Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Março 23 2017

 

O Museu de Cerâmica de Sacavém promove no próximo sábado, dia 25 de Março, pelas 15h00, mais uma das suas conversas mensais, desta vez subordinada ao tema Maria de Lourdes Castro – Design para a Indústria Cerâmica.

 

A oradora será Rita Gomes Ferrão, doutoranda em História da Arte, autora de vários estudos e publicações sobre cerâmica do século XX e responsável pelo blog Cerâmica Modernista em Portugal (http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/).

 

Em baixo podem ver-se exemplares produzidos em plástico pela fábrica UPLA, da Marinha Grande, com design semelhante ao que se reproduz no convite.

 

Algumas das peças cerâmicas concebidas por Maria de Lourdes Castro (n. 1934) podem ser vistas aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/maria+de+lourdes+castro.

 

 

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Abril 09 2015

 

Com a publicação deste terceiro volume, parece confirmar-se que a predominância de ilustrações alusivas às artes gráficas, aqui representando cerca de dois terços das imagens totais, configura uma opção da coordenação editorial e não dos diversos autores do texto principal de cada volume.

 

Continua a ser surpreendente o contraste entre a diversidade dos temas abordados nos textos principais, regra que a autora também segue neste volume, e as obsessivas opções pela arte gráfica que os acompanham. Infelizmente, continua a ser evidente, também, a ausência de uma revisão atenta e unificadora das afirmações patentes nos artigos de diferentes autores.

 

Só assim se compreende como é possível que, no mesmo volume, José Bártolo e Maria João Baltazar afirmem que a Secla foi fundada em 1947, enquanto Rita Gomes Ferrão nos assegura que a empresa surgiu em 1944. Quem acompanha este blog sabe bem qual destes três autores é o grande especialista na Secla e em qual destas duas datas deve confiar.

 

Mas, à puridade, à puridade, sublinhe-se que embora esta tenha as suas origens em 1944, a escritura pública da constituição legal de uma empresa sob a designação Secla apenas foi estabelecida em 18 de Dezembro de 1946 (http://mfls.blogs.sapo.pt/60571.html).

 

 

No artigo anterior referiram-se os sinetes como pequenos objectos do quotidiano que, na sua singeleza, poderiam traduzir também l'air du temps. E assim é, embora a sua origem remonte a uma tradição secular, bem anterior ao século XX. Mas é indubitavelmente através de alguns deles que podemos testemunhar uma mudança patente nas décadas de 1930 e 1940.

 

Com efeito, é nestas duas décadas que os tradicionais materiais nobres empregados na sua constituição, como a madrepérola, a prata, e o marfim, começam a ceder lugar ao bronze e a metais cromados, e a novos e sedutores materiais sintéticos, como a baquelite e o plástico.

 

Acima podem ver-se alguns exemplares com acabamento em prata de punção portuguesa, e punhos em madrepérola ou marfim, mas também dois exemplares com punho em baquelite e um outro com punho em plástico verde e preto.

 

A iconografia religiosa não ficou imune a estes materiais inovadores, como se  pode constatar abaixo, surgindo nestas décadas diversas imagens em plástico ou baquelite, muitas vezes combinadas com o alumínio que, numa versão popular, veio substituir a prata nos produtos de menor custo.

 

 

Datam também deste período as famosas figuras religiosas em plástico fosforescente, de que as esculturas evocativas de Nossa Senhora do Rosário de Fátima se tornaram paradigma incontornável, em Portugal.

 

Foi ainda no pós-guerra que a indústria de moldes para plástico, intimamente associada à tradição de moldes para vidro, teve particular expansão na área de Leiria e da Marinha Grande, permitindo aproximações inovadoras à prática do design nacional (http://mfls.blogs.sapo.pt/34301.html).

 

Um outro material que se popularizou neste período, particularmente nos brinquedos, embora já viesse a ser largamente utilizado desde o século XIX noutras áreas, como a dos enlatados, foi a folha de flandres.

