Pequeno troféu, com cerca de 13,6 cm. de altura e 8,2 cm. de diâmetro máximo na base, ostentando duas medalhas, em bonze, comemorativas dos 75 anos da fábrica de Valadares, que se celebraram em 1996.
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Pequeno troféu, com cerca de 13,6 cm. de altura e 8,2 cm. de diâmetro máximo na base, ostentando duas medalhas, em bonze, comemorativas dos 75 anos da fábrica de Valadares, que se celebraram em 1996.
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Medalha em grés, com cerca 0,8 cm. de altura e 9 cm. de diâmetro, comemorativa dos 58 anos da fundação (25 de Abril de 1921) da fábrica de Valadares (http://archvaladares.com/historia/).
Esta fábrica de azulejaria e loiça sanitária, uma das maiores a laborar em Portugal durante a segunda metade do século XX, passou durante os últimos anos por diversos problemas que quase a levaram à falência, mas entretanto retomou a produção e parece estar a recuperar daquela situação periclitante.
Registe-se que, embora tal não corresponda hoje à imagem de marca da empresa, a Valadares criou e comercializou cerâmica decorativa durante o segundo quartel do século XX.
Como já foi aqui referido (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/clariano+casquinha+da+costa), um dos melhores modeladores da FLS, Clariano Casquinha da Costa (1929-2013), abandonou esta última fábrica para ingressar na Valadares durante a década de 1960.
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Medalha em faiança, com cerca de 9,4 cm. de diâmetro, produzida em 1979 e ostentando uma imagem alusiva ao Mosteiro da Batalha, situado no concelho homónimo, bem como a assinatura manuscrita "Furriel".
Como já foi aqui referido anteriormente (http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-cxcv-297225), Francisco Jorge Furriel (1925-2014), ingressou na fábrica Secla em 1953, onde veio a chefiar a secção de pintura, tendo aí permanecido até à sua aposentação, na década de 1990.
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Painel de nove azulejos, com imagem alusiva a Nossa Senhora da Conceição pintada à mão, patente num edifício arruinado de Porto da Cruz, na ilha da Madeira.
Este exemplar representa uma invulgar variante aos mais comuns painéis de apenas quatro azulejos, sincrética e iconicamente consagrados a um tema que se confunde com este, os quais começaram a ser lançados em 1940.
Os painéis datados de 1940, produzidos em diferentes fábricas e habitualmente estampados, comemoram o dogma da Imaculada Conceição (concepção), apresentando quase sempre a legenda "A Virgem Maria Senhora Nossa foi concebida sem pecado original". Este mesmo motivo conhece-se também num único azulejo (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/228397.html).
De facto, para além de apresentar nove azulejos, este conjunto surge com a imagem de Nossa Senhora pintada à mão, não alude explicitamente ao dogma, tendo ainda sido produzido em 1948, dois anos depois do tricentenário da consagração do reino de Portugal a Nossa Senhora da Conceição.
Veja-se um azulejo produzido pela FLS no ano de 1946 e com a mesma temática religiosa, mas com uma gramática totalmente distinta, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/44854.html.
Em 1818, D. João VI (1767-1826; rei, 1816-1826) instituíu a Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, que foi extinta enquanto ordem militar pelo governo republicano instaurado em 1910.
Com os graus de grã-cruz, comendador, cavaleiro e servente, e condecorações desenhadas pelo artista francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), a ordem tinha el-rei como grão-mestre, sendo preservada nos nossos dias, e concedida ainda a título privado, pelo actual Duque de Bragança.
Depreciativamente tratada como a medalhinha de Nossa Senhora da Conceição pelos republicanos do final da monarquia, e também durante a I República, ostenta as iniciais AM (Avé Maria) envolvidas pela legenda Padroeira do Reino e ainda hoje apresenta a tradicional banda monárquica em seda azul celeste.
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Pequena placa, com cerca de 6,4 x 2,7 cm., em argila vermelha brunida, de homenagem a Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905).
Modelada pelo seu discípulo Francisco Elias (1869-1937), como se verifica pela assinatura inscrita sob o busto, apesar de a data do sarau ser de 22 de Abril de 1906, esta parece ter sido uma peça evocativa dos 60 anos de nascimento de Rafael Bordalo Pinheiro, efeméride que decorrera a 21 de Março de 1906.
