Figura de urso polar, em faiança com vidrado brilhante, da empresa Elias & Paiva.
Esta figura é já característica das décadas de 1950 e 1960, quando a fábrica reduziu a sua produção de formatos e decorações tradicionais a fim de seguir uma política de exportação para a Europa e EUA, embora seja reminiscente de um urso polar modelado por Edouard Lefèbvre (datas desconhecidas) para ser comercializado como ampara-livros (número 83) pela fábrica francesa Onnaing nas décadas de 1920 e 1930.
Compare-se ainda este urso polar com um outro da FLS reproduzido em: http://mfls.blogs.sapo.pt/19560.html.
A Elias & Paiva, Elpa, foi constituída por escritura de 19 de Janeiro de 1946, com o capital social de 50.000$00, dividido equitativamente em cinco acções de 10.000$00 em nome de Manuel António Rodrigues, Joaquim Elias Baptista Paiva, António Elias da Silva, Bernardo Matias Coelho e António Lopes Vieira. A 13 de Março de 1950 Manuel António Rodrigues tranferiu a sua participação na empresa para Bernardo Matias Coelho (3.300$00), António Elias da Silva (3.300$00) e Joaquim Elias Baptista Paiva (3.400$00).
Em 1969 a empresa veio a adquirir a fábrica Pereira & Lopes, onde António Elias da Silva trabalhara na década de 1940, mas acabou por encerrar em 2001. A propósito desse encerramento, o jornal Público, de 8 de Janeiro de 2002, veiculou a seguinte notícia:
"Alcobaça / Cerâmica Elias com salários em atraso
Mais de 300 trabalhadores da cerâmica Elias e Paiva, em Alcobaça, reclamaram ontem o pagamento dos salários em atraso e de indemnizações durante uma marcha de cinco quilómetros até à residência de um dos administradores. Os operários da empresa, que encerrou em meados de Dezembro, exigem o pagamento do ssalários de Outubro, Novembro e Dezembro e as indemnizações em dívida, responsabilizando a administração da fábrica pelos [sic] falência. A direcção da Elias e Paiva alegou "problemas económicos" e "falta de dinheiro para investir na reestruturação da empresa" como justificações para o encerramento."
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