Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 01 2024

 

Jarra, com cerca de 26,7 cm. de altura, em grés da fábrica francesa Denbac.

 

Este formato, através da torção, fluidez sinuosa e repuxado das suas excrescências, que sugerem simultaneamente uma origem vegetal da forma e um harmonioso movimento, ilustra uma das mais interessantes e bem conseguidas peças Art Nouveau desta empresa.

 

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 10:01

Setembro 01 2023

 

Jarra em faiança, com cerca de 24,3 cm. de altura, da fábrica Aleluia, Aveiro.

 

Esta peça modernista apresenta decoração relevada, em conjunto com cinco detalhes acobreados a sobrepujar a sua base de cinco gomos, e um vidrado escorrido semi-mate que recorda o revestimento aplicado pela fábrica francesa Denbac (https://mfls.blogs.sapo.pt/tag/denbac) em alguma da sua produção.

 

Note-se a marca de fábrica, datável das décadas de 1960 ou 1970, que ainda não tinha sido catalogada, ou reproduzida, neste espaço.

 

 

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Setembro 01 2022

 

Grande jarra em grés, com cerca de 37,8 cm. de altura, da fábrica francesa Denbac.

 

Estamos perante uma das icónicas jarras desta fábrica que ilustra perfeitamente uma harmoniosa interpretação das opções da gramática Art Nouveau.

 

Note-se, ainda, como a opção escultórica de fazer brotar do corpo da peça as três asas lhe confere um certo sentido vegetalista e a aproxima formalmente de uma opção semelhante, embora bem menos estilizada e bem mais curvilínea, exemplificada no gomil de Jérôme Massier (1850-1926) já hoje apresentado.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 14:01

Setembro 01 2021

 

Jarra em grés, com cerca de 23,8 cm. de altura,  produzida recentemente pelo ceramista algarvio Ricardo Lopes (datas desconhecidas).

 

Note-se como este vidrado evoca o efeito do bronze patinado, um revestimento característico também da produção de início do século XX da fábrica francesa Denbac, e o formato evoca centenários modelos orientais, os quais foram também recuperados pela cerâmica escandinava de autor em meados do século passado.

 

 

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Dezembro 30 2018

 

Embora a fábrica Denbac tenha produzido notáveis esculturas de animais, como a da majestosa, hierática e serena figura de antílope que ontem se apresentou, a verdade é que a sua imagem de marca está associada a um consistente conjunto de excepcionais jarras modeladas dentro do estilo Art Nouveau e do estilo Art Déco.

 

Ao contrário da sua congénere de Vierzon, a Odyv, fundada na década de 1920 e que atingiu a sua maior projecção com as peças criadas ao gosto Art Déco, a Denbac comercializou notáveis exemplares de fauna, jarras e outras peças utilitárias, dentro da gramática Art Déco, mas também, devido à sua anterior fundação, notáveis exemplares ao gosto Art Nouveau.

 

 

Talvez esta jarra da Denbac, correspondente ao formato 156 e com cerca de 22,2 cm. de altura, seja um dos seus modelos Art Nouveau mais inovadores e surpreendentes.

 

Para outras peças desta fábrica francesa, e ligação a um catálogo da sua produção, vejam-se os artigos anteriormente publicados: https://mfls.blogs.sapo.pt/tag/denbac.

 

 

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Dezembro 29 2018

 

Figura em grés da fábrica francesa Denbac, com cerca de 22,4 x 32,6 x 11 cm., representando um antílope.

 

Seguindo uma tendência Art Déco comum a várias empresas cerâmicas internacionais, onde também se incluía a sua congénere de Vierzon, a Odyv, a Denbac produziu, durante este período, um conjunto de cerca de três dezenas de peças dedicadas à fauna.

 

Este número representa o dobro das peças criadas durante o período Art Nouveau, as quais, geralmente, mostravam a fauna – caracóis, gatos, escaravelhos, libélulas, peixes, ratos, não como motivo central e exclusivo das peças – alfineteiras, caixas, jarras, e outras, mas como complementos da sua forma.

 

Obviamente, a produção de tais peças no período Art Déco, representando animais de outros continentes que não o europeu, como este, está intimamente relacionada com as exposições coloniais que, vindo de uma tradição implementada em diversos continentes desde a segunda metade do século XIX, tiveram um novo fôlego, durante as décadas de 1920 e 1930, em países europeus como a Bélgica, a França, a Itália, os Países Baixos, ou o Reino Unido.

 

Em Portugal, como se sabe, também decorreu em 1934, pouco depois da promulgação do Acto Colonial (1930) e da Constituição (1933) do Estado Novo, nos jardins e no Palácio de Cristal do Porto, uma Exposição Colonial.

 

 

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Dezembro 25 2016

 

Duas jarras em grés produzidas na fábrica francesa Denbac.

 

Em cima, pequeno exemplar com cerca de 12,2 cm. de altura, ostentando o número 32, que corresponde ao formato e à sua catalogação. 

 

Apresenta o característico vidrado microcristalino da empresa escorrendo em três tonalidades sobre uma forma com sinuosas linhas, de inspiração vegetal, ao gosto Art Nouveau.

 

 

Jarra, que poderia também ser usada como base de candeeiro embora não apresente qualquer perfuração para esse fim, com cerca de 28,8 cm. de altura.

 

Ostenta o número 50 e o vidrado microcristalino, predominantemente em tons de verde e azul, que habitualmente se associa aos clássicos escorridos da Denbac.

 

Consulte-se informação sobre a empresa, e vejam-se mais alguns exemplares da produção Denbac, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/denbac.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 00:01

Setembro 01 2014

 

Grande cinzeiro ou vide-poche, com cerca de 22,4 cm. de comprimento, em grés da fábrica francesa Denbac.

