Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 01 2024

 

 

Jarra, com cerca de 17,3 cm. de altura, em terracota pintada.

 

Não ostentando qualquer marca, ou etiqueta de origem, esta peça coloca certas dificuldades para a identificação da sua origem, embora seja possível que tenha sido produzida na região de Barcelos ou na região de Coimbra.

 

Obviamente, segue modelos característicos da fábrica Aleluia, de Aveiro, a qual, por sua vez, importara uma parte significativa da sua gramática modernista de algumas fábricas estrangeiras.

 

 

 

 

© MAFLS

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Janeiro 13 2019

 

Figura, com cerca de 19,4 cm. de altura, em faiança não vidrada.

 

Não apresenta qualquer marca, mas o seu revestimento amarelo e castanho, aplicado a aerógrafo, recorda a técnica e as tonalidades utilizadas na Cerâmica Macedo, de Barcelos. A pasta branca, contudo, poderá indiciar uma produção oriunda de Coimbra.

 

Esta figura é característica de certas representações cerâmicas, de traço caricatural e infantilizante, que evocam as cowgirls Calamity Jane (Martha Jane Canary-Burke, 1852-1903) e, particularmente, Annie Oakley (Phoebe Ann Moses, 1860-1926), bem como as suas posteriores actuações circenses.

 

© MAFLS

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Maio 13 2018

 

Duas jarras em faiança, ambas com cerca de 28,8 cm. de altura, produzidas na Cerâmica Lourenço, de Maria Inês Calisto Machado, situada em Roriz, Barcelos.

 

Modeladas cerca de 2006, estas jarras ilustram formatos que, apesar de vidrados com um colorido característico da região, se afastam claramente das típicas loiças decorativas e utilitárias de Barcelos.

 

Exportando para países como a Alemanha, Holanda e Suíça, a empresa faz mesmo questão de destacar, na sua página (http://ceramicalourenco.pai.pt/), as declarações: "Somos especializados em cerâmica artística" e "Não fazemos imagens nem animais em cerâmica".

 

Note-se como o modelo da primeira jarra se aproxima de formatos modernistas, britânicos e escandinavos, do último quartel do século XIX e de inícios do século XX, tal como se pode observar neste exemplar da fábrica finlandesa Arabia: https://mfls.blogs.sapo.pt/211277.html.

 

Como já foi referido, esses formatos tiveram também, pelo menos, uma variante portuguesa na primeira metade do século XX, produzida pela fábrica da Fonte Nova, em Aveiro: https://mfls.blogs.sapo.pt/263528.html.

 

 

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Outubro 25 2017

Como já foi aqui referido, durante o final do passado mês de Setembro, no Museu de Olaria, em Barcelos, procedeu-se ao lançamento da monografia de Adélio Macedo Correia (n. 1943) intitulada João Macedo Correia (1908-1987), O Legado de Um Ceramista

 

Livro imprescindível para compreender e conhecer a cerâmica de Barcelos durante os primeiros três quartéis do século XX, debruça-se, naturalmente e em particular, sobre a empresa fundada pelo avô do autor, Joaquim Macedo Correia (1871-1948) e sobre o período da administração exercida por seu pai, João Macedo Correia.

 

É uma obra importante, ainda, para perceber também a relação cerâmica existente entre Barcelos e a produção das Caldas da Rainha e de Viana do Castelo, através da revelação de documentos, e correspondência, que até agora permaneciam inéditos.

 

Contribui, também, para dar a conhecer as influências do Modernismo e do estilo Art Déco na produção barcelense, particularmente a partir da década de 1930, quando João Macedo Correia assumiu a administração da Cerâmica Macedo.

 

Neste período, João Macedo Correia  promoveu a criação, e comercialização, de diversas peças decorativas com formato e decoração Art Déco e algumas peças de loiça doméstica claramente decalcadas de modelos da Bauhaus, a exemplo do que aconteceu com a FLS e a VA.

 

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Outubro 07 2017

 

Conjunto em cerâmica vidrada, com cerca de 32,2 x 22,2 x 9,3 cm., representando cinco bananas assentes sobre folhagem. 

 

Não apresenta qualquer marca visível, mas conjuntos semelhantes a estes foram produzidos em diversas oficinas e fábricas portuguesas, particularmente nas regiões de Barcelos e Caldas da Rainha.

