Jarra em faiança da fábrica Gal, moldada em relevo, com decoração a aerógrafo sobre o vidrado.
Note-se como a decoração em relevo evoca a gramática decorativa das jarras em vidro concebidas por René Lalique (1860-1945).
Actualmente desconhecida da maioria dos coleccionadores, a fábrica de Faianças Gal teve uma existência efémera durante a década de 1930. Fundada a 27 de Junho de 1935, a empresa registou a sua dissolução a 20 de Dezembro de 1937.
A fábrica localizava-se na Rua Alves Torgo, 279, em Lisboa, sendo o seu capital constituído por 30.000$00, divididos equitativamente por António Geraldes, Horácio Canto de Oliveira e José Canto de Oliveira. A quota de António Geraldes incluía maquinaria e equipamento de pintura para perfazer os 10.000$00.
Ultimamente, a memória desta empresa foi recuperada na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, que exibiu um bule modernista da sua produção, número 223/39, com decoração geométrica aerografada a verde e castanho, também sobre o vidrado.
Os raros exemplares desta fábrica que hoje são conhecidos apresentam, aliás, duas características comuns. Uma de origem – a decoração aerografada sobre o vidrado, outra decorrente da sua antiguidade e do uso − o grande desgaste da pasta, que é bastante mole e muito propícia a gerar diversas esbeiçadelas.
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