Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 08 2018

 

Cinzeiro em faiança, produzido pelas Faianças Subtil, comemorativo da festa do jornal Avante! realizada em 1986.

 

Fundada em 1977, a fábrica de Faianças Subtil tinha sede nas Caldas da Rainha, embora seja possível encontrar referências ao seu endereço comercial e empresarial também em Coimbra, e não sobreviveu às inúmeras vicissitudes que afectaram diversas empresas cerâmicas portuguesas no último quartel do século XX e na viragem para o século actual.

 

Depois de um período de agitação laboral em 2001, que se revelou fatal, a empresa viria a ser reestruturada e renomeada como Le Faubourg, mas esta alteração parece não ter resolvido os eventuais problemas estruturais, produtivos, competitivos e de reposicionamento no mercado, pelo que o seu encerramento acabou por ocorrer quatro anos depois, em 2005.

 

Note-se como este cinzeiro, enquanto ampliação de uma carica, evoca o princípio de sobredimensionamento das peças do quotidiano, característico da Arte Pop, e como o motivo traduz claramente as dimensões e o formato de um autocolante.

 

 

© MAFLS

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Março 29 2017

   Autocolante comemorativo da primeira Festa do Avante!, 1976.

 

No jornal Avante! número 326, de Fevereiro de 1963, publicou-se o seguinte artigo:

 

"Levanta-se a luta em Sacavém

 

Sacavém - Nas duas maiores empresas desta vila estão em curso importantes acções reivindicativas.

 

Na Trefilaria, em Janeiro, mais de 200 operários concentraram-se na gerência em apoio duma comissão que foi reclamar aumento geral de salários, há muito prometido. (...)

 

Na Fábrica de Loiça, em princípios de Janeiro, a administração tentou obrigar os operários a assinar um documento para passarem a receber à quinzena; depois da primeira surpresa, o pessoal em todas as secções recusou-se a assinar, sem se impressionar com promessas e ameaças. Dias depois, um grupo de mais de 50 operários concentrou-se no sindicato, reclamando contra a arbitrariedade dos patrões; ficou claramente estabelecido que se os patrões passarem a pagar à quinzena, têm também que pagar os domingos.

 

Animados pela luta contra esta arbitrariedade, os operários da Loiça estão a discutir mais largamente os seus problemas e estão dispostos a lutar unidos contra a exploração, contra as multas e contra a falta de segurança no trabalho, que arruina a saúde de tantos com a silicose."

 

 

© MAFLS

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Março 22 2017

   Autocolante comemorativo da segunda Festa do Avante!, 1977.

 

No jornal Avante! número 155, de Janeiro de 1951, publicou-se o seguinte artigo:

 

"OPERÁRIOS!

 De Pé Contra o Desemprêgo!

 

Debaixo do mais desenfreado terror desencadeado pela camarilha salazarista, aliada do patronato, contra os trabalhadores, êstes lutam corajosamente pelas suas reinvidicações, conscientes de que as pequenas vitórias alcançadas abrem o caminho para as grandes vitórias na luta pelo derrubamento do fascismo, pela Democarcia e pela Paz.

 

(...)

 

São os operários da Fábrica de Louça de Sacavém lutando contra as miseráveis condições de trabalho, exploração e despedimentos e conseguindo aumento de salário e melhores condições de trabalho.

 

(...)

 

OPERÁRIOS E OPERÁRIAS!

 

Exigi, através de Comissões por vós eleitas, de concentrações, de protestos, exposições, etc., trabalho para todos os desempregados ou subsídio, salários que vos permitam fazer face ao actual nível de vida.

 

Exigi que cesse a desenfreada política de guerra da camarilha salazarista, causadora do aumento crescente de desemprêgo e do nível de vida [sic]."

 

 

© MAFLS

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Março 15 2017

   Autocolante comemorativo da primeira Festa do Avante!, 1976.

 

No jornal Avante! número 135, de Abril de 1949, publicou-se o seguinte artigo:

 

"FACE AO AGRAVAMENTO DO CUSTO DE VIDA

 Intensifiquemos as lutas de massas

 

As massas trabalhadoras, especialmente a classe operária sabem com larga experiência que é pelas lutas de massas que vêm [sic] satisfeitas as suas reinvidicações mais prementes, que é pelas lutas de massa que conseguem sustar [sic] a exploração desenfreada do patronato e do governo.

 

A história de um passado recente dá-nos conta de inúmeras vitórias das classes trabalhadoras do campo e da cidade, através das lutas parciais por empresa, por rancho, por ramo de indústria e por região.

 

Sabendo que a força do proletariado está na unidade e na acção das massas, os trabalhadores formaram as suas Comissões de Unidade, organizaram e popularizaram os seus cadernos reivindicativos e lançaram-se na luta pela satisfação des-as [sic] reivindicações. Foram as lutas parciais, encabeçadas pelas Comissões de Unidade, que lhes deu a vitória sobre a exploração dos baixos salários, sobre o mercado negro, sobre as faltas de pão e de géneros. Serão ainda e sempre as lutas parciais que abrirão caminho para o levantamento nacional que há-de derrubar o fascismo salazarista, o grande responsável pela miséria do povo português.

 

O agravamento actual do custo de vida (os aumentos já havidos nas rendas de casa e nos transportes, a falta de géneros em mercado livre e as perspectivas do mercado negro com todas as suas consequências) impõe que o proletariado intensifique as lutas reivindicativas nos seus sectores de trabalho, apresentando-se juntos dos patrões e dos dirigentes dos sindicatos respectivos, a fazerem valer os seus direitos e a conseguirem exito nas suas justas reclamações.

 

Assim o compreendem os operários de algumas empresas de Lisboa e arredores, que, por intermédio das suas Comissões de Unidade, estão a levar avante e com exito movimentos reivindicativos.

 

(...)

 

O pessoal de fogo da Fábrica de Louças de Sacavém obteve pela luta um aumento de 3$00 no seu salário.

 

(...)

 

Trabalhadores! Avante na luta pelas vossas reivindicações!"

 

 

© MAFLS

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