Prato de cozinha, com cerca de 32,2 cm. de diâmetro, decorado a stencil (chapa recortada) e aerógrafo sob o vidrado. No rebordo, notem-se os três pontos não vidrados correspondentes aos pinos da trempe utilizada para separar as peças no forno. No tardoz existem nove desses pontos, em três grupos triangulares.
Seguindo uma tradição que já vinha do século anterior, este motivo 1161 da FLS insere-se na tipologia do motivo floral com rosas, um dos mais populares, em Portugal, para decoração de pratos de cozinha durante o segundo quartel do século XX.
Por vezes as rosas poderiam surgir com uma representação mais estilizada, ou associadas a outras flores, como se pode ver num prato das Lages já reproduzido: http://mfls.blogs.sapo.pt/155504.html.
Agradece-se a Arlete Amaro, natural de Loriga e descendente de trabalhadores da FLS, a oferta deste exemplar.
A ligação entre a FLS e Loriga já havia sido sublinhada por Clive Gilbert (n. 1938), último proprietário da FLS, no seu texto para o catálogo da exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005:
"Apesar de todas estas sedutoras regalias [instituídas por Herbert Gilbert (1878-1962)], a empresa viu-se obrigada a procurar trabalhadores fora da região. A solução foi a importação, na prática, de muitos habitantes da aldeia [hoje, vila] de Loriga, concelho de Seia, Beira Alta. A população desta região essencialmente agrícola era conhecida pela sua saúde de ferro devido à natureza do clima. Foi tal o sucesso que, hoje em dia, ainda existe uma associação dos antigos habitantes de Loriga, e seus descendentes, em Sacavém."
A 1 de Junho de 1996 foi celebrado um acordo de geminação entre Loriga (http://pt.wikipedia.org/wiki/Loriga) e Sacavém.
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