Para outras breves referências a Francisco Elias veja-se: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/francisco+elias.
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Em memória do modelador e pintor cerâmico Francisco Furriel, falecido a 18 de Janeiro de 2014.
Medalhas comemorativas da 1.ª (à esquerda) e 2.ª Feiras Nacionais da Cerâmica, que tiveram lugar na cidade das Caldas da Rainha durante os anos de 1979 e 1980.
Com cerca de 9,4 cm. de diâmetro, a medalha da direita apresenta no anverso a assinatura, manuscrita, do seu modelador – Furriel (Francisco Jorge Furriel, 1925-2014).
Francisco Furriel entrou para a fábrica Secla em 1953, onde permaneceu até à sua aposentação, na década de 1990, tendo colaborado em várias secções da empresa e chefiado ainda, durante 17 anos, a secção de pintura (cf. http://www.gazetacaldas.com/37073/francisco-jorge-furriel-1925-2014/).
Conhecem-se diversas outras medalhas cerâmicas de sua autoria, assinadas e produzidas nas décadas de 1970 e 1980, nomeadamente as que evocam algumas Feiras Nacionais da Fruta, realizadas também nas Caldas da Rainha, e alguns monumentos nacionais, como o Mosteiro da Batalha.
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Chávena de café e pires, em porcelana da fábrica Artibus, de Aveiro, ostentando o brasão de armas do navegador Gaspar Corte Real (c. 1450-1501?). O pires apresenta ainda a marca, impressa a azul sobre o vidrado, "Hand Painted" (pintado à mão).
Este conjunto terá sido produzido, muito provavelmente, num período próximo das comemorações henriquinas, que decorreram em 1960.
A diferença entre as cores do brasão desta chávena e as da medalha que se apresenta abaixo deve-se ao facto de a chávena representar em prata, entretanto escurecida, as cores que na medalha surgem a esmalte branco.
A representação em prata é a que segue fidedignamente os preceitos heráldicos para as armas deste navegador.
Medalha em bronze dourado e esmalte, com o módulo de 50 mm., apresentando o brasão de Gaspar Corte Real. Integra um conjunto de 12 medalhas, evocativas de outros tantos navegadores portugueses, cunhadas e comercializadas na década de 1980.
A modelação foi executada por J. P. Abreu Lima (1922-2009) e a cunhagem efectuada pela empresa Gravarte, de Lisboa. Este exemplar corresponde ao número 287 de uma tiragem prevista de 1.000 conjuntos de medalhas, conforme indica a sua numeração à francesa.
No entanto, de acordo com o gravador Vasco Costa (n. 1930), fundador da empresa Gravarte/Indugrave (http://gravarte-gravadores.pai.pt/), a tiragem acabou por se limitar a um número próximo dos 300 conjuntos.
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Medalha em terracota relevada, com cerca de 5,7 x 3,8 x 0,8 cm., ostentando o antigo brasão de Reguengos de Monsaraz no anverso e a legenda REGUENGOS / 15 / DE AGOSTO DE / 1922 no reverso.
Recuperada com outro formato durante as duas últimas décadas, a concorrida feira de Agosto, em Reguengos de Monsaraz (http://www.cm-reguengos-monsaraz.pt/pt), ecoa uma tradição com muitas mais décadas no concelho e na região do Alto Alentejo.
É possível que esta medalha, cuja gramática formal, muito característica das últimas décadas do século XIX e das primeiras do século XX, também se encontra noutras regiões portuguesas, como as Caldas da Rainha (http://mfls.blogs.sapo.pt/125187.html) e Estremoz, tenha sido produzida numa olaria da região de Reguengos de Monsaraz.
Contudo, da Olaria Alfacinha, em Estremoz, cujas origens remontam ao século XIX, conhecem-se algumas medalhas semelhantes – uma datada de 1933 e alusiva às Festas de Estremoz, outra datada de 26 de Setembro de 1970 e alusiva à inauguração da Pousada de Santa Isabel.
