Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 01 2024

 

 

Página de um catálogo da União Comercial de Louças e Vidros, Lda., sita na Rua da Glória, 77-85, em Lisboa, datado de 1937.

 

Como já foi referido anteriormente, esta publicação apresenta, entre outras, uma secção dedicada exclusivamente à "Louça de Sacavém", onde se reproduzem 54 peças da produção de loiça sanitária e utilitária desta fábrica.

 

Esta página, em particular, documenta dois diferentes formatos de canecas, nomedamente o formato Direita, com o motivo Estátua aplicado por estampagem, e o formato Cónica, com motivos infantis aplicados por decalque.

 

Curiosamente, documenta também diferentes formatos de pratos, entre os quais o formato em relevo Espiga, e diferentes diâmetros que, de acordo com as imagens em escala proporcional apresentadas na parte superior, parecem ter as dimensões indicadas em polegadas  – "8 p., 7p., 5p.".

 

© MAFLS

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Setembro 01 2023

  

 

Página de um catálogo da União Comercial de Louças e Vidros, Lda., sita na Rua da Glória, 77-85, em Lisboa, datado de 1937.

 

Como já foi referido anteriormente, esta publicação apresenta, entre outras, uma secção dedicada exclusivamente à "Louça de Sacavém", onde se reproduzem 54 peças da produção de loiça sanitária e utilitária desta fábrica.

 

Esta página, em particular, documenta dois diferentes formatos de serviços de jantar produzidos na FLS, nomedamente o formato Redondo, correspondente à ilustração n.º 39, e o formato Aldeia, correspondente à ilustração n.º 43.

 

Curiosamente, pode verificar-se ainda que o primeiro serviço apenas era constituído por 33 peças e o segundo por 49 peças.

 

© MAFLS

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Setembro 01 2022

 

Página de um catálogo da União Comercial de Louças e Vidros, Lda., sita na Rua da Glória, 77-85, em Lisboa, datado de 1937.

 

Como já foi referido em 2020, a publicação apresenta, entre outras, uma secção dedicada exclusivamente à "Louça de Sacavém", onde se reproduzem 54 peças da produção de loiça sanitária e utilitária desta fábrica.

 

Esta página, em particular, documenta o gosto conservador do mercado, que continuava a procurar formatos datados e motivos que já vinham do século XIX, como o motivo Estátua, popularizado com a designação Cavalinho.

 

A popularidade deste motivo deu origem à sua produção em grande escala, em diversas fábricas portuguesas, tal como aconteceu com o motivo Chorão, sendo curioso notar como aqui se documentam algumas das variantes desta decoração na FLS, quer quanto ao motivo central, quer quanto às cercaduras patentes nas travessas.

 

© MAFLS

publicado por blogdaruanove às 23:59

Setembro 01 2020

 

Página de um catálogo da União Comercial de Louças e Vidros, Lda., sita na Rua da Glória, 77-85, em Lisboa, datado de 1937.

 

Esta publicação apresenta, entre outras, uma secção dedicada exclusivamente à "Louça de Sacavém", onde se reproduzem 54 peças da produção de loiça sanitária e utilitária desta fábrica.

 

Na página aqui reproduzida, em particular, documentam-se diversos formatos de loiça de mesa da FLS, nomeadamente Ourique (números 32, 34 e 35), Porto (números 36 e 37) e Sacavém (número 33), bem como diferentes motivos e diferentes técnicas decorativas.

 

Entre essas técnicas, refiram-se a aplicação de ouro sobre o vidrado (número 36), a decoração a aerógrafo (número 33), a decoração aplicada sobre stencil (chapa recortada) (número 37) e a estampagem, sob ou sobre vidrado ( números 32, 34, 35, 36 e 38). 

 

Note-se como neste ano de 1937, em pleno período de influência do modernismo e do estilo Art Déco de tendência geométrica, apenas o conjunto número 33 apresenta decoração inovadora e modernista, aplicada embora sobre um formato claramente conservador, entre as dezenas de peças da FLS reproduzidas neste catálogo.

 

© MAFLS

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Março 24 2018

 

Duas lambrilhas ostentando no tardoz a marca, em relevo, [Viúva] Lamego.

 

Um exemplar semelhante ao do motivo com barco rabelo surge num anúncio publicado em 1959, mas estes motivos já eram comercializados no início da década anterior.

 

Aliás, de acordo com António Ferro (1895-1956), motivos deste tipo haviam sido apresentados pela primeira vez no pavilhão português da exposição de Paris de 1937 (http://mfls.blogs.sapo.pt/126700.html).

