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Par de azulejos ostentando uma frase atribuída ao poeta Eugénio de Castro (1869-1944).
Pintado à mão e produzido na lisboeta fábrica Sant'Anna, este conjunto ostenta uma legenda característica do período em que o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN, 1933-1944; posteriormente, SNI) procurou moldar figurinos revivalistas, de carácter nacionalista e regionalista, para as artes decorativas e até para a arquitectura.
Já anos antes, logo na década de 1910, através dos princípios da casa portuguesa preconizada por Raul Lino (1879-1974), era possível encontrar tais inscrições em diversos edifícios que, de modo mais ou menos ortodoxo, seguiam os modelos arquitectónicos defendidos por este consagrado arquitecto.
Embora a generalidade destas legendas traduzisse habitualmente aforismos tradicionais, anónimos e de carácter popular, este exemplar procura associar o prestígio de Eugénio de Castro, inicialmente conotado com o simbolismo e mais tarde com um saudosismo de carácter nacionalista, à consolidação de tais inscrições.
Em certa medida, as inscrições deste tipo constituem-se como paradigma de uma política de espírito que António Ferro (1895-1956) procurou também introduzir e traduzir nos motivos de diversas lambrilhas produzidas na fábrica Viúva Lamego (http://mfls.blogs.sapo.pt/126700.html).
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