Jarra de inspiração Art Nouveau, com cerca de 13,3 cm. de altura e 15 cm. de diâmetro máximo, modelada em grés por Charles Gréber (1853-1935).
A dinastia desta família de ceramistas em Beauvais foi iniciada em 1850 por Johan-Peter Gréber (1820-1898) que, oriundo da Áustria, havia chegado a esta localidade francesa quatro anos antes. Este, entre 1866 e 1868, diversificou a sua actividade cerâmica inicial, alargando a oferta de terracotas e passando a produzir quer grés quer peças decorativas.
A actividade da empresa veio a ser dinamizada mais tarde pelos seus filhos Charles e Paul Gréber (datas desconhecidas) que em 1880 estabeleceram a Manufacture Céramique de Beauvais, a qual em 1883 já contava com 28 operários. A partir de 1905, e até 1933, Charles assumiu individualmente a direcção da empresa, tendo-lhe sucedido seu sobrinho Pierre Gréber (1896-1965) e a filha deste, Françoise (1925-1974), que geriram a empresa até ao seu encerramento, em 1962.
As peças de Charles Greber mais aclamadas, produzidas quer ao gosto Art Nouveau quer ao gosto Art Déco, caracterizam-se pelo uso de vidrados semi-mates escorridos, pontuados, em muitos casos, por um tratamento complementar com microcristais.
As marcas são, na sua maioria, impressas na pasta, quando as peças são moldadas, sendo menos vulgares as peças mais antigas, modeladas, que ostentam assinatura manuscrita do próprio Charles Gréber, como é o caso desta.
Aplicando a sua arte à arquitectura, a empresa de Charles Gréber legou-nos ainda revestimentos cerâmicos notáveis - quer na Maison Bordez-Gréber, em Mouy, onde foi desenvolvido trabalho em conjunto com o arquitecto Fidélie Bordez (1871-1949), quer na Maison Gréber, em Beauvais, onde o trabalho foi desenvolvido em colaboração com o arquitecto Maurice Thorel (datas desconhecidas).
Neste último edifício encontram-se actualmente instalados o Groupe d'Études et de Recherches de la Céramique du Beauvaisis (http://grecb.monsite-orange.fr/) e o Groupe d'Étude des Monuments et Oeuvres d'Art de l'Oise et du Beauvaisis
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