Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Julho 21 2013

 

Procurando complementar as mais recentes e diversas referências que a autora do espaço *CMP (http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/search/label/Lu%C3%ADs%20Ferreira%20da%20Silva) vem fazendo à obra de Luís Ferreira da Silva  (n. 1928; http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/ferreira+da+silva), apresenta-se hoje mais uma placa cerâmica, com cerca de 16 x 16 x 2,7 cm., produzida por este ceramista durante a década de 1960 para a fábrica Secla, das Caldas da Rainha.

 

No tardoz apresenta, incisas, a sigla e as iniciais do artista, "FS", a inscrição "Secla / Portugal" e o número "4", que corresponde à decoração, ostentando ainda, a exemplo do que acontece com outro exemplar já aqui apresentado (http://mfls.blogs.sapo.pt/94060.html), quatro suportes em borracha.

 

Recorde-se que diversas placas semelhantes a estas haviam sido exibidas por Ferreira da Silva, em 1960, na sede da The Architectural League of New York, onde, complementarmente, uma montra ao nível da rua lhe foi dedicada em exclusivo.

 

Durante toda a década de 1960 as suas peças, muitas delas únicas, não cessaram de ganhar reconhecimento internacional, sendo essa a altura em que o empresário sueco Ingvar Kamprad (n. 1926), fundador da célebre cadeia IKEA (http://www.ikea.com/ms/pt_PT/about_ikea/the_ikea_way/history/index.html), se tornou no maior coleccionador particular da obra deste notável ceramista.

 

A fim de evitar mal-entendidos sobre dois artistas distintos, mas que têm apelidos iguais e são ambos oriundos da região do Grande Porto, aproveita-se esta oportunidade para reproduzir abaixo a imagem de uma peça de Mário Ferreira da Silva e referir alguma da sua obra.

 

 

Apresentada no número 37, IV série, da revista Panorama, publicada em Março de 1971, esta imagem mostra a peça com que Mário Ferreira da Silva (datas desconhecidas) obteve o Prémio Nacional de Cerâmica de 1969, atribuído no IV Salão Nacional de Arte organizado pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo (S.N.I.).

 

Esta nova consagração da obra de Mário Ferreira da Silva (http://www.mariofsilva.com/biografia.html) seguiu-se à que já havia ocorrido em 1960, quando recebera o prémio Sebastião de Almeida, destinado à cerâmica e atribuído a uma base de candeeiro, no II Salão dos Novíssimos promovido pelo SNI. 

 

No catálogo correspondente ao Salão de 1960, onde apresentou três peças – 24, Base de Candeeiro; 25, Jarra Decorativa; 26, Jarra Decorativa, surge sob o nome Mário Ferreira da Silva, com morada na Rua Domingos de Matos, 644, em Coimbrões, V. N. de Gaia.

 

Já nos catálogos dos Salões de 1962, onde apresentou duas peças – 135, Fantasia I, Jarra, e 136, Fantasia II, Jarrão, e de 1965, onde apresentou quatro peças – 101, Pássaros (faiança), 102, Prato (grés), 103, Base para Candeeiro (grés), e 104, Base para Candeeiro (grés), surge apenas sob o nome Mário Silva, com morada na Rua Gil Eanes, 282, 2.º Esq.º, em Vila Nova de Gaia.

 

 

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Dezembro 31 2011

 

  

Azulejo com, aproximadamente, 14,4 x 14,4 x 1,7 cm. produzido cerca de 1960 por Ferreira da Silva (n. 1928), para a fábrica Secla, das Caldas da Rainha.

 

No tardoz apresenta, incisas, a sigla e as iniciais do artista, "FS", a inscrição "Secla / Portugal" e o número "3", correspondendo este número à decoração.

 

Durante o ano de 1960, azulejos similares a este, entre outros, estiveram em exposição na sede da The Architectural League of New York (http://archleague.org/).

 

 

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Julho 30 2011

 

Prato raso em faiança, com cerca de 24,8 cm. de diâmetro, da fábrica Secla, Caldas da Rainha, reproduzindo um desenho original de Hansi Staël (1913-1961).

 

Esta artista húngara veio para Portugal depois da II Grande Guerra, tendo colaborado com a Secla, a partir de 1950, na criação de inúmeras peças. Entre as suas criações para a produção industrial, contam-se os originais que deram origem à série Motivos Portugueses, à qual pertence este exemplar.

 

Desenvolvida entre 1953 e 1956, a série ilustra essencialmente cenas do quotidiano da Nazaré e das regiões rurais próximas das Caldas da Rainha, reproduzidas quer em travessas quer em pratos.

 

Nos pratos, conhecem-se exemplares que variam entre os 10 (em versões adaptadas e simplificadas, como o motivo P. 337, que apresenta um pescador da Nazaré estilizado) e os 37,5 cm. de diâmetro, e nas travessas conhecem-se versões ovais, com 43 cm. de largura, e versões "rectangulares de cantos arredondados", com cerca de 22,8 cm. de largura.

 

O livro A Nova Cerâmica das Caldas (1989), de Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989), reproduz dois pratos semelhantes a este. Um na página 77, com indicação de ser o prato original pintado por Hansi Staël, outro na página 111, ao qual é atribuída a data de 1956.

 

Ao contrário do que acontece com este exemplar, é normal a maioria dos pratos apresentarem no verso dois conjuntos de iniciais – as da autora, H. S., e as do/a pintor/a que reproduziu o desenho original.

 

Como se pode verificar, neste prato surge apenas a assinatura "Subtil", correspondente ao pintor e futuro fundador das Faianças Subtil, que havia começado a trabalhar na Secla aos 18 anos. Esta última informação, que se agradece, foi facultada em 2020 por sua neta, Inês Subtil.

