Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Abril 01 2014

 

Devido a compromissos inadiáveis do seu autor, o habitual texto apresentando as memórias de Clive Gilbert não será publicado durante os meses de Abril e Maio.

 

Entretanto, por deferência de Clive Gilbert, reproduz-se acima um medalhão, esculpido por Armando Mesquita (1907-1982), que o retrata aos sete anos.

 

© MAFLS

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Fevereiro 04 2014

 

Um trabalhador exemplar

 

Quem visitar o Museu de Cerâmica de Sacavém poderá reparar num busto masculino em gesso, da autoria do escultor Armando Mesquita (1907-1982), actualmente colocado junto à base do forno número 18.

 

Trata-se de uma homenagem a Joaquim Baptista, chefe dos pedreiros da Sacavém.

 

Porquê esta homenagem? Por uma razão muito simples. Porque ele foi um trabalhador extraordinário. Trabalhou mais de cinquenta anos na empresa (com mais três irmãos) e nunca teve um dia de falta, nem qualquer baixa médica, muito menos um castigo a manchar a sua ficha profissional.

 

Como pedreiro, e mais tarde como encarregado, o seu trabalho exigia grande esforço físico pois os pedreiros tinham, entre outras tarefas, de reparar os fornos quando estes encravavam. Muitas vezes era preciso entrar neles com temperaturas ainda elevadas. Uma tarefa extremamente árdua! Sei do que falo pois também fiz este trabalho, uma vez, durante um estágio numa empresa de pavimentos cerâmicos, no sul da Inglaterra.

 

Ainda por cima, o Joaquim Baptista vivia bastante longe da fábrica, para onde tinha de ir a pé (transportes públicos, nessa altura, nem vê-los!). Por conseguinte, tinha de se levantar às 5 da manhã para estar na Sacavém às 7h00, hora do início do trabalho. Quando um dia o Joaquim ficou viúvo, viu-se ainda forçado a preparar o seu jantar quando chegava, já exausto, a casa...

 

A propósito da sua energia, contaram-me que, algum tempo depois, conheceu uma senhora, também viúva, que morava em frente à fábrica, no mesmo prédio do conhecido restaurante ‘O João da Ana’. O problema para o Joaquim era que ao fim do dia ele estava estoirado e não tinha nem forças nem vontade para estar com a senhora.

 

Sendo homem de grande determinação, e não querendo mudar-se para casa da senhora, o Joaquim Baptista resolveu a situação sem descurar aquilo que considerava serem as obrigações perante a sua própria casa. Passou a levantar-se uma hora mais cedo para assim poder estar na companhia da senhora antes de começar a trabalhar.

 

Quantos homens poderiam, hoje em dia, seguir este ritmo?! Uma horazinha num ginásio qualquer e ficamos arrasados!

 

© Clive Gilbert

© MAFLS

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Fevereiro 03 2014

© CDMJA/MCS

 

Estudo, provavelmente da autoria de Armando Mesquita (1907-1982), para a figura apeada de um soldado da Leal Legião Lusitana.

 

Esta peça surge referenciada pela primeira vez na tabela de Maio de 1960, sob o número 613 e a designação "Soldado Leal Legião Lusitânia (Bussaco)", ao preço de 200$00 para "Vidros cores s/ dec. Branco col. c/ ouro Pint. mod. s/ ouro". De acordo com a anotação manuscrita a um exemplar desta tabela existente no CDMJA, o peso desta peça é de 245 gramas.

 

Apesar de também surgir com um uniforme verde, esta peça não deve ser confundida com a que representa um soldado do 95.º Regimento de Infantaria (Britânico), anteriormente reproduzida aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/35956.html.

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso / Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

© MAFLS

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Novembro 04 2013

Fotograma retirado do documentário já referido aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/90354.html

 

SACAVÉM… SEMPRE EM PRIMEIRO PLANO!

  

O actual Ministro da Economia, António Pires de Lima (n. 1962), esteve na semana passada (21 a 25 Outubro) em Londres onde foi entrevistado pela SkyNews e mais tarde por um canal português de televisão. Neste segundo caso, a entrevista teve lugar na Embaixada de Portugal em Londres, tendo a peça passado várias vezes na televisão nacional.

