Garrafa antropomórfica, com tampa e cerca de 21,4 cm. de altura, ostentando a inscrição, esgrafitada e manuscrita, "Bonita moça".
Não apresentando qualquer marca, esta peça insere-se numa tradição que está documentada na produção oitocentista das Caldas da Rainha, em particular nas mulheres com guitarrra atribuídas a Maria Póstuma, conhecida popularmente como Maria dos Cacos (1797-1853), mas não é impossível que seja oriunda de um centro oleiro do Minho, do Alentejo, ou de Mafra, eventualmente da olaria de Tio António da Joana (datas desconhecidas) ou, o que será menos provável, da fase inicial de José Franco (1920-2009), que começou a praticar o ofício com aquele mestre oleiro.
Como é evidente, o tratamento facial desta figura remete para modelos mais arcaicos, que remontam a civilizações pré-clássicas, o mesmo acontecendo com algumas características, volumétricas e posicionais, do corpo.
Veja-se, ainda, como estes modelos antropomórficos foram também evocados nas lambrilhas que o SPN/SNI promoveu ao longo das décadas de 1930, 1940 e 1950 (http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-cccliv-392994).
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