Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 01 2022

 

Prato em grés, com cerca de 28,2 cm. de diâmetro, apresentando decoração da autoria do consagrado ceramista Jorge Mealha (1934-2021).

 

Veja-se como o artista tratou um motivo estilizado, que poderia ser vulgar, com um pequeno detalhe original, alterando assim a percepção da realidade ao vazar o fundo dos cinco troncos das árvores que se encontram em primeiro plano.

 

 

© MAFLS

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Setembro 01 2022

 

Grande jarra em grés, com cerca de 37,8 cm. de altura, da fábrica francesa Denbac.

 

Estamos perante uma das icónicas jarras desta fábrica que ilustra perfeitamente uma harmoniosa interpretação das opções da gramática Art Nouveau.

 

Note-se, ainda, como a opção escultórica de fazer brotar do corpo da peça as três asas lhe confere um certo sentido vegetalista e a aproxima formalmente de uma opção semelhante, embora bem menos estilizada e bem mais curvilínea, exemplificada no gomil de Jérôme Massier (1850-1926) já hoje apresentado.

 

 

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Setembro 01 2021

 

Jarra em grés, com cerca de 23,8 cm. de altura,  produzida recentemente pelo ceramista algarvio Ricardo Lopes (datas desconhecidas).

 

Note-se como este vidrado evoca o efeito do bronze patinado, um revestimento característico também da produção de início do século XX da fábrica francesa Denbac, e o formato evoca centenários modelos orientais, os quais foram também recuperados pela cerâmica escandinava de autor em meados do século passado.

 

 

© MAFLS

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Setembro 01 2019

 

Duas pequenas peças em grés fino que ilustram as tendências da produção cerâmica portuguesa actual.

 

Em cima, uma taça com cerca de 6,8 cm. de altura e cerca de 10 cm. de diâmetro, em baixo, uma taça com cerca de 6,5 cm. de altura e cerca de 11,6 cm. de diâmetro.

 

As tendências minimalistas e orientalizantes, que traduzem também uma diversificada aproximação gastronómica nos recentes hábitos alimentares portugueses, têm-se multiplicado na produção cerâmica, originando não só uma consistente opção pelo corpo cerâmico em grés como uma multiplicidade de empresas que apostam na sua comercialização.

 

A Ceramirupe, fundada em 1987 (https://ceramirupe.com), a Costa Nova (https://www.costanova.pt/pt/) e a própria Vista Alegre, que recuperou a marca Casa Alegre para comercializar a sua produção nesta pasta cerâmica, são algumas das empresas que se destacam nesta produção.

 

 

A gramática oriental dos vidrados microcristalinos como decoração principal, na linha do revivalismo de um gosto que já tinha surgido na cerâmica europeia de finais do século XIX, enuncia-se aqui no apelo exercido pela subtileza de suaves combinações cromáticas criadas pelos escorridos (recordem-se os escorridos bordalianos das Caldas da Rainha), que no primeiro exemplar é ainda complementado pela decoração em relevo da pasta cerâmica.

 

Nenhuma destas duas peças se encontra marcada, embora a primeira apresente as referências internas de cozedura que se reproduzem abaixo, mas são certamente exemplares produzidos no eixo cerâmico estabelecido ao longo das zonas industriais das Caldas da Rainha, Alcobaça, Leiria, Pombal e Aveiro.

 

 

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Dezembro 30 2016

 

Jarra em grés, com cerca de 24,8 cm. de altura, produzida pela fábrica francesa Rambervillers.

 

Este modelo surgiu pela primeira vez no catálogo de 1920 e, com excepção do azul metalizado característico da empresa, apresenta tonalidades esverdeadas similares a algumas das que surgem, na mesma época, nos vidrados escorridos da fábrica americana Fulper (http://mfls.blogs.sapo.pt/the-twelve-days-of-christmas-ii-339668).

 

Também os elementos verticais, que ora evocam uma estranha estilização vegetal truncada ora adornos metálicos repuxados ao gosto Arts & Crafts, surgem de forma similar, mas desenvolvendo-se a partir da base, em alguns formatos daquela empresa americana.

 

 

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Dezembro 29 2016

 

Pequena jarra em grés, com cerca de 11 cm. de altura, da fábrica francesa La Faïencerie Héraldique, localizada em Pierrefonds.

 

A combinação de um corpo de linhas curvas, naturalmente sugestivas da modelação artesanal (embora este exemplar tenha sido moldado), com remates angulosos remete para a execução de peças em metal e para um certa ideia característica da prática Arts & Crafts.

 

Tal prática surge também, pontualmente, na produção de outras empresas, como a francesa Denbac (http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/118998.html).

 

 

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Dezembro 25 2016

 

Duas jarras em grés produzidas na fábrica francesa Denbac.

 

Em cima, pequeno exemplar com cerca de 12,2 cm. de altura, ostentando o número 32, que corresponde ao formato e à sua catalogação. 