 

Esta chapa metálica estanhada, frequentemente revestida a tinta de esmalte, pode-se combinar em diferentes secções para constituir modelos mais complexos, com movimento de corda, como o exemplar que se apresenta abaixo, o qual pretende ser uma réplica relativamente fidedigna de uma automotora da CP (http://www.transportes-xxi.net/tferroviario/automotoras).

 

 Exemplar em folha de flandres litografada, com logótipo da casa Coelho de Sousa. Porto, década de 1950.

 

 

No entanto, a ausência iconográfica mais notória nestes três volumes prende-se com o design da indústria vidreira.

 

Perante a magnífica fotografia, reproduzida no volume II, do stand que a Companhia Industrial Portuguesa apresentou na V Exposição Industrial e Agrícola das Caldas da Rainha, realizada em 1927, parece inacreditável que nestes volumes não se tenha dedicado maior espaço à arte do vidro e da cristalaria, que no nosso país conta já com cerca de 300 anos de constante produção industrial.

 

Não interessará aqui resumir a história das dezenas de empresas que, desde 1719, ano em que se fundou a Real Fábrica de Vidros de Coina, até ao presente, contribuíram e têm contribuído para criar um notável património português na história da indústria vidreira e no nosso quotidiano.

 

Muitos dos diversos aspectos do design e da indústria vidreira nacional do século XX foram já anteriormente referidos e documentados, embora traduzindo as limitações da fotografia não profissional e as dificuldades inerentes à especificidade do registo de imagem do vidro, quer num outro espaço (http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/?skip=10&tag=vidro) quer aqui mesmo (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/vidro), pelo que agora apenas se reproduzirão três significativas peças da produção nacional com diferentes técnicas decorativas. 

 

 

Acima apresentam-se dois pequenos copos evocativos da secular tradição de decoração a esmalte, que em Portugal remonta ao século XVIII e aos famosos copos de saudação ao rei D. João V (1689-1750; rei, 1707-1750), promotor e protector da indústria vidreira.

 

Estas duas peças, contudo, são datáveis de 1929, foram fabricadas pela Companhia Industrial Portuguesa e ostentam a decoração que o consagrado arquitecto e designer Raul Lino (1879-1974) concebeu para que exemplares semelhantes, bem como garrafas licoreiras ostentando os mesmos motivos, fossem exibidos durante aquele ano no pavilhão português da Exposição Internacional de Sevilha (http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/tag/sevilha+1929).

 

Abaixo ilustra-se uma grande jarra, com cerca de 42 cm. de altura, elaborada em vidro doublé, com camada exterior de tonalidade ametista, lapidado e gravado a ácido e à roda.

 

Paradigma maior da arte vidreira portuguesa do segundo quartel do século XX, ostenta na sua secção central a representação de um campino conduzindo toiros numa lezíria, através de uma composição atribuível a Jorge Barradas (1894-1971).

 

 

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Maio 03 2014

 

Pequena jarra em porcelana da fábrica Electro-Cerâmica do Candal, em Vila Nova de Gaia, decorada em tom monocromático rosa e apresentando complementos de filetagem a ouro.

 

Com cerca de 17,3 cm. de altura, esta peça corresponde ao formato J.22, como se pode verificar na inscrição, incisa na pasta, reproduzida abaixo.

 

 

Durante o segundo quartel do século XX e a década de 1950, formatos semelhantes a este surgiram também em significativa quantidade na produção vidreira portuguesa.

 

Acima apresenta-se uma jarra em vidro moldado, muito provavelmente produzida numa unidade da Marinha Grande em meados daquele século. Esta simples decoração com uma camada de reflexos alaranjados e irisados é popularmente conhecida como "casca de cebola".

 

 

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Junho 24 2012

          

 

Estatueta em terracota pintada representando Santo Onofre (século IV). Não ostenta qualquer marca visível, sendo datável da primeira metade do século XX.

 

Note-se como esta representação iconográfica apresenta muitas semelhanças com a representação de S. João Baptista, santo a que o dia de hoje é consagrado. Em Portugal há mais de trinta concelhos que declararam este dia como feriado municipal, sendo particularmente afamadas as tradicionais celebrações joaninas realizadas nas cidades de Braga e do Porto, celebrações que têm também forte tradição durante as festas Juninas realizadas no Brasil.