 

O mais curioso é que, como pano de fundo da entrevista, vê-se uma lareira e, por cima da mesma, um relógio de mesa. Ladeando este relógio era possível observar vários (dois de cada lado, salvo erro) oficiais cavaleiros, alusivos ao período da Guerra Peninsular, fabricados pela Sacavém! Como é geralmente sabido, estas peças foram lançadas no mercado na década de 1950, tendo sido concebidas por Leland Gilbert (1907-1979) e modeladas por Armando Mesquita (1907-1982).

 

Este pequeno episódio faz-me lembrar uma palestra que eu dei na sede da Anglo-Portuguese Society, em Canning House, Londres, edifício este a pouca distância da Embaixada de Portugal, em Belgrave Square. A comunicação que apresentei foi sobre os antecedentes britânicos da Sacavém e, consequentemente, entre as várias dezenas de assistentes à palestra apareceram meia dúzia de descendentes do barão Howorth de Sacavém (John Stott Howorth, 1829-1893; barão a partir de 1885), tendo alguns vindo até, propositadamente, da Irlanda, onde residem!

 

Na véspera do acontecimento a minha mulher e eu fomos convidados pelo senhor Embaixador de Portugal para almoçar na Embaixada. Durante o almoço reparei nos tais oficiais cavaleiros da Sacavém e observei que ficava muito satisfeito em os ver ali. Na sequência da conversa sobre a Sacavém e as tais figuras, a senhora Embaixatriz sugeriu que elas poderiam fazer parte da palestra em Canning House, embelezando a mesma. Assim foi, e no dia seguinte lá fui buscar as peças e, com enorme cuidado, transportei-as para o Anglo-Portuguese Society onde, pouco depois, fizeram as delícias de quem esteve presente no evento.

 

No final da palestra fomos convidados para jantar pela família Howorth, mas antes quis devolver os cavaleiros à Embaixada. No entanto, para surpresa minha, a senhora Embaixatriz, que tinha assistido à palestra, insistiu em ser ela própria a levá-los. Pelos vistos, ainda hoje continuam a ser muito bem cuidados!

 

© Clive Gilbert

© MAFLS

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Setembro 03 2013

© Clive Gilbert

Efígies de Herbert (1878-1962) e Laura Gilbert (1881-1962) modeladas em barro parian por Armando Mesquita (1907-1982). 

 

O INÍCIO DE UMA CARREIRA NA FLS (XIII)


Os investimentos realizados na Sacavém até à década de sessenta permitiram que os materiais de construção (loiça sanitária, azulejos e mosaicos) tomassem a dianteira em termos de vendas globais da empresa.

 

Isto porque o período pós-Guerra veio dinamizar a construção em todo o país. O turismo também veio reforçar o sector da construção civil e, aqui, a Sacavém dominou o fornecimento aos novos hotéis, em particular aos das redes internacionais, tais como Sheraton, Holiday Inn, Hilton e Penta, mas também aos nacionais.

 

Naquela altura as vendas dos materiais da construção civil chegaram a representar cerca de 70% das vendas da empresa (55% para sanitários e 15% para azulejos e mosaicos), enquanto a loiça de mesa representaria 27,5% e a loiça decorativa uns meros 2,5%.

 

Entre o final dos anos sessenta e o princípio dos anos setenta tornou-se óbvio que seria indispensável a Sacavém passar por uma reestruturação, pois o espaço fabril onde se encontrava instalada, pelas razões já explicadas anteriormente, não permitia um desenvolvimento racional.

 

Nesta altura existia uma pequena produção de azulejos (cerca de 500 a 600 metros quadrados por dia) e uma ainda menor produção de mosaico de pavimento, claramente insuficiente perante a crescente procura de loiça sanitária, e uma produção de loiça de mesa com qualidade pouco concorrencial para enfrentar um mercado cada vez mais exigente em termos de qualidade e design.  

 

Perante uma situação destas, que haveria a fazer? Em 1962 morreu Herbert Gilbert, o grande impulsionador da Sacavém nos anos 30 e nos difíceis anos da Segunda Guerra Mundial. O problema da gestão de meu avô era que ele centralizava tudo na sua pessoa, tentando controlar todas as áreas e trabalhando até às duas da manhã.

