, tendo, entre outras obras, sido autor da Reprodução Anotada do Livro das Fortalezas de Duarte Darmas (1943) e do Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses (1945).
Documento pertencente ao acervo de José Carlos Roseiro, a quem se agradece a cedência da imagem.
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