Duas pequenas peças em grés fino que ilustram as tendências da produção cerâmica portuguesa actual.
Em cima, uma taça com cerca de 6,8 cm. de altura e cerca de 10 cm. de diâmetro, em baixo, uma taça com cerca de 6,5 cm. de altura e cerca de 11,6 cm. de diâmetro.
As tendências minimalistas e orientalizantes, que traduzem também uma diversificada aproximação gastronómica nos recentes hábitos alimentares portugueses, têm-se multiplicado na produção cerâmica, originando não só uma consistente opção pelo corpo cerâmico em grés como uma multiplicidade de empresas que apostam na sua comercialização.
A Ceramirupe, fundada em 1987 (https://ceramirupe.com), a Costa Nova (https://www.costanova.pt/pt/) e a própria Vista Alegre, que recuperou a marca Casa Alegre para comercializar a sua produção nesta pasta cerâmica, são algumas das empresas que se destacam nesta produção.
A gramática oriental dos vidrados microcristalinos como decoração principal, na linha do revivalismo de um gosto que já tinha surgido na cerâmica europeia de finais do século XIX, enuncia-se aqui no apelo exercido pela subtileza de suaves combinações cromáticas criadas pelos escorridos (recordem-se os escorridos bordalianos das Caldas da Rainha), que no primeiro exemplar é ainda complementado pela decoração em relevo da pasta cerâmica.
Nenhuma destas duas peças se encontra marcada, embora a primeira apresente as referências internas de cozedura que se reproduzem abaixo, mas são certamente exemplares produzidos no eixo cerâmico estabelecido ao longo das zonas industriais das Caldas da Rainha, Alcobaça, Leiria, Pombal e Aveiro.
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