 

© MAFLS 

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Março 08 2017

   Autocolante comemorativo dos dois anos de actividade legal das Edições Avante!, 1976.

 

O jornal Avante!, órgão central do Partido Comunista Português, publicou o seu primeiro número a 15 de Fevereiro de 1931. Desde a fundação do P.C.P., a 6 de Março de 1921, havia sido antecedido por dois outros títulos de imprensa – O Comunista, publicado logo em 1921, ainda durante a I República, e O Proletário, publicado em 1929, já em período da Ditadura Nacional, que antecederia o Estado Novo.

 

Publicando-se e distribuindo-se na clandestinidade entre 1931 e 1974, o Avante! apresentou durante esse período diversos artigos, ou curtas notícias, sobre a FLS.

 

Por cortesia do Gabinete de Estudos Sociais do P.C.P., que novamente se agradece, o Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém recebeu cópia de jornais onde alguns desses artigos surgiram, os quais serão aqui transcritos ao longo do corrente mês de Março.

 

No jornal Avante! número 46, de Agosto de 1937, publicou-se o seguinte artigo:

 

"GRAVES ACONTECIMENTOS EM SACAVEM

 

Acaba de se produzir em Sacavem um acontecimento duma gravidade extrema. Em resposta às reclamações dos aprendizes da fabrica de loiça, que pretendiam um aumento de salário há vários meses prometido e exigiam a libertação de dois camaradas injustamente presos, o fascismo pôs em prática as mais violentas medidas contra os operarios e contra todo o povo de Sacavem. Pôs Sacavem em estado de sítio fazendo invadir esta pacífica população [sic] por tropas numerosas da polícia, G.N.R. e polícia da Informa armados de mais de 40 metralhadoras.

 

Depois de cercarem a fabrica espancaram violentamente os operarios.

 

Foi tão barbara esta violencia que a mãe dum camarada, muito doente, faleceu, vítima da comoção sofrida. Um camarada foi assassinado.

 

O povo de Sacavem, em pêso, vibra de indignação contra estas prepotências do fascismo. E assim, esta luta que, a princípio, se resumia na luta pela melhoria da miseravel situação em que se encontravam os aprendizes, tornou-se com razão a luta de tôdo o povo de Sacavem contra o fascismo barbaro e assassino.

 

Não foi casualmente que a população de Sacavem ao ter conhecimento das dezenas de prisões que se efectuaram na fabrica, tocou os sinos a rebate e compareceu em massa em auxílio da parte agredida. Graças à intervenção rapida e massiva do povo, fôram restituidos à Liberdade 40 trabalhadores que já estavam sob prisão, ficando, no entanto, 25 que já tinham seguido para Lisboa.

 

Todas as pessoas honestas de Sacavem estão ao lado dos operarios e vêem claramente a sua razão.

 

Quem poderá, depois disto, esconder a verdadeira cara de assassino do govêrno de Salazar? Quem acreditará mais na demagogia fascista? Ninguem, certamente.

 

Para todos é claro que o fascismo quere reduzir a população laboriosa de Portugal a simples escravos, sem vontade, e sem direitos de especie alguma. Mas a essa tendencia bestial deve o povo trabalhador opor uma firme resistência organizada e uma vontade inquebravel de luta.

 

O fascismo é o inimigo fundamental de todos os povos.

 

Trabalhadores da fabrica de loiças de Sacavem, não vos submeteis [sic] à canga infamante que vos querem pôr.

 

Se fôsseis agora derrotados, os patrões desencadeariam contra as vossas condições de vida a mais violenta ofensiva.

 

Lutai até arrancar a vitória.

 

Povo de Sacavem. Êste caso não interessa só aos operarios das fábricas, mas a todos nós. Uni-vos todos, e como um só homem, exigi a liberdade dos presos!

 

Não permiti [sic] que tais violências se repitam em Sacavem.

 

Todos juntos lutar;

 

Pela liberdade dos presos!

 

Pela solidariedade às suas familias!

 

Pelo cumprimento das promessas feitas aos homens!"

 

 

© MAFLS

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Março 23 2012

© MCS/CDMJA 

 

Folha, com desenho do motivo 559 aplicado sobre tigela formato Francês, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

A nota manuscrita referente ao aviso de 19 de Janeiro de 1937 significa apenas que o motivo deixou de ser produzido a partir dessa data, pois as tigelas formato Francês continuaram a ser produzidas pelo menos até à década de 1950.

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS. 

 

© MAFLS

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Outubro 30 2011

 

Conjunto de pequenos azulejos, lambrilhas, decorados a stencil (chapa recortada) sob o vidrado.