 

O livro de Adélio Macedo Correia (n. 1943), João Macedo Correia (1908-1987): O Legado de um Ceramista, recentemente publicado, apresenta um conjunto algo diferente deste, mas com vidrado, colorido, composição e dimensões semelhantes, atribuído à Fábrica de Cerâmica de Joaquim Macedo Correia, em Barcelos.

 

© MAFLS

 

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Setembro 25 2017

 

 

Barcelos, o Museu de Olaria, e a Câmara Municipal de Barcelos irão homenagear na próxima quarta-feira, dia 27 de Setembro de 2017, a vida e a obra do notável ceramista João Macedo Correia (1908-1987).

 

Trinta anos depois do seu falecimento, esta homenagem somar-se-á a outras que entretanto lhe foram sendo prestadas ao longo das últimas décadas, inclusive na toponímia municipal, mas terá uma nota particularmente pessoal e emotiva.

 

Um dos seus filhos, Adélio Macedo Correia (n. 1943), terá oportunidade de ver publicada a vasta e minuciosa monografia que entretanto elaborou sobre seu avô e seu pai, sobre a Cerâmica Macedo e sobre a cerâmica barcelense em geral.

 

Esta obra, João Macedo Correia (1908-1907), o legado de um ceramista, será apresentada ao público, pelas 18h00, na Sala Multimédia do Museu de Olaria, em Barcelos.

 

De seguida será inaugurada a exposição "João Macedo Correia: o ceramista visionário", que estará patente, na Sala da Capela do Museu de Olaria, até 11 de Março de 2018.

 

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Julho 29 2017

 

Dois bustos em terracota representando o escritor Guerra Junqueiro (1850-1923).

 

O primeiro, patinado a esmalte e com cerca de 14,5 cm. de altura, foi produzido pela Moderna Industrial Decorativa, Limitada, fundada em Coimbra no ano de 1941, conforme se comprova pela marca reproduzida abaixo.

 

O segundo, com cerca de 13,6 cm. de altura, não apresenta qualquer marca, mas assemelha-se bastante a um busto que é possível ver numa fotografia, não datada mas provavelmente da década de 1930, da montra do estabelecimento da Cerâmica Macedo, de Barcelos, que existiu na Póvoa de Varzim entre 1935 e 1951.

 

 

É provável que, em Portugal, este hábito de celebrar em bustos industriais de terracota a memória de diversos escritores, e outras personalidades, tenha sido introduzido, e consolidado, pelo escultor José Joaquim Teixeira Lopes (1837-1918), através da produção da fábrica das Devezas, de que era co-proprietário.

 

Outros escultores e modeladores terão seguido esta tendência, tais como Rafael (1846-1905) e Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920), Costa Mota, Sobrinho (1877-1956), Avelino Belo (1872-1927), Francisco Elias (1869-1937), os menos conhecidos  Alberto Morais do Vale (1901-1955), João dos Santos Calisto (1905-1946), Francisco Caetano Ferreira (1908-1987), e o próprio João Macedo Correia (1908-1987).

 

No entanto, muitos destes bustos não apresentam qualquer assinatura na sua versão industrial, pelo que nem sempre é fácil indicar o seu autor, e a verdade é que muitas fábricas e oficinas copiaram obras entre si sem respeitar quaisquer direitos ou creditar a sua autoria.

 

Sabe-se, por exemplo, que a Estatuária Artística de Coimbra, fundada em 1943, reproduziu e comercializou, sem qualquer atribuição de autor, um busto de António de Oliveira Salazar (1889-1970) que João Macedo Correia havia modelado, e comercalizado através da Cerâmica Macedo, na década de 1930.

 

 

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Maio 14 2017

 

Pequeno vaso em terracota, ou cachepot, com cerca de 9,6 cm. de altura, decorado a aerógrafo e esmalte sobre stencil (chapa recortada).

 

Este exemplar, como se comprova pela etiqueta em papel, terá sido executado numa das oficinas cerâmicas de Areias, S. Vicente, em Barcelos, provavelmente durante a década de 1960. 

 

 

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Maio 06 2017

 

Pequena jarra moldada, com cerca de 7 cm. de altura, apresentando decoração floral pintada à mão.