 

A celebração litúrgica de Santo Onofre decorre a 12 de Junho, data que sublinha ainda mais a sua ligação simbólica e sincrética a S. João Baptista e às festividades do solstício de Verão.

 

Duas taças em vidro decorado a esmalte policromado, alusivas ao S. João de Braga, datáveis da década de 1940 ou 1950.

Provável fabrico da Nova Fábrica de Vidros, Marinha Grande.

 

Entre outras, as representações iconográficas de S. Jerónimo, S. João Baptista e Santo Onofre enquanto anacoretas remetem para o conceito medieval do homem selvagem, que surgia também no teatro vicentino como S. João Verde e ainda hoje está associado a uma imagem de produtos alimentares (http://www.greengiantfresh.com/index.asp).

 

Por outro lado, embora S. Brás seja o tradicional patrono invocado contra os males associados à garganta, existe uma marca que, curiosamente, adoptou o nome de Santo Onofre para os seus rebuçados peitorais (http://santoonofre.com/v2/principal.html).

 

Embora Santo Onofre surja tradicionalmente como patrono dos tecelões e daqueles que sofrem de embriaguez crónica, em Portugal é habitualmente considerado um patrono da prosperidade financeira.

 

Abaixo pode ver-se uma outra representação de Santo Onofre, esculpida em madeira e com olhos de vidro incrustados, também datável da primeira metade do século XX.

 

          

 

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Janeiro 30 2012

 

 

 

Eva Zeisel (nascida Eva Amalia Striker, ou Stricker), a consagrada designer e ceramista de origem húngara, faleceu há precisamente um mês, a 30 de Dezembro de 2011, com 105 anos.

 

Homenageando a sua memória e a sua obra, reproduz-se hoje uma peça em porcelana da Vista Alegre que poderá estar ligada ao seu nome. Com efeito, o design desta terrina é-lhe atribuído com algumas reservas, mas a atribuição faz-se com base na informação que consta dos arquivos da VA.

 

De facto, no verbete 6485 desses arquivos surge uma cafeteira modelo "Primavera" cuja autoria é atribuída a "Mme. Stricker" [sic]. O seu formato, aprovado em Janeiro de 1961, apresenta uma variante mais rectilínea do motivo aqui aplicado em relevo, com a mesma pega na tampa.

 

Estes pormenores rectangulares, que na cafeteira surgem também na asa, não são consentâneos com o design da fase americana de Zeisel, mas surgem com frequência na sua fase alemã da fábrica Schramberg (SMF), onde produziu inúmeras peças influenciadas pelos princípios da Bauhaus. Considerando os dois modelos, este da terrina apresenta o formato que mais se aproxima da característica gramática curvilínea de Zeisel. 

 

Como já foi aqui referido, existe uma outra peça VA que nem sequer lhe é atribuída, mas que é indubitavelmente da sua autoria. Trata-se do canjirão "Machado", produzido pela VA a partir de 1938. Embora não se encontre assim creditado nos arquivos da VA (no verbete 2594 da fábrica, a única anotação manuscrita sobre os dados históricos da peça P.A. 617 refere ter sido este modelo dado [sic] por Machado dos A.), o formato corresponde à adaptação de uma peça criada por Zeisel para a SMF, em 1929 ou 1930.

 

Um exemplar desse canjirão da VA, com a inscrição "Recordação de Braga" e uma imagem do Santuário do Sameiro, foi exibido na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada em 2005 nos E.U.A.

 

Lucie Young, Eva Zeisel (2003).

 

Dando provas de enorme vitalidade e dinâmica criativa, Eva Zeisel colaborou ainda em 2004 e 2005 num projecto da Vitrocristal, agrupamento empresarial criado para promover o vidro da Marinha Grande sob a designação MGlass, naquela que terá sido porventura a sua última ligação ao design da indústria portuguesa.

 

Tal projecto culminou numa pequena exposição realizada em Nova Iorque, no edifício das Nações Unidas, onde se exibiram peças em vidro criadas por mulheres de três diferentes nacionalidades e de diferentes gerações (cf. http://www.un.int/portugal/mglassfotos.htm).

