Caneca, formato Direita, com decoração aplicada a decalcografia sobre o vidrado e filetagem a dourado.
No lado oposto a esta figura apresenta a legenda Recordação da Figueira [da Foz], aplicada a azul sobre o vidrado.
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Caneca, formato Direita, com decoração aplicada a decalcografia sobre o vidrado e filetagem a dourado.
No lado oposto a esta figura apresenta a legenda Recordação da Figueira [da Foz], aplicada a azul sobre o vidrado.
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Prato raso com motivo floral aplicado a decalcomania sobre o vidrado.
No lado direito da imagem, note-se o desgaste da decoração originado pela abrasão do motivo não vidrado.
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Prato raso, formato Aldeia, com decoração por decalcomania e filetagem, sobre o vidrado.
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Terrina sem tampa decorada com decalcografia (motivo 2061?) e filete dourado, sobre o vidrado.
Este modelo não se encontra reproduzido no Catálogo de Formatos de Loiças Domésticas, de Maio de 1950, pelo que, certamente, é um modelo posterior a esta data.
Veja-se uma molheira com o mesmo formato, mas decoração distinta (motivo 1811), em: http://mfls.blogs.sapo.pt/48506.html.
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Manteigueira formato Liso, com decoração floral decalcografada, e filetagem a esmalte azul, sobre o vidrado.
O formato Liso surge já referenciado na tabela de Janeiro de 1932, apresentando a capacidade de 5 (1.º lote), 4 (2.º lote) e 3 (3.º lote) decilitros. Os preços indicados são, respectivamente, 4$40, para Branco, 5$85, para Colorido s/ ouro, e 8$80, para Colorido c/ ouro; 2$95, 3$90, e 4$90; 2$45, 2$95 e 3$90.
Na tabela de Setembro de 1949 os preços deste formato surgem, respectivamente, a 13$00, para Branco, 14$50, para Colorido s/ ouro Classe A, 16$50, para Colorido s/ ouro Classe B, e 20$00, para Colorido c/ ouro, Classe C; 9$00, 10$50, 12$50, e 16$50; 8$00, 9$00, 10$00 e 12$00. Este formato surge ainda reproduzido no Catálogo de Formatos de Loiças Domésticas, de Maio de 1950.
O exemplar aqui apresentado tem a capacidade de três decilitros, sendo, portanto, do 3.º lote .
Esta decalcomania foi também aplicada em pratos e canecas, como se pode observar no catálogo da exposição Porta Aberta às Memórias, volume I (2008).
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Cachepot com decoração floral a decalcografia policromática e filete aplicado a azul, sobre o vidrado.
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Terrina formato Leiria decorada com decalcografia e filete a esmalte, sobre o vidrado.
Este modelo não se encontra reproduzido no Catálogo de Formatos de Loiças Domésticas, de Maio de 1950, pelo que, provavelmente, é um modelo posterior a esta data.
Na já citada obra
A Cerâmica Portuguesa (1935), pronunciou-se assim um dos responsáveis da VA, João Teodoro Ferreira Pinto Basto (1870-1953), sobre o processo de decalcografia em Portugal e as decalcomanias:
"Para tornar possivel e facilitar a exportação, ha necessidade de baixar os direitos das tintas vitrificaveis, e das decalcomanias, que servem para ornamentar a louça. São direitos que pouco rendem ao Estado e que encarecem muito os produtos a exportar, mesmo os que se destinam ás colonias.
Não sendo pratico dar qualquer compensação de drawback á industria, devem as alfandegas prescindir dessa receita, para elas insignificante. Acresce que indubitavelmente se trata de materias primas da industria, sobre as quais não devem pesar direitos fortes.
As decalcomanias poderiam talvez ser impressas em Portugal, e não se deve pôr de parte essa ideia, mandando vir um gravador especializado para criar essa industria no País, onde, pelo concurso dos seus artistas, poderiam essas gravuras tomar vantajosamente uma feição artistica caracteristicamente nacional.
A uma fabrica só, não convem porém criar subsidiariamente essa industria.
O publico é exigente quanto á variedade de desenhos, e uma fabrica por si não teria capacidade para consumo de grandes series de cada desenho, como só vale a pena a sua impressão.
Assim, hoje, cada fabrica tem de adquirir decalques de todos os gostos, e em todas as fabricas estrangeiras.
Reputamos essa importação ainda em cerca de 800 contos anualmente.
Quanto ás tintas preparadas, outra materia prima da ceramica, não julgo a sua industria comercialmente adaptavel no País, conquanto o seu consumo aumente com a pintura á pistola, aplicação que em parte substitui o emprego de decalques.
O consumo nacional de tintas, nunca poderia compensar o capital a empregar em tão dispendiosa industria."
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Pote com tampa, formato Chinês, decorado com decalcografias, e filete azul a esmalte, sobre o vidrado.
Na tabela de Loiça Decorativa de Outubro de 1929 surgem referenciados cinco vasos formato "Chinez", sob os números 20 a 20D, mas as suas dimensões não correspondem a este exemplar dado que, de acordo com a descrição aí facultada, as alturas dessas cinco peças são similares às suas larguras.
Esta peça corresponderá ao formato "Chinez" do 1.º, referenciado sob o número 360 da tabela de Novembro de 1945, visto medir 27,5 cm de altura. Este formato ainda se encontra referenciado na tabela de Maio de 1960.
Ainda na tabela de 1945, sob o número 46, surgem também cinco outros formatos vaso Chinês, do 1.º (maior, número 46) ao 5.º (menor, número 46D), sendo o preço do formato "Chinez do 1.º" de 44$00 para "Colorido s/ ouro", 53$00 para "Colorido c/ ouro" e 106$00 para "Azul Sevres".
Este formato 46 já não surge na tabela de Maio de 1960.
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Molheira decorada com decalcografia e filete a esmalte, sobre o vidrado.
Este modelo não se encontra reproduzido no Catálogo de Formatos de Loiças Domésticas, de Maio de 1950.
É provavelmente um modelo posterior a esta data, até porque a decoração com motivos outonais foi muito popular na cerâmica europeia e americana do pós-guerra, tendo a VA produzido também peças com estes motivos.
É possível que estes motivos e estas tonalidades decorativas tenham tido grande divulgação e aceitação nos EUA na sequência do período de ocupação militar aliada do Japão, subsequente à II Guerra Mundial, e do regresso dos veteranos americanos.
A este propósito refira-se que, desse período (1945-1952), existem várias peças de cerâmica japonesa de exportação que ostentam a marca Made in Occupied Japan, normalmente impressa a esmalte sobre o vidrado.
O Outono e o peculiar colorido da folhagem nesse período, que em japonês se podem referir pela mesma palavra, momiji, são particularmente apreciados no Japão, onde, durante os séculos XIX e XX, surgiam frequentemente representados em xilogravuras.
O coleccionismo de xilogravuras japonesas teve, desde a segunda metade do século XIX, grandes entusiastas nos EUA, entre os quais o famoso arquitecto Frank Lloyd Wright (1867-1959; cf. http://en.wikipedia.org/wiki/Frank_Lloyd_Wright), que chegou a desenhar um serviço modernista de porcelana, com formas geométricas, para o Imperial Hotel (1923-1968; cf. http://en.wikipedia.org/wiki/Imperial_Hotel,_Tokyo), em Tóquio.
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Chávena de chá e pires com decoração floral aplicada por decalcografia sobre o vidrado.
Embora nos encontremos perante uma peça das primeiras décadas do século XX, o formato da asa aproxima-se claramente do design das chávenas inglesas e continentais que já vinham de meados e finais do século XIX. O mesmo acontece com o formato do pires, que apresenta um rebordo muito levantado e pronunciado.
Em caso de acidente, esta última característica permitia conservar uma maior quantidade de chá entornado, o qual podia, assim, voltar a ser recolocado na chávena.
De facto, um pires com este rebordo faz-nos recuar ainda mais algumas décadas, remetendo-nos para os formatos da porcelana europeia do século XVIII, época em que o chá era um bem precioso e dispendioso e a etiqueta permitia tal gesto.
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