 

Este será um dos poucos exemplares que subsistem da exígua produção realizada, entre 1945 e 1947, na efémera Fábrica de Loiça de Viana. É possível que o molde desta peça tenha sido trazido, da sua fábrica de Barcelos, pelo ceramista e modelador João Macedo Correia (1908-1987), o qual foi o responsável técnico da L. V. no atribulado e curto período da sua existência.

 

A Fábrica de Loiça de Viana, Limitada, foi constituída por escritura datada de 25 de Setembro de 1945, localizando-se a sua sede e estabelecimento fabril no lugar da Senhora da Ajuda, freguesia da Meadela, em Viana do Castelo.

 

O seu capital social era de 330.000$00, distribuído da seguinte forma pelos accionistas – José Jorge Alves de Sousa Cruz, 150.000$00; D. Maria Amélia de Sousa Cruz, 100.000$00; Octávio Pereira da Silva, 50.000$00; Dr. João de Espregueira Mendes, 20.000$00; e José Augusto Rosa de Araújo, 10.000$00.

 

No entanto, à data da constitução, José Jorge Alves de Sousa apenas realizara uma entrega de 100.00$00 e José Augusto Rosa de Araújo uma entrega de 1.000$00, pelo que a caixa social apenas totalizava 279.000$00.

 

A maioria das quotas desta fábrica veio a ser adquirida em 1948 pela empresa Jerónimo Pereira Campos, Filhos, de Aveiro, que já se encontrava estabelecida, desde meados da década de 1930, a sul do rio Lima, em Alvarães.

 

Mantendo as instalações da Meadela, a empresa aveirense passou a comercializar esta sua nova produção, na maioria realizada em pasta de faiança fina, um grés feldspático não poroso, com a marca C. F. Viana.

 

 

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Abril 16 2017

 

Jarra em terracota, com cerca de 21,3 cm. de altura, produzida na Cerâmica Macedo, Barcelos.

 

A decoração floral de inspiração Art Déco foi aplicada a aerógrafo sobre stencil (neste caso, cartão ou chapa recortada) para o amarelo, azul, verde e vermelho, e aplicada livremente para o preto e o fundo beige.

 

Sendo louça com fins decorativos, mas também utilitários, a interessante e extensa produção da Cerâmica Macedo sobreviveu em ínfimas quantidades até aos dias de hoje e, como se verifica neste e na maioria desses reduzidos exemplares, em condições de grande deterioração da pintura.

 

Este problema técnico, que afectou também as grandes fábricas de faiança produtoras de decoração sobre o vidrado, como a FLS, acentuava-se na decoração sobre terracota.

 

Embora a Cerâmica Macedo submetesse as suas peças a um banho impermeabilizante antes de aplicar as tintas, o processo de escamagem acentuava-se na terracota com a passagem do tempo, mesmo sem que as jarras recebessem água no seu interior.

 

 

De acordo com Adélio Macedo Correia (n. 1943), a Fábrica de Cerâmica Joaquim Macedo Correia foi fundada em 1893, em Areias de S. Vicente, embora Joaquim Macedo Correia (1871-1948) provavelmente já viesse a produzir cerâmica desde o início dessa década.

 

Exportando, na década de 1920, para todo o país, incluindo Madeira, e Espanha, a fábrica veio a denominar-se Cerâmica Macedo entre 1930 e 1949, difícil período, que se seguiu ao crash bolsista de 1929 e foi afectado quer pela Guerra Civil de Espanha (1936-1939) quer pela II Guerra Mundial (1939-1945), em que a administração passou a ser exercida pelo filho do fundador, o modelador e escultor cerâmico João Macedo Correia (1908-1987).

 

Apesar daquelas adversidades, datam deste período as inovações técnicas na decoração, nomeadamente a utilização do aerógrafo e do stencil, a adopção da gramática Art Déco e ainda a abertura de uma loja na Póvoa de Varzim, em 1935. 

 

Como já foi referido, a Cerâmica Macedo encerrou as suas últimas instalações, no Campo de S. José, Barcelos, em 1950. A loja da Póvoa de Varzim acabou por fechar em 1951.

 

João Macedo Correia, que entretanto, entre 1945 e 1947, dera muito de si e da sua experiência para implementar o projecto e evitar o malogro da efémera Fábrica de Loiça de Viana, ainda continuou em Barcelos a sua produção, de forma artesanal, durante as duas décadas seguintes.

 

 

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