 

Ironicamente, este parece ter sido o canto do cisne do projecto MGlass, que se tinha iniciado em 1999 e era um aparente caso de sucesso na recuperação e promoção da indústria vidreira (cf. http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/o-ultimo-sopro-na-marinha-grande).

 

Terminando com uma nota de humor, refira-se que o célebre conjunto para sal e pimenta Town and Country, criado em 1946 por Zeisel e produzido a partir do ano seguinte pela fábrica americana Red Wing (http://www.washingtonpost.com/eva-zeisel-salt-and/2012/01/02/gIQADz72WP_photo.html), parece ter inspirado o desenho e a forma dos famosos Shmoos (http://en.wikipedia.org/wiki/Shmoo), personagens de BD criadas em 1948 por Al Capp (1909-1979), embora as pessoas se preocupem mais em estabelecer outras semelhanças formais e ninguém pareça querer admitir tal facto...

 

Sobre Eva Zeisel, consultem-se mais alguns dados publicados neste espaço, em: http://mfls.blogs.sapo.pt/43735.html, e veja-se o vídeo The playful search for beauty, com cerca de 18 minutos, aqui: http://www.youtube.com/watch?v=x72uoP2a55I.

 

Eva Zeisel em 1935.

 

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Junho 18 2010

 

Canecas em vidro branco transparente com decoração, intitulada Bailados-de-Portugal, a esmalte policromado. Produção de uma das fábricas da Marinha Grande, eventualmente CIP, NFV ou Stephens, realizada nas décadas de 1950 ou 1960.

 

As decorações reproduzidas são atribuíveis a Álvaro Mendes Alves (1905-1996), decorador e pintor da FLS, encontrando-se a imagem da caneca da direita ilustrada no catálogo da exposição Dar Sentido à Argila: Os Ateliês de Decoração na Fábrica da Loiça de Sacavém, realizada no MCS em 2007.

 

A recuperação e reformatação dos valores do folclore bem como a sua dinamização nas décadas de 1940 a 1960 está geralmente associada ao Estado Novo e aos vários organismos corporativos desenvolvidos pelo regime – SPN/SNI, FNAT, Casas do Povo.

 

Todo o revivalismo dos supostos valores tradicionais veiculados pelo folclore foi exacerbado na cerâmica (entre outros exemplos, na produção da Aleluia, de Aveiro, da Cerâmica Macedo, de Barcelos, e da Vista Alegre), nas edições postais dos CTT, com a série Conheça as suas Danças (dezoito exemplares diferentes editados entre 1957 e 1963), na decoração do vidro, na própria promoção turística dos ranchos folclóricos e na sua projecção através de cartazes de instituições oficiais.

 

Um aspecto, contudo, é muitas vezes subvalorizado ou escamoteado na análise desse revivalismo. É que ele havia sido promovido já na década de 1920 por artistas como Bernardo Marques (1898-1962) ou Roberto Nobre, (1903-1969),  certamente na senda da recuperação de um imaginário popular europeu relançado anteriormente pelos Ballets Russes, de Diaghilev (Sergei Pavlovich Diaghilev, 1872-1929), e rapidamente aplaudido, acarinhado e  adoptado pelos modernistas.

 

    

Capas de Roberto Nobre (1903-1969), à esquerda, e Bernardo Marques (1898-1962), respectivamente para o magazine Civilização, número 12, de Junho de 1929, e número 14, de Agosto do mesmo ano.

 

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Maio 23 2010

 

Jarra produzida na Marinha Grande em vidro doublé (termo francês utilizado nessa região para referir o vidro com duas camadas, habitualmente com decoração no interior, designado também cased glass, em inglês), com decoração escorrida a branco, no interior, e  decoração a azul e ouro no exterior.

 

Uma variante desta técnica tornou-se particularmente célebre durante os séculos XVIII e XIX, na Boémia e na Alemanha, com a designação zwischengoldglass, visto encerrar normalmente uma decoração a ouro entre (zwischen) as duas camadas de vidro.