 

Apresenta o característico vidrado microcristalino da empresa escorrendo em três tonalidades sobre uma forma com sinuosas linhas, de inspiração vegetal, ao gosto Art Nouveau.

 

 

Jarra, que poderia também ser usada como base de candeeiro embora não apresente qualquer perfuração para esse fim, com cerca de 28,8 cm. de altura.

 

Ostenta o número 50 e o vidrado microcristalino, predominantemente em tons de verde e azul, que habitualmente se associa aos clássicos escorridos da Denbac.

 

Consulte-se informação sobre a empresa, e vejam-se mais alguns exemplares da produção Denbac, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/denbac.

 

 

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Outubro 02 2016

 

Jarra em grés com cerca de 17,4 cm. de altura, 12,9 cm. de diâmetro na base e 6,8 cm. no topo.

 

Apresenta punção na parte inferior do corpo, imediatamente acima da base, que corresponde ao ceramista Martim Santa Rita (n. 1964), tendo a peça sido produzida cerca de 2005.

 

Veja-se o belíssimo site deste ceramista, em Inglês, aqui: http://martim.oficinaraku.com/, e a sua página do FB aqui: https://pt-br.facebook.com/SantaRitaProjectoCeramicaEArte .

 

 

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Setembro 18 2016

 

Medalha em grés, com cerca 0,8 cm. de altura e 9 cm. de diâmetro, comemorativa dos 58 anos da fundação (25 de Abril de 1921) da fábrica de Valadares (http://archvaladares.com/historia/).

 

Esta fábrica de azulejaria e loiça sanitária, uma das maiores a laborar em Portugal durante a segunda metade do século XX, passou durante os últimos anos por diversos problemas que quase a levaram à falência, mas entretanto retomou a produção e parece estar a recuperar daquela situação periclitante.

 

Registe-se que, embora tal não corresponda hoje à imagem de marca da empresa, a Valadares criou e comercializou cerâmica decorativa durante o segundo quartel do século XX.

 

Como já foi aqui referido (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/clariano+casquinha+da+costa), um dos melhores modeladores da FLS, Clariano Casquinha da Costa (1929-2013), abandonou esta última fábrica para ingressar na Valadares durante a década de 1960.

 

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Setembro 01 2014

 

 

Prato de parede, com cerca de 21,4 cm. de diâmetro, apresentando assinatura manuscrita que parece corresponder às iniciais do ceramista francês Alfred Renoleau (1854-1930).

 

Esta peça de aspecto algo sombrio, e com uma imagem talvez pouco atractiva ao primeiro olhar, representa de facto uma interessante evolução no tratamento e exploração das características dos vidrados por parte de Renoleau.

 

A atraente superfície beige mate que se pode observar no tardoz recobre toda a pasta cerâmica branca. Sobre este fino vidrado, muito suave ao toque, foram depois aplicadas outras camadas espessas que conferem ao conjunto o seu aspecto experimental, rugoso e envelhecido, de onde sobressai a silhueta recortada de cervídeo.

 

Um exemplar com estas características específicas apenas pode ser justamente apreciado e percepcionado quando manuseado, o que permite apreender simultaneamente, através do tacto, o contraste entre os diferentes vidrados das suas duas faces.

 

O motivo, que evoca claramente a herança pictórica de grutas como Altamira ou Lascaux, e foi também tratado no período Art Déco por outras fábricas europeias, como a consagrada belga Boch Frères, corresponde certamente à produção final de Renoleau, sendo este acabamento um exemplo da maturidade das suas pesquisas e da sua praxis no vidrado cerâmico.

 

 

Uma superfície rugosa muito semelhante haveria de vir a ser aplicada em alguma cerâmica alemã das décadas de 1950, 1960 e 1970, cujo acabamento vidrado, curiosamente, acabaria por ser conhecido, já este século, através de uma expressão inglesa - fat lava (http://originalfatlava.wordpress.com/scheurich/).

 

Obviamente, esta designação evoca as expressões Etna e Vesuve correspondentes aos vidrados microcristalinos desenvolvidos pela fábrica francesa Sarreguemines (http://mfls.blogs.sapo.pt/278871.html), bem como outros tipos de vidrados escorridos oitocentistas.

 

O pequeno exemplar de fat lava ilustrado acima foi produzido pela fábrica alemã ES Keramik, cujas iniciais correspondem a Josef Emons & Söhne, de Rheinbach. Esta empresa foi fundada em 1921, cindiu-se em duas no pós-guerra, e acabou por encerrar em 1974.

 

O principal designer desta fábrica foi Willi Hack (datas desconhecidas), que ali laborou desde 1954 até 1974, sendo Hans Kraemer (datas desconhecidas) o modelador de todas as formas desde 1952 até 1968.

  

Veja-se outra peça de Renoleau, esta com vidrado escorrido ao gosto orientalizante de finais do século XIX, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/278173.html.

 

     

 

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