 

Assim sendo, meu pai Leland Gilbert, seu filho e continuador, concentrara-se num conjunto específico de produtos de loiça decorativa – tais como os cavaleiros medievais, a série de figuras da Guerra Peninsular (Invasões Francesas), as peças em loiça parian e a série Arte Nova, entre outras, que criaram um grande nome à Sacavém no estrangeiro mas pouco ou nada fizeram financeiramente pela empresa, pois a sua produção pouco representava em termos de vendas globais.

 

Como consequência desta situação, os investimentos que se seguiram foram manifestamente insuficientes para garantir um futuro seguro à empresa. Nesta altura, a Sacavém detinha ainda a Fábrica Cerâmica do Carvalhinho, em Vila Nova de Gaia. Esta, adquirida nos anos 30, fabricava azulejos, loiça sanitária e decorativa mas, tal como a Sacavém, também em pequenas quantidades.

 

Numa fase vital para o futuro da empresa, tomaram-se decisões pouco ambiciosas que propiciaram as condições para que se reestruturassem, e viessem a conquistar significativa quota de mercado, algumas empresas concorrentes, tais como a Valadares (1921), de V. N. de Gaia, a Estatuária Artística de Coimbra (1943) e a Ceres (1956), também de Coimbra, nos materiais de construção, ou se fundassem outras, como a SPAL (1965), de Alcobaça, na loiça de mesa.

 

© Clive Gilbert

© MAFLS

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Julho 01 2013

 

© MCS/CDMJA

 

O INÍCIO DE UMA CARREIRA NA FLS (XI) 

 

Um dos produtos que mais evidenciou a Sacavém, em particular a nível internacional, foi a loiça decorativa e, nesta área, a série de peças relacionadas com a Guerra Peninsular ou, como também são referidas, as Invasões Francesas, bem como as figuras equestres de cavaleiros medievais. O conjunto de peças da Guerra Peninsular era composto por figuras de oficiais e soldados, montados ou apeados, dos vários regimentos, quer dos exércitos britânicos e portugueses quer dos franceses.

 

Estas peças apenas eram vendidas nos espaços comerciais da empresa, ou seja, nas lojas de Lisboa, Porto e Coimbra. Não houve, contudo, grande procura em Portugal, pois as invasões haviam correspondido a um período de enorme sofrimento para o povo português, parecendo este não querer relembrar aquele período dramático da sua história através destas peças. A memória de tal sofrimento ainda hoje perdura no léxico, através de expressões como "ir tudo para o maneta", que alude aos saques perpetrados pelas tropas comandadas pelo general Loison (Louis Henri Loison, 1771-1816).

 

A nível internacional, no entanto, estas figuras foram muito apreciadas e ainda hoje são avidamente disputadas pelos coleccionadores quando algum exemplar aparece em leilões ou em lojas da especialidade, principalmente nos países anglo-saxónicos. Em Portugal, existem pelo menos três  museus onde se podem apreciar colecções destas estatuetas – o Museu Militar, em Lisboa, o Museu Militar, no Buçaco, e o Museu Leonel Trindade, em Torres Vedras (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/museu+municipal+leonel+trindade).

 

Curiosamente, a única colecção completa das figuras das Invasões Francesas, de que tenho conhecimento, encontra-se nos Estados Unidos, mais especificamente na posse de um director jubilado da Faculdade de História da Florida State University. Tive o privilégio de visitar esta colecção quando fui convidado a apresentar uma comunicação durante um congresso sobre o período napoleónico, que se realizou nessa universidade, sedeada em Tallahassee, capital da Flórida, em Janeiro de 2010.

 

De qualquer forma, penso que estas figuras, bem como as dos cavaleiros medievais, são consideradas pelo meio especializado como sendo das melhores no seu género até este momento, não só pela qualidade do fabrico e modelação, da autoria de Armando Mesquita (1907-1982), mas também pelas aturadas pesquisas realizadas, que se traduziram numa minuciosa e fiel reprodução quer dos uniformes quer da heráldica medieval.

 

Estas peças eram consideradas de grande prestígio, de tal forma que o Estado Português tinha o costume de as oferecer em visitas oficiais ou a personalidades importantes. Consta que uma delas foi oferecida ao marechal inglês Montgomery (Bernard Law Montgomery, 1887-1976), o qual já havia sido homenageado pela FLS na década de 1940 através de uma peça caricatural executada por Leonel Cardoso (1898-1987).

 

© Clive Gilbert

© MAFLS

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Dezembro 06 2012

 

Figura em barro Parian, com cerca de 22,2 cm. de altura, representando um guerreiro espartano.

