Pratos decorativos em porcelana da Electro-Cerâmica do Candal, com estampagem policromada, esmalte aerografado, nos rebordos, e retoques e filetagem a dourado, sobre o vidrado.
No prato reproduzido acima apresenta-se a imagem de uma truta-salmonada (Salmo trutta L.) e no reproduzido abaixo a imagem de uma variante de barbo (Barbus barbus L.), ambos peixes comuns nas águas fluviais portuguesas (cf. http://www.cartapiscicola.org/).
Embora, à primeira vista, esta decoração pareça não ter qualquer influência oriental, note-se como os remates dourados dos rebordos fazem lembrar duas folhas sobrepostas de ginkgo (Ginkgo biloba L.), árvore sagrada para os budistas e conotada no ocidente com a China e o Japão, e a representação dos peixes em grande plano evoca o tratamento gráfico das xilogravuras japonesas.
Prato estampado da série Aquarium, desenhada no final do século XIX por William S. Coleman (datas desconhecidas) para a fábrica inglesa Mintons.
A Empresa Electro-Cerâmica foi fundada no Candal, Vila Nova de Gaia, por escritura de 28 de Março de 1919, com o capital social de 599.940$00.
A 9 de Junho de 1921 esse capital foi aumentado para 3.600.000$00, ficando assim distribuído: Joaquim Pereira Ramos, 496.870$00; Pinto da Fonseca & Irmão, 300.060$00; Joaquim Pinto Leite, Filho & C.ª, 300.060$00; Dr. José Pereira Caldas, 287.370$00; Banco Comercial do Porto, 135.720$00; Banco Aliança, 54.000$00; Alfredo Pinto de Castro e Silva, 18.000$00; Calisto Bueri, 5.400$00; e Dr. Manuel José Coelho, 2.520$00 (Note-se que apesar de o Diário do Governo indicar o capital de 3.600.000$00, a soma das parcelas totaliza apenas 1.600.000$00).
A 27 de Outubro de 1932 foi reduzido para 90.000$00, ficando distribuído por 100.000 acções no valor nominal de 90 centavos. A 23 de Agosto de 1935 a empresa alterou novamente os seus estatutos, mantendo o valor do capital social, embora a administração tenha sido autorizada a aumentá-lo para 900.000$00, quando considerado oportuno.
A 27 de Janeiro de 1945 a empresa aumentou o seu capital de 900.000$00 para 5.000.000$00, um aumento de 4.100.000$00 que ficou assim distribuído: António Coimbra e Irmão, 20.250$00; Fernando Henrique Braga Vareta, 4.050$00; Luiz Alves de Carvalho, 40.500$00; Álvaro Fernandes Ferreira, 2.070$00; Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa, 810$00; Amadeu Martins Pinto, 450$00; António Dias de Carvalho, 8.100$00; Óscar Guisado, 1.260$00; Pacheco, Filhos, Limitada, 94.230$00; José de Vilas Boas, 221.400$00; Moses Amzalak, 30.330$00; e Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre, Limitada, 3.676.550$00.
A 9 de Abril do mesmo ano, a empresa, já controlada pela Vista Alegre, adquiriu 50% do capital da Sociedade de Porcelanas, Limitada, de Coimbra. Os restantes 50% do capital social da SP, que passou a totalizar 1.000.000$00, foram adquiridos pela VA. Conforme se constata em nova publicação no Diário do Governo, este processo apenas se concluíu a 17 de Junho de 1945.
Desta série de pratos conhece-se ainda um outro exemplar apresentando uma imagem de um lavagante europeu (Homarus gammarus, antes genericamente classificado como Cancer gammarus L.), que não se reproduz devido ao seu extremo mau estado.
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