 

A decoração exterior desta jarra é muito semelhante a uma outra, efectuada em cerâmica e atribuída a Álvaro Mendes Alves (1905-1996), reproduzida no catálogo da exposição Dar Sentido à Argila: Os Ateliês de Decoração na Fábrica da Loiça de Sacavém, realizada no MCS em 2007. 

 

Ambas as peças, apesar do diferente formato, apresentam, inclusivé, dimensões aproximadas − cerca de 12 centímetros de altura. A criação da decoração desta jarra em vidro poderá, portanto, ser atribuível a esse pintor e decorador da FLS.

 

Como se documentará posteriormente, Álvaro Mendes Alves terá também contribuído com outras decorações para a indústria vidreira da Marinha Grande.

 

 

Exemplo de um copo da Europa Central, provavelmente do século XIX, com dupla camada de vidro e decoração a esmalte e dourado no exterior.

 

O espaço entre as duas camadas de vidro não foi no entanto preenchido, sendo apenas utilizado para criar sombras e conceder profundidade à decoração principal, em conjunto com o tratamento de foscagem que se aplicou num rectângulo da camada interior, precisamente atrás da paisagem pintada na superfície exterior.

 

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Fevereiro 16 2010

 

Tal como a decoração do prato triangular modelo Arte Nova anteriormente apresentado surgia em várias peças contemporâneas, e em diferentes materiais, também o formato surgia em outros materiais que não a pasta cerâmica.

 

Apresentam-se aqui algumas peças em material plástico produzido pela fábrica UPLA, Fábrica Universal de Plásticos (desde 1997, Grandupla), da Marinha Grande, que evidenciam claras semelhanças entre os pires e o prato triangular da FLS. 

 

Chávenas similares a estas foram também produzidas em cerâmica pela FLS, conforme se pode verificar no volume I do catálogo Porta Aberta às Memórias (2008), publicado pelo MCS para acompanhar a exposição homónima. 

 

Aí se reproduz parte de um serviço de café e chá, com peças de formato idêntico, que pertenceu ao pintor de cerâmica da FLS Nuno Lopes (1920-1974), sendo a autoria do conjunto atribuída a Maria de Lourdes Castro (n. 1934).

 

Nestas peças, notem-se os pormenores de design particularmente adaptados à sua função – o vértice menos arredondado do pires, que permite que este fique ergonómica e eficazmente seguro entre os dedos polegar, indicador e médio, e o recorte das chávenas que permite a sua inclinação total, sem necessidade de, por sua vez, inclinar o pescoço para ingerir completamente o líquido, como acontece com a maioria das chávenas de café.

 

 

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Novembro 15 2009

 

Pormenor da página 156 da revista O Occidente, número 44, de 15 de Outubro de 1879, com três gravuras cujas respectivas legendas são: "Luciano Cordeiro – Marcellino Ribeiro Barboza – A exposição de crystaes e ceramica na Sala de D. Manuel".

 

Na página anterior encontra-se o seguinte texto sobre as obras expostas e as fábricas representadas neste espaço:

 

" Sala de D. Manuel. – N'esta sala, a primeira com que se depara ao entrar na exposição, estão dipostas as louças, cristaes [sic] e obras de ceramica.

 

A fabrica da Marinha Grande, da Vista Alegre, de Sacavem e algumas outras, expõem variados typos de louça de todas as qualidades, competindo com os productos com que o estrangeiro habitualmente surte os mercados.

 

A louça das Caldas destaca-se, como em todas as exposições antecedentes a que tem concorrido, pelo seu typo especial e cheio de originalidade, que lhe dá um lugar á parte na ceramica moderna, e a faz apetecida de toda a gente dotada de bom gosto. A louça, imitação do antigo, exposta pelo sr. Cifka, chama as atenções geraes pela magnificencia, que a torna  apta para ser collocada a par das melhores peças artisticas.

 

No seguinte numero trataremos das outras secções em que a arte e o trabalho nacional da mesma fórma se distinguem na exposição patrioticamente promovida pela Companhia Fomentadora do Rio de Janeiro."

 

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