De acordo com o já citado opúsculo Cerâmica Portuguesa (1931), a Olaria Alfacinha terá sido fundada em 1881. Permaneceu na posse da família até 1987, acabando por encerrar em 1995 (cf. http://museuestremoz.wikia.com/wiki/Fam%C3%ADlia_Alfacinha).
Assim, esta medalha alusiva a Reguengos de Monsaraz poderia também ter sido produzida nessa olaria embora, ao contrário desta, as duas medalhas anteriormente referidas apresentem no anverso a alusão ao evento e no reverso apenas a marca Olaria Alfacinha.
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Painel de azulejos da fábrica Ceres, Coimbra, exibindo uma figura feminina de inspiração neo-realista produzida na oficina de Vasco Berardo (n. 1933) durante a primeira metade da década de 1980.
Fundada em 1956, a empresa Ceres começou o seu declínio em finais do século passado, acabando a fábrica por encerrar em 2006. Esta ainda reabriu e retomou a sua produção em 2008, mas a insolvência da empresa veio a ser declarada em Março de 2010.
Vejam-se algumas fotografias das suas instalações abandonadas no site colectivo que melhor documenta a degradação do património português: http://www.lugaresesquecidos.com/forum/viewtopic.php?f=12&t=1464.
Vasco Berardo celebrizou-se também pela execução de diversos trabalhos no âmbito da medalhística, tendo criado a sua primeira medalha em 1971. Logo no ano seguinte, na sua deslocação ao Brasil por ocasião do sesquicentenário da independência, o destacado coleccionador Marcello Caetano (1906-1980; primeiro-ministro, 1968-1974) escolheu três conjuntos de medalhas alusivas aos signos do zodíaco, executadas por este artista, como presente oficial para as entidades brasileiras.
Ironicamente, em 1973 Vasco Berardo veio a ser o autor da medalha comemorativa do terceiro congresso da Oposição Democrática, que contestava o regime do Estado Novo, e posteriormente um dos primeiros artistas a executar uma medalha que celebrava a queda desse regime, ocorrida em 25 de Abril de 1974.
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Estatueta, em biscuit da Sociedade de Porcelanas, representando uma tricana de Coimbra.
Com cerca de 19,8 cm. de altura, esta peça aproxima-se claramente, quer na temática quer na modelação, das diversas estatuetas com trajos regionais produzidas pela Vista Alegre a partir do segundo quartel do século XX.
No entanto, os diversos detalhes da delicada modelação, o requebro das ancas e da cintura, e toda a sensação de longilínea elegância que emana desta estatueta, aproximam-na muito mais dos estilizados exemplares femininos modelados na VA durante o período 1947-1968, como a Mulher da Beira Litoral, a Mulher do Douro Litoral, ou a Varina de Lisboa, do que das figuras mais compactas e estáticas do período anterior (1922-1947).
É muito provável, aliás, que o modelador das referidas peças da VA tenha sido também o autor desta estatueta. O que não será de modo algum surpreendente, se recordarmos que a VA consolidou a sua posição na administração da SP em 1945, depois de um processo de aquisição que se tinha iniciado dez anos antes.
A revista Vista Alegre número 18, de Abril de 2001, apresenta um artigo de oito páginas dedicado ao escultor, modelador e gravador coimbrão Cabral Antunes (1916-1986), onde são apresentadas doze das treze figuras regionais que, em 1956, criou para a VA, incluindo as três mencionadas acima.
Comparando os traços característicos daquelas figuras com os desta tricana, facilmente se conclui que Cabral Antunes terá sido certamente o autor desta estatueta em biscuit da SP.
Medalha da autoria de Cabral Antunes cunhada em 1978.
Como se pode constatar pelo exemplar reproduzido acima, o autodidacta Cabral Antunes foi ainda um notável medalhista, actividade que iniciou em 1963 com uma peça dedicada ao escritor Aquilino Ribeiro (1885-1963).
Nessa área, celebrizou-se quer pelas composições figurativistas colectivas de algumas alegorias históricas, como a apresentada acima e a que pode ser vista aqui: http://chaves.blogs.sapo.pt/351622.html, quer pelo figurativismo realista de efígies singulares, como a que pode ser vista aqui: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/292007.html.
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