Mário Tomé (n. 1940), deputado da UDP, abordou a questão da FLS na reunião plenária de 15 de Abril de 1982, entre as duas primeiras intervenções de Zita Seabra (n. 1949) anteriormente transcritas, fazendo as seguintes declarações:
"Aproveito a intervenção da Sr.ª Deputada Zita Seabra para me solidarizar com a luta dos trabalhadores da Fábrica de Louça de Sacavém …
Risos do PSD, do CDS e do PPM.
O Sr. Sousa Tavares (PSD): – Que grave problema constitucional!
O Orador: – … e para protestar, mais uma vez, nesta Câmara, contra a brutalidade das forças repressivas ao serviço deste governo, que tem de ser derrubado, e ao serviço directo dos administradores e do grande patronato.
O que se passa na Fábrica de Louça de Sacavém é intolerável para os trabalhadores: são sucessivos processos disciplinares – cerca de 53 –, é a repressão sobre os delegados sindicais, é a descapitalização da empresa, ao desviarem-se os seus capitais para uma outra empresa com novas características de laboração, onde os contratos a prazo são a regra, levando certamente ao despedimento de famílias inteiras que hoje trabalham na Fábrica de Louça de Sacavém.
Esta situação é intolerável; a luta dos trabalhadores é justa, é apoiada pela maioria dos trabalhadores portugueses e tem de ter uma solução, que será encontrada na luta dos trabalhadores da Fábrica de Louça de Sacavém, de todos os trabalhadores deste país, e passará, com certeza, pela derrota da administração daquela Fábrica e pelo derrube deste governo."
Excertos transcritos do Diário da Assembleia da República, I Série, número 74, de 16 de Abril de 1982.
A UDP, juntamente com diversas forças políticas de esquerda – Partido Socialista Revolucionário, Política XXI, e outras, deu origem no ano 2000 ao Bloco de Esquerda (http://www.bloco.org/).
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