 

Com cerca de 6,3 cm. de lado, estas lambrilhas não apresentam qualquer marca no tardoz. Sabe-se, contudo, que a fábrica Viúva Lamego executou dezenas de peças semelhantes a estas para o revestimento do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, realizada em 1937.

 

Os motivos das lambrilhas apresentadas nessa exposição de 1937, no âmbito da acção do S.P.N. e do seu mentor, António Ferro (1895-1956), deveram-se, entre outros, a Carlos Botelho (1899-1982), Paolo Ferreira (1911-1999), Fred Kradolfer (1903-1968), Bernardo Marques (1899-1962), Emérico Nunes (1888-1968) e Tom (1906-1990).

 

A propósito da obra do S.P.N./S.N.I. e da apresentação dessas peças na exposição de 1937, declarou António Ferro no opúsculo Apontamentos para uma Exposição (1948), que transcreve o seu discurso pronunciado a 29 de Janeiro desse ano:

 

"(...) É uma obra, pois, difícil de conceber no seu conjunto (este ou aquele viu isto mas não chegou a saber daquilo...) obra que os seus próprios criadores não conseguem, às vezes, abraçar e chega até a influenciar os que a negam ou combatem sem já saberem porque preferem agora a jarra de Estremoz ao triste solitário, o azulejinho de motivos populares – que apareceu, pela primeira vez, no Pavilhão de Paris –, ao azulejo banalmente floreado, a fingir antigo, a Pousada diferente ao hotel qualquer, a montra-moldura à montra-armazém, a edição certa, harmoniosa à edição horrenda de catálogo barato, etc., etc., etc., (os etc. etc., aqui, não são mascarados pontos finais: onde se diz etc., poderia sempre dizer-se alguma coisa...)."

  

Anúncio publicado na revista Panorama número 13, III série, de Março de 1959.

 

Provavelmente, a aplicação de lambrilhas semelhantes terá também ocorrido no pavilhão português da Exposição de Nova Iorque, em 1939, onde estiveram Botelho, Kradolfer e Marques (cf. http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/421144.html), nos diversos pavilhões da Exposição do Mundo Português, realizada em Lisboa no ano seguinte, e no Museu de Arte Popular (http://www.map.imc-ip.pt/pt/index.php), edifício remanescente deste último evento que veio a ser reinaugurado em 1948.

 

Estes foram motivos recorrentes na arquitectura de interiores durante as duas décadas seguintes, pelo que outros artistas, designers e decoradores de interiores se juntaram àquela lista inicial, havendo notícia que Lucien Donnat (nasceu c.1922), por exemplo, já na década de 1940 se poderia incluir nela.

 

A popularidade destes motivos é ainda atestada através da produção de lambrilhas semelhantes por outras fábricas, como a Aleluia, de Aveiro (cf. http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/lambrilha).

 

Nas páginas 62 e 63 do livro O Azulejo em Portugal no Século XX (2000) encontra-se reproduzido um painel depositado no Museu Nacional do Azulejo (http://mnazulejo.imc-ip.pt/) com 152 lambrilhas semelhantes a estas, uma das quais apresentando a data de 1942.

 

Quatro desses motivos existentes no MNA encontram-se também a ilustrar o anúncio de 1959 reproduzido acima. Contudo, nenhuma dessas 152 lambrilhas é igual às sete que aqui se apresentam.

 

 

© MAFLS

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Maio 10 2011

© MC/DGARQ/CPF

 

Fotografia disponível nos arquivos digitais do Centro Português de Fotografia (http://www.cpf.pt/) / Direcção-Geral de Arquivos (http://dgarq.gov.pt/) do Ministério da Cultura (http://www.portaldacultura.gov.pt/Pages/Inicio.aspx).

 

Proveniente dos arquivos da Empresa Pública Jornal O Século, está data de 24 de Fevereiro de 1937 e catalogada sob o título Vista Geral da Fábrica de Loiça de Sacavém.

 

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Maio 02 2011

© MC/DGARQ/CPF

 

Fotografia disponível nos arquivos digitais do Centro Português de Fotografia (http://www.cpf.pt/) / Direcção-Geral de Arquivos (http://dgarq.gov.pt/) do Ministério da Cultura (http://www.portaldacultura.gov.pt/Pages/Inicio.aspx).

 

Proveniente dos arquivos da Empresa Pública Jornal O Século, está data de 24 de Fevereiro de 1937 e catalogada sob o título Aspecto da Creche da Fábrica de Loiça de Sacavém.

 

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