 

A peça aqui reproduzida surgia já na tabela de Maio de 1960, sob o número 712 e a designação "Figura Soldado Grego", ao preço de 250$00. O exemplar desta tabela existente no CDMJA indica que peso desta peça é de 110 gramas. A tabela de Maio de 1979 ainda regista esta figura sob o número 9504, ao preço de 727$00, o mesmo preço de uma figura de soldado romano, número 9505, que entretanto havia sido também comercializada pel FLS.

 

Esta é uma das duas versões que se conhecem. Na outra versão, os calcanhares da figura encontram-se mais juntos, originando essa posição um ângulo agudo com abertura em direcção aos dedos dos pés. Nessa versão, o escudo apresenta ainda uma decoração estriada no rebordo.

 

Sendo uma estatueta que já existia em 1960, é muito provável que o seu original tenha sido modelado por Clariano Casquinha da Costa (n. 1929, activo na FLS durante as décadas de 1950 e 1960) ou Armando Mesquita (1907-1982).

 

Note-se a ausência da curta lâmina da espada que, tal como acontece em outras armas de figuras militares da FLS (http://mfls.blogs.sapo.pt/35956.html), seria em metal.

 

Este exemplar não ostenta também a representação em barro Parian das crinas, ou plumas, curvadas que rematam o capacete no modelo completo e aproximariam a sua altura total dos 24 centímetros.

 

 

© MAFLS

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Março 17 2012

© MCS/CDMJA 

 

Detalhe de uma fotografia não datada, mas provavelmente da década de 1950, de uma das montras da loja da FLS na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

 

Esta imagem documenta seis estatuetas militares apeadas e sete equestres da série alusiva à Guerra Peninsular. Modeladas por Armando Mesquita (1907-1982), estas peças começaram a ser produzidas a partir de 1945 e muitas delas ainda constavam da tabela de 15 de Maio de 1979.

 

A maior colecção privada, conhecida, destas figuras militares da FLS — The Horward Collection — integra 31 estatuetas equestres e apeadas, que foram exibidas em 1989 na University Art Gallery, da Florida State University, por ocasião do bicentenário da Revolução Francesa.

 

Eis a lista dessas peças elaborada pelo próprio coleccionador americano, com o número de referência constante do catálogo de 1979 — 9600, Oficial de Caçadores 2; 9601, Soldado de Caçadores 2; 9602, Oficial de Infantaria 19; 9603, Soldado de Infantaria 19; 9604, Oficial de Infantaria 6; 9605, Soldado de Infantaria 6; 9606, Cabo Ordenança da 18. Brigada; 9607, Servente de Artilharia 1; 9608, Oficial Escocês; 9609, Soldado Escocês; 9610, Oficial de Infantaria Britânica; 9611, Soldado de Infantaria Britânica; 9612, Soldado de Caçadores Britânicos; 9613, Oficial do Regimento 14 de Dragões; 9614, Soldado Voluntário Reais do Comércio; 9615, Oficial do Regimento Scots Greys; 9616, Soldado da Legião de Alorna; 9617, Oficial do Regimento Life Guards; 9618, Oficial de Cavalaria 2; 9619, Oficial de Cuirassier; 9620, Oficial Colonel General; 9621, Oficial La Grande Armée; 9622, Oficial Colonel; 9637, Soldado da Leal Legião Lusitânia; 9639, Soldado do Regimento do Conde de Lippe; 9640, Oficial do Regimento do Conde de Lippe; 9641, Soldado Tambor do Regimento de Infantaria de Campo Maior; 9643, Oficial do Conde de Lippe a Pé; 9644, Oficial Rifle Brigade; [408-A], Soldado de Caçadores 7; [735?], Sargento do Regimento do Conde de Lippe.

 

Segundo declarações do mesmo, os exemplares que integram a sua colecção foram adquiridos entre 1967 e 1984, estando os dois últimos indicados com o número de referência da tabela de 1960 por já não constarem da de 1979. Nesta tabela de 1979, as figuras apeadas surgem a 700$00 e as figuras equestres a 1.750$00, surgindo ainda estatuetas equestres da série medieval a 4.036$50.

 

As quinze figuras da série Guerra Peninsular já apresentadas nesta espaço, 14 das quais do acervo do Museu Leonel Trindade, em Torres Vedras, podem ser vistas aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/militaria.

