Pequena figura em terracota esmaltada produzida no Estúdio de Cerâmica Artística (que poderá corresponder, ou ter sucedido, à Escola Cerâmica de Lisboa, fundada pelo escultor João Fragoso [1913-2000]).
A sua autoria está atribuída a Maria Luísa Fragoso (1907-1985; Pamplona indica 1917 como data do seu nascimento), esposa de João Fragoso e artista sobre a qual existe informação muito pouco desenvolvida (cf. http://www.matriznet.imc-ip.pt/MatrizNet/Entidades/EntidadesConsultar.aspx?IdReg=40576), mesmo considerando a entrada que lhe é dedicada no Dicionário de Pintores e Escultores (3.ª edição, 1991), volume II, de Fernando de Pamplona (n. 1909).
Sabe-se, ainda, que colaborou com as iniciativas do S.N.I. (SPN, entre 1933 e 1944, SNI a partir deste último ano até 1968), estando referenciada como ceramista no catálogo da exposição As Artes ao Serviço da Nação, realizada no Museu de Arte Popular, Lisboa, em 1966, para assinalar os 40 anos do regime.
Em 1960, Mário Ferreira da Silva (datas desconhecidas; não confundir com o ceramista de apelido homónimo Luís Ferreira da Silva, n. 1928) foi galardoado com o prémio Sebastião de Almeida, destinado à cerâmica e atribuído a uma base de candeeiro, no II Salão dos Novíssimos promovido pelo SNI. Nessa edição Maria Luísa Fragoso exibiu duas peças – Desânimo e Cabecinha, não apresentando depois peças nos Salões de 1962, 1963 e 1965.
Como se pode observar, a sua obra liga-se à gramática cerâmica seguida em Portugal por Jorge Barradas (1894-1971), a qual, por sua vez, foi influenciada por obras desenvolvidas na fábrica austríaca Goldscheider e noutros centros cerâmicos europeus, particularmente os franceses e italianos.
Uma exposição dedicada a alguns trabalhos de Maria Luísa Fragoso, que permitirá saber algo mais sobre esta ceramista, poderá ser visitada até 1 de Julho de 2012 no Museu de Cerâmica das Caldas da Rainha: http://museudaceramica-exptemporaria.blogspot.pt/2012/04/maria-luisa-fragoso-nas-coleccoes-do.html.
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