 

Veja-se uma assinatura original de Hansi Staël em: http://mfls.blogs.sapo.pt/60571.html

 

 

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Junho 04 2011

 

Base de candeeiro em faiança, produzida pela fábrica Secla, das Caldas da Rainha, com decoração esgrafitada e pintada à mão, sob o vidrado.

 

No fundo apresenta incisas as inicias F. S., correspondentes certamente ao consagrado ceramista Ferreira da Silva (n. 1928), que colaborou com a Secla entre 1954 e 1970.

 

 

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Maio 07 2011

 

Placa cerâmica (cerca de 15,8 x 15,8 x 2,7 cm.) de Ferreira da Silva (n. 1928), produzida por volta de 1960 na fábrica Secla, das Caldas da Rainha.

 

No tardoz apresenta, incisas, a sigla e as iniciais do artista, "FS", a inscrição "Secla / Portugal" e o número "8", correspondendo este número à decoração. Apresenta ainda quatro suportes que permitem utilizá-la como base para quentes ou, dado o seu baixo-relevo interno, como cinzeiro. 

 

 

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Fevereiro 26 2011

 

Jarra em faiança, com cerca de 24,8 cm. de altura e decoração em sgraffito sob o vidrado, produzida pela fábrica Secla, das Caldas da Rainha, durante a década de 1950 ou 1960.

 

Este é um exemplo das peças produzidas pela Secla e exportadas para os E.U.A. durante as referidas décadas.

 

 

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Dezembro 26 2010

 

Pequeno castiçal em faiança da fábrica Secla, com decoração pintada à mão sob o vidrado.

 

Apresenta na base a sigla do pintor António Quadros (1933-1994), que colaborou com a Secla durante os anos de 1958 e 1959, tendo depois, já durante a década de 1960, fixado residência em Moçambique, onde permaneceu durante vinte anos.

 

Aí afirmou-se também como poeta e prosador, desenvolvendo intensa actividade artística e cultural. Colaborou com Rui Knopfli (1932-1997) na criação da revista Caliban (1971), tornando-se amigo de Jorge de Sena (1919-1978) na única deslocação que este fez a Moçambique. Sena viria a prefaciar a sua obra Quybyrycas (1972), assinada sob o pseudónimo Frey Ioannes Garabatus.

 

António Quadros regressou a Portugal em 1984.

 

 

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Outubro 31 2010

 

Grande azulejo (aproximadamente 20 x 20 x 1,8 cm.) produzido cerca de 1960 por Ferreira da Silva (n. 1928), para a fábrica Secla, das Caldas da Rainha.

 

No tardoz apresenta, incisas, a sigla e as iniciais do artista, "FS", a inscrição "Secla / Portugal" e o número "19", correspondendo este número à decoração.

 

Entre outras, a Secla promoveu uma exibição da obra de Ferreira da Silva na The Architectural League of New York (http://archleague.org/), durante o ano de 1960, onde se expuseram azulejos similares a este.

 

Durante essa década, os azulejos da Secla foram importados para os EUA pela empresa Frost Ceramic Imports.

 

 

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Setembro 05 2010

 

Conjuntamente com a Aleluia, de Aveiro, e a Fábrica de Loiça de Sacavém, a Secla, das Caldas da Rainha, foi uma das grandes empresas inovadoras do design cerâmico português no início da segunda metade do século XX.

 

Essa inovação teve grande impulso, inicialmente, com o Estúdio Secla, onde durante as décadas de 1950 e 1960 trabalharam artistas como Alice Jorge (1924-2008), António Quadros (1933-1994), Hansi Staël (1913-1961), Herculano Elias (n. 1932 cf. http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2009/04/08/mestre-herculano-elias-abre-galeria/), José Aurélio (n. 1938), José Santa-Bárbara (n. 1936), Júlio Pomar (n. 1926), e Thomaz de Mello, Tom (1906-1990), e posteriormente com Ferreira da Silva (n. 1928) e uma outra oficina por si desenvolvida e familiarmente designada como O Curral.

 

 

Para além da cerâmica de autor, a fábrica Secla desenvolveu notável cerâmica de produção industrial e comercialização corrente, facto que justificou uma larga e bem-sucedida exportação para inúmeros mercados internacionais, entre os quais se contava o mercado dos E. U. A.

 

Com antecedentes empresariais que remontavam a 1944, a SECLA – Sociedade de Exportação e Cerâmica, Limitada, foi estabelecida por escritura pública de 18 de Dezembro de 1946, apresentando então um capital social de 200.000$00, assim dividido: Fernando da Ponte e Sousa, 60.000$00; Joaquim Alberto Costa Pinto Ribeiro, 50.000$00; Américo Castro Arez, 30.000$00; Fernando Carneiro Mendes, 30.000$00, e Vitorino Augusto da Costa Vinagre, 30.000$00.  

 

Apesar de ainda ser possível consultar o seu site (http://www.secla.pt/), a SECLA acabou por encerrar em 2008.

 

 

A taça aqui apresentada foi executada por Hansi Staël cerca de 1954-55, constituindo um dos mais notáveis exemplos da produção da autora e da fábrica. Trata-se, muito provavelmente, de um exemplar único.

 

Uma peça similar a esta foi reproduzida na capa do livro A Nova Cerâmica das Caldas (1989), de Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989), designer e responsável pela fábrica Secla, sendo posteriormente exibida na exposição Estúdio Secla: Uma renovação na cerâmica portuguesa, realizada em 1999 no Museu Nacional do Azulejo.

 

 

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