 

A reprodução desta fotografia é uma cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

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Março 21 2011

 

Catálogo da XLIX exposição de pintura a óleo e escultura da Sociedade Nacional de Belas Artes, realizada em 1953.

 

Do mesmo constam os nomes de alguns artistas da FLS – José Ribeiro (1907-?), Leonel Cardoso (1898-1987), Mário Salvador (1905-?), na pintura, e Armando Mesquita (1907-1982), na escultura.

 

Estas participações surgiam na sequência de outras anteriores, pois Álvaro Mendes Alves (1905-1996; exibiu em 1943), Armando Mesquita (1946), Hermengarda Gilman de Carvalho (datas desconhecidas; 1918, 1946), José Pedro (1907-1981; 1946), José Ribeiro (datas desconhecidas; 1946), Leonel Cardoso (1938, 1940, 1943, 1944, 1945, 1946, 1948, 1949), Luna de Carvalho (datas desconhecidas; 1946) e Mário Salvador (1946 e 1948), já haviam exibido na SNBA, pelo menos nos anos indicados.

 

 

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Janeiro 10 2011

 

Estatueta apeada modelada por Armando Mesquita (1907-1982), representando um coronel de Infantaria 19, em uniforme de 1806.

 

Exemplar do acervo do Museu Municipal Leonel Trindade, Torres Vedras.

 

Este regimento tomou parte nas batalhas do Buçaco, a 27 de Setembro de 1810, Fuentes de Oñoro, a 5 de Março de 1811, Salamanca, a 22 de Julho de 1812, Vitoria, a 21 de Junho de 1813, Pirinéus, entre 28 e 30 de Junho de 1813, Nivelle, a 10 de Novembro de 1813, Nive, a 9 de Dezembro de 1813, e Orthez, a 27 de Fevereiro de 1814.

 

Interveio também nos combates do Buçaco, a 28 de Setembro de 1810, da Ponte de Valladolid, a 28 de Outubro de 1812, de Huerba e San Muñoz, a 17 de Novembro de 1812, de Alturas de Zarza, a 31 de Julho de 1813, de Echalar, a 2 de Agosto de 1813, de Zagaramurdi, a 13 e a 31 de Agosto de 1813, e Hastingues, a 23 de Fevereiro de 1814.

 

Participou ainda nos sítios da praça de Badajoz (segundo), desde 19 de Maio a 17 de Junho de 1811, da praça de Ciudad Rodrigo, desde 7 a 19 de Janeiro de 1812, e do forte do Retiro, em Madrid, entre 11 e 13 de Agosto de 1812.

 

Finalmente, interveio nos assaltos ao forte de S. Cristóvão de Badajoz, a 1 e 6 de Junho de 1811.

 

Na época, o Regimento de Infantaria 19 encontrava-se aquartelado em Cascais, onde recolheu a 29 de Agosto de 1814. Actualmente, este regimento encontra-se aquartelado em Chaves onde, na época da Guerra Peninsular, se encontravam estabelecidos o Regimento de Infantaria 12 e os Regimentos de Cavalaria 6 e 9.

 

 

PLANTA DA BATALHA DO NIVELLE em 10 de Novembro de 1813.

 

De acordo com a já referida obra de Luz Soriano, na época da Guerra Peninsular existiam vinte e quatro regimentos de Infantaria em Portugal, com os seguintes números e aquartelamentos – 1, em Belém, Lisboa, 2, em Lagos, 3, em Guimarães, 4, em Lisboa, 5, em Elvas, 6, no Porto, 7, em Setúbal, 8, em Castelo de Vide, 9, em Viana do Castelo, 10, em Santarém, 11, em Viseu, 12, em Chaves, 13, em Lisboa, 14, em Tavira, 15, em Braga, 16, em Lisboa, 17, em Elvas, 18, no Porto, 19, em Cascais, 20, em Abrantes, 21, em Valença, 22, em Leiria, 23, em Almeida, e 24, em Bragança.

 

Entre 1808 e 1814 os efectivos desses regimentos registaram os seguintes números totais – 29.122 em 1808, 32.925 em 1809, 36.356 em 1810, 34.999 em 1811, 37.417 em 1812, 35.226 em 1813 e 35.352 em 1814.

 

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