 

Correspondente ao formato 140, que raramente surge nas colecções privadas ou mesmo nos museus, esta peça ostenta um caracol como motivo principal, motivo comum a várias outras peças Art Nouveau de outras fábricas e que, na Denbac, se conhece ainda no formato 86, um cachepot.

 

 

Pequena jarra, com cerca de 17,7 cm. de altura, apresentando motivos vegetalistas estilizados. Este modelo corresponde ao formato 30.

 

Vejam-se outras peças Denbac, e ligações para informações referentes à fábrica, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/denbac.

 

     

 

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publicado por blogdaruanove às 04:09

Dezembro 26 2013

 

Um apurado sentido da estética contemporânea e uma grande perícia como ceramista  foram características fundamentais para estabelecer e desenvolver a qualidade e a celebridade, restrita ainda hoje a um círculo específico de especialistas e coleccionadores, das peças produzidas em grés por René Denert (1872-1937).

 

Fundada por Denert e René Louis Balichon (1885-1949), em Vierzon, França, no ano de 1910, já no período de declínio criativo do estilo Art Nouveau, a fábrica Denbac (denominação instituída c. 1914) consagrou grande parte do seu tempo à produção de exemplos notáveis e singulares de peças cerâmicas decorativas que epitomizam perfeitamente este movimento.

 

As quatro peças aqui reproduzidas ilustram, embora de forma incompleta, o aspecto ecléctico das formas e dos vidrados desenvolvidos por Denert quer no estilo Art Nouveau quer no estilo Art Déco, bem como o grande sentido escultórico que este imprimiu ao seu trabalho.

 

Apresentando vidrados quer mates quer brilhantes, ou uma combinação dos dois, mas com acentuada preferência pelos primeiros, Denert desenvolveu peças onde a estilização do figurativismo vegetal se combina com os microcristais escorridos para conceder à obra cerâmica uma harmonização simultaneamente discreta e feérica, em particular quando  a luz incide fortemente sobre o vidrado e faz cintilar a sua componente cristalina.

 

A utilização de microcristais no vidrado – técnica frequente durante o final do século XIX e princípios do século XX em fábricas como Pierrefonds, Sarreguemines e Sèvres, em França, Royal Copenhagen, na Dinamarca, Ruskin, em Inglaterra, Fulper e Roseville, nos E.U.A., e muitas mais, assumiu na fábrica Denbac uma expressão singular precisamente devido ao sentido e à harmonia escultórica que Denert desenvolveu nas peças que serviam de suporte ao vidrado microcristalino.

 

 

A primeira jarra, com cerca de 20,5 cm. de altura, ostenta uma combinação azul-esverdeada característica do vidrado da fábrica e apresenta uma notável modelação vegetalista elaborada ao sinuoso gosto Art Nouveau.

 

A segunda, com cerca de 9,8 cm. de altura, apresenta diferente combinação de vidrados numa inequívoca e clara alusão ao monte Fuji, ícone que surgia de forma algo equívoca e estilizada na peça BFK ontem apresentada (http://mfls.blogs.sapo.pt/276165.html), materializando assim mais uma homenagem ocidental à tradição cerâmica do Japão.

 

Este formato, correspondente ao número 185, não é exclusivo da Denbac, conhecendo-se variantes, com maiores ou menores semelhanças, em diversas fábricas e oficinas francesas e europeias. Aliás, dentro da própria produção da Denbac, esta mesma peça poderá ter surgido como uma variante mais depurada e harmoniosa do formato 184.

 

Fora da Denbac, a variante mais próxima deste formato 185, ligeiramente menos larga e menos achatada, é a que corresponde ao formato 124 criado em grés por Jean Pointu (1843-1925), já na fase final da sua carreira, depois de se instalar em Saint-Amand-en-Puisaye (http://www.grespuisaye.fr/ecolecarries/jpointu.html).

 

O facto de Pointu apenas ter começado a produzir grés a partir de 1906, ano da sua instalação naquela localidade, coloca a curiosa questão de saber qual das peças poderá ter inspirado a outra, pois Denert registou a empresa Denert, consagrada à produção de grès flammés e antecessora da Denbac, em 1909.

 

 

 

A terceira jarra, com cerca de 21,6 cm. de altura, ostenta novamente a mais célebre combinação cromática da Denbac, apresentando já um formato geometrizante ao gosto Art Déco.

 

Evocando, de alguma maneira, formas que surgem nas civilizações pré-colombianas e nas versões menos exuberantes da tendência Déco designada, particularmente no sudoeste dos EUA, por Pueblo Deco, esta proposta de composição haveria de surgir também numa peça de secções cilíndricas sobrepostas, da linha Futura, produzida na fábrica americana Roseville.

 

 

Finalmente, a última jarra, com cerca de 31,2 cm. de altura, apresenta de forma harmoniosa, discreta e elegante um dos símbolos da França – a flor-de-lis, integrando-o numa subtil composição escultórica de inspiração vegetalista.

 

O vidrado aqui patente, também comum a muitas outras peças Denbac, traduz nas suas tonalidades a ideia sugerida pela designação da técnica utilizada para produzir as peças – grès flammés, nesta pequena mas artisticamente importante unidade industrial cerâmica que acabou por encerrar em 1952.

 

Vejam-se diversos outros exemplares da produção Denbac aqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/denbac, e aqui: http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/denbac, e consulte-se o fundamental trabalho de catalogação que Alexandre Hoffman está a desenvolver aqui: http://sandre74.free.fr/index%202006